Casos de família provocam brigas entre vereadores
O curioso é que não são os problemas locais, ou os grandes temas da pauta nacional, por exemplo, a corrupção, que têm sido discutidos na Câmara Municipal de Osasco. Nas últimas sessões, vereadores da oposição e os governistas têm elevado o clima das discussões por outras questões, como a retirada de nomes de personalidades de praças ou de prédios públicos do município. Para a oposição, isso é "um desrespeito à memória da cidade e uma prova do autoritarismo da administração municipal".
Na sessão da última terça-feira, 29, um dos mais revoltados era o vereador tucano Cláudio Piteri (à esquerda). O vereador estava bastante nervoso e quase chegou às vias de fato com o petista Rubinho (à direita), no intervalo da sessão ordinária. O presidente da Câmara, Osvaldo Verginio teve que intervir para acalmar os ânimos.Depois, a maioria dos vereadores, inclusive, alguns do PT, deram razão a Piteri. O tucano reclamou da "truculência" do governo municipal e provou com fotografias, que ele e outros vereadores da oposição estão sendo perseguidos.
O motivo da irritação de Piteri é que, segundo ele, sem qualquer comunicado à Câmara, e o pior, sem que o Poder Legislativo autorizasse, foi retirado o nome de sua mãe, Graziela Flores Piteri, do Centro de Integração da Família, no bairro Bela Vista. Conforme a foto apresentada pelo vereador, na placa consta agora que o parque é denominado de Centro de Cidadania da Criança e do Adolescente, sem qualquer referência ao nome da mãe de Piteri, que foi primeira-dama por dois mandatos. "Jamais vi tanta perseguição política em Osasco como o que está ocorrendo nesta administração", disse Piteri. O tucano disse também que votou na denominação da avenida Hilário Pereira de Souza (pai do prefeito Emidio de Souza) e da ponte José Venâncio Cunha (pai do deputado federal João Paulo), mas garantiu que não vota mais nada enquanto persistir essa perseguição em Osasco. "Não esperava uma atitude tão pequena e tão ridícula desta administração".
Hospital Antônio Giglio
Para o vereador Sebastião Bognar (sem partido), essas atitudes da administração não engradecem a cidade. "Temos tantos problemas para tratar nesse parlamento. Deveríamos estar discutindo as soluções para os problemas da saúde, da educação e da segurança, mas somos obrigado a tratar dessas atitudes que apenas denigrem a cidade de Osasco".
Outro vereador que também se revoltou foi André Sacco Júnior (PRP), filho de André Sacco, nome que foi dado a um posto de Saúde. "Hoje, nem a foto do meu pai está lá. Encontrei na rua essa placa em homenagem a Santo Antônio, padroeiro de Osasco, que feita pelo ex-prefeito Guaçu Piteri e que estava numa praça esportiva da Vila Yara. A placa foi encontrada na rua, mas, a foto do meu pai deve ter sido queimada, ou está em algum entulho da prefeitura", reclamou Sacco Júnior.
Outro caso de "desomenagem" levantado pela oposição já vem desde que o prefeito Emidio assumiu a prefeitura. Trata-se da denominação do Hospital Municipal Antônio Giglio, que homenageia o nome do pai do ex-prefeito Celso Giglio (PSDB), hoje deputado estadual. Desde que chegaram ao poder, os petistas têm insistido em chamar aquela unidade de Hospital Central. "Isso é ridículo e um desrespeito. O nome do hospital foi aprovado por esta Casa de Leis. Mas, como o Giglio é oposição, a administração mandou dar até marretadas no símbolo dessa homenagem que existe no pátio do hospital", disse Cláudio Piteri.
O vereador Aluisio Pinheiro (PT), líder do prefeito Emidio, disse que é a "população que passou a chamar de Hospital Central. É uma questão de usos e costumes e não podemos impedir que o povo chame os próprios municipais do nome que ele quiser". A afirmação do petista foi contestada pelo vereador André Sacco. "Pode ser uso e costume da administração que até nos impressos, como no receituário, coloca Hospital Central, um flagrande desrespeito à lei vigente. Vamos, inclusive, entrar com requerimento para saber o quanto foi gasto para trocar os impressos", disse o vereador.
E entre homenagens e desrespeitos, foi também nessa mesma sessão que os vereadores de Osasco tiveram uma dura lição. A estudante Karina Braga, de 20 anos, que acompanhava um grupo de jovens, foi escolhida para falar em nome dos colegas e emendou: "É a primeira vez que estamos visitando esta Casa de Leis, onde viemos pedir o apoio de vocês para muitos problemas da cidade. Acho que há coisas mais importantes para discutir do que a retirada de placas". Viu? Isso serviria também para os nossos representantes lá de Brasília.
2 Comentários:
Caro Renato.
Será que Osasco e outras cidades da região Oeste são um oásis de honestidade nesse mar de lama em se transformou a administração pública no Brasil?
Que tal nossos vereadores começarem realmente a cumprir suas funções de fiscalizar o Excutivo? Será que esses vereadores penam que todos os munícipes são uns babacas?
Deveria ter uma legislação onde proibisse nomes de locais públicos com nomes de parentes de políticos, para não eternizar estes malandros. Quem não conhece o Hospital Antônio "GIGLIO" como "Hospital Celso GIGLIO", e assim por diante. Agora ter nome de ponte, de ruas, locais públicos.
Vejam como fica bonito a MATERNIDADE AMADOR AGUIAR, este sim foi um homem público, não político.
DEVERIA SER ASSIM. Locais públicos com nome de político é propaganda eleitoral fora de época.
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial