sexta-feira, junho 01, 2007

Casos de família provocam brigas entre vereadores


A cidade de Osasco, com quase 800 mil habitantes, é uma das mais importantes da região Oeste da Grande São Paulo e, como todos os grandes municípios brasileiros, atrai muitas empresas, tem um grande parque industrial e comercial, porém, tem também os mesmos problemas de outras cidades, como a falta de segurança, congestionamentos, problemas na saúde pública e na educação. E, com essas características, Osasco não poderia ser diferente dos grandes centros em termos políticos também. Suas eleições são sempre marcadas por acirradas disputas tanto para prefeito, como para vereadores.
O curioso é que não são os problemas locais, ou os grandes temas da pauta nacional, por exemplo, a corrupção, que têm sido discutidos na Câmara Municipal de Osasco. Nas últimas sessões, vereadores da oposição e os governistas têm elevado o clima das discussões por outras questões, como a retirada de nomes de personalidades de praças ou de prédios públicos do município. Para a oposição, isso é "um desrespeito à memória da cidade e uma prova do autoritarismo da administração municipal".
Na sessão da última terça-feira, 29, um dos mais revoltados era o vereador tucano Cláudio Piteri (à esquerda). O vereador estava bastante nervoso e quase chegou às vias de fato com o petista Rubinho (à direita), no intervalo da sessão ordinária. O presidente da Câmara, Osvaldo Verginio teve que intervir para acalmar os ânimos.Depois, a maioria dos vereadores, inclusive, alguns do PT, deram razão a Piteri. O tucano reclamou da "truculência" do governo municipal e provou com fotografias, que ele e outros vereadores da oposição estão sendo perseguidos.
O motivo da irritação de Piteri é que, segundo ele, sem qualquer comunicado à Câmara, e o pior, sem que o Poder Legislativo autorizasse, foi retirado o nome de sua mãe, Graziela Flores Piteri, do Centro de Integração da Família, no bairro Bela Vista. Conforme a foto apresentada pelo vereador, na placa consta agora que o parque é denominado de Centro de Cidadania da Criança e do Adolescente, sem qualquer referência ao nome da mãe de Piteri, que foi primeira-dama por dois mandatos. "Jamais vi tanta perseguição política em Osasco como o que está ocorrendo nesta administração", disse Piteri. O tucano disse também que votou na denominação da avenida Hilário Pereira de Souza (pai do prefeito Emidio de Souza) e da ponte José Venâncio Cunha (pai do deputado federal João Paulo), mas garantiu que não vota mais nada enquanto persistir essa perseguição em Osasco. "Não esperava uma atitude tão pequena e tão ridícula desta administração".

Hospital Antônio Giglio
Para o vereador Sebastião Bognar (sem partido), essas atitudes da administração não engradecem a cidade. "Temos tantos problemas para tratar nesse parlamento. Deveríamos estar discutindo as soluções para os problemas da saúde, da educação e da segurança, mas somos obrigado a tratar dessas atitudes que apenas denigrem a cidade de Osasco".
Outro vereador que também se revoltou foi André Sacco Júnior (PRP), filho de André Sacco, nome que foi dado a um posto de Saúde. "Hoje, nem a foto do meu pai está lá. Encontrei na rua essa placa em homenagem a Santo Antônio, padroeiro de Osasco, que feita pelo ex-prefeito Guaçu Piteri e que estava numa praça esportiva da Vila Yara. A placa foi encontrada na rua, mas, a foto do meu pai deve ter sido queimada, ou está em algum entulho da prefeitura", reclamou Sacco Júnior.
Outro caso de "desomenagem" levantado pela oposição já vem desde que o prefeito Emidio assumiu a prefeitura. Trata-se da denominação do Hospital Municipal Antônio Giglio, que homenageia o nome do pai do ex-prefeito Celso Giglio (PSDB), hoje deputado estadual. Desde que chegaram ao poder, os petistas têm insistido em chamar aquela unidade de Hospital Central. "Isso é ridículo e um desrespeito. O nome do hospital foi aprovado por esta Casa de Leis. Mas, como o Giglio é oposição, a administração mandou dar até marretadas no símbolo dessa homenagem que existe no pátio do hospital", disse Cláudio Piteri.
O vereador Aluisio Pinheiro (PT), líder do prefeito Emidio, disse que é a "população que passou a chamar de Hospital Central. É uma questão de usos e costumes e não podemos impedir que o povo chame os próprios municipais do nome que ele quiser". A afirmação do petista foi contestada pelo vereador André Sacco. "Pode ser uso e costume da administração que até nos impressos, como no receituário, coloca Hospital Central, um flagrande desrespeito à lei vigente. Vamos, inclusive, entrar com requerimento para saber o quanto foi gasto para trocar os impressos", disse o vereador.
E entre homenagens e desrespeitos, foi também nessa mesma sessão que os vereadores de Osasco tiveram uma dura lição. A estudante Karina Braga, de 20 anos, que acompanhava um grupo de jovens, foi escolhida para falar em nome dos colegas e emendou: "É a primeira vez que estamos visitando esta Casa de Leis, onde viemos pedir o apoio de vocês para muitos problemas da cidade. Acho que há coisas mais importantes para discutir do que a retirada de placas". Viu? Isso serviria também para os nossos representantes lá de Brasília.

2 Comentários:

Às junho 03, 2007 , Anonymous Anônimo disse...

Caro Renato.

Será que Osasco e outras cidades da região Oeste são um oásis de honestidade nesse mar de lama em se transformou a administração pública no Brasil?
Que tal nossos vereadores começarem realmente a cumprir suas funções de fiscalizar o Excutivo? Será que esses vereadores penam que todos os munícipes são uns babacas?

 
Às agosto 11, 2010 , Blogger Unknown disse...

Deveria ter uma legislação onde proibisse nomes de locais públicos com nomes de parentes de políticos, para não eternizar estes malandros. Quem não conhece o Hospital Antônio "GIGLIO" como "Hospital Celso GIGLIO", e assim por diante. Agora ter nome de ponte, de ruas, locais públicos.
Vejam como fica bonito a MATERNIDADE AMADOR AGUIAR, este sim foi um homem público, não político.
DEVERIA SER ASSIM. Locais públicos com nome de político é propaganda eleitoral fora de época.

 

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial

web counter free
-- Fim do codigo Contador -->