quarta-feira, junho 27, 2007

Falta de ética coloca Senado no fundo do poço

Palhaçada! Com todo respeito aos artistas de circo que nos fazem rir, mas que trabalham de forma séria e honesta, não há outra palavra para qualificar as ações dos governistas que defendem o senador Renan Calheiros (PMDB-Al) no Conselho de Ética do Senado. A sucessão de lambanças praticadas por petistas e peemedebistas estão jogando o Senado ao fundo do poço.
A lambança maior foi levada a termo pelo presidente do Conselho, Sibá Machado (PT-AC), que renunciou na noite de terça-feira, depois da pressão que sofreu de seu partido. Nesta tarde, Sibá tentou explicar o inexplicável e, mais uma vez, subordinando-se às ordens de seus chefes, disse que renunciou devido às críticas da oposição. Mentira deslavada, até porque grande parte do brasileiros viu pela TV Senado que foi justamente a oposição que lhe deu apoio, enquanto ele esteeve à frente daquele órgão, que de ética não tem mais nada.
Sucessão de erros
Tudo começou errado nesse processo que julga o presidente do Senado, a começar pela própria indicação de Sibá Machado para a presidência do Conselho de Ética. Como suplente e senador inexperiente, PT e PMDB o escolheram na esperança de que ele seria um presidente facilmente dominado pelas imposições desses dois partidos.
E tudo parecia que camihava para esse fim, até que os próprios papéis apresentados pela defesa de Renan Calheiros, acabaram por provocar a maior crise que o Senado da República ja viveu. Acusado de ter usado dinheiro de uma empresa para pagar despesas pessoais - pensão alimentícia de uma filha fora do casamento - Renan tentou se defender, afirmando que tinha recursos próprios. Para isso, ele apresentou notas fiscais de vendas de gado de suas fazendas em Alagoas. Porém, esses documentos não passaram pelo laudo da Polícia Federal e o clima esquentou.
Além de indicarem Sibá Machado para a presidência, os governistas colocaram na relatoria o já avançado em idade, senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) que, apesar da idade, é um tipo de continuo do governista José Sarney. Em menos de 48 horas, Cafeteira apresentou o seu relatório, feito, como ele mesmo diz, no banheiro de sua casa. No relatório, Cafeteira pedia o arquivamento do processo.
Mas, não deu certo. Os fatos e as denúncias falaram mais alto. Cafeteira não aguentou. Também no banheiro de sua casa, ele passou mal e, por recomendações médicas, foi afastado. Hoje, Epitácio Cafeteira, que completou 84 anos, encontra-se internado em São Paulo, onde deverá se submeter a uma cirurgia no cérebro. Desejamos saúde ao senador.
Sem Cafeteira, a outra solução dos govenistas para fazer a pizza foi indicar como relator interino, outro senador suplente, o folclórico Wellington Salgado (PMDB-MG). Salgado é aquele senador que sugeriu que fosse feita a reconstituição do acidente aéreo entre o avião da Gol e o Legacy, para esclarecer as causas do acidente. Mas, Salgado não ficou nem 24 horas como relator. Incoformado com o não arquivamento do processo, ele também renunciou ao cargo.
Diante da crise no Conselho de Ética, Sibá Machado chegou a demonstrar um início de independência política. Como não encontrava ninguém que quisesse relatar o processo, Sibá disse que colocaria o processo em votação nesta quarta-feira, 27. Mas, na terça-feira, ele tambem renunciou.
Ajuda tucana?
Durante todo o dia de hoje, o clima foi tenso no Senado da República. Os líderes do DEM afirmaram que o vice-presidente do Conselho, Adelmir Santana (DEM-DF) iria reunir o Conselho, às 17 horas, para escolher um novo presidente. São 19h30 e a reunião ainda não aconteceu. E olha bem quem se apresentou para ser o novo presidente. Ninguém menos do que o líder do PSDB, Arthur Virgilio (AM), que desde o início do caso tem procurado ficar mais ou menos neutro no processo contra Renan.
Virgilio já adiantou que se for escolhido, indicará o senador Aloísio Mercadante (PT-SP) para ser o novo relator. Pode ser tarde demais, contudo, as lideranças acordaram e viram que se não agirem rapidamente, o fundo do poço não será o limite para o Senado. Só falta agora, PT e PSDB se unirem para salvar Renan Calheiros sem as devidas investigações que o caso requer. Aí será o fim dos dois partidos.
Mesmo diante do clima pesado, o presidente Renan Calheiros tentou demonstrar tranquilidade. Ele começou a presidir a sessão durante o discurso de Sibá Machado, com se o negócio não fosse com ele. Renan ouviu quieto as severas críticas de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), um dissidente do partido. Aliás, até agora, além dos democratas José Agripino Maia (RN), Demóstenes Torres (GO) e Heráclito Fortes (PI), os únicos senadores que pedem o afastamento de Renan até se conclua as investigações são Jarbas Vasconcelos, Pedro Simon (PMDB-RS), Mão Santa (PMDB-PI), Cristóvam Buarque (PDT-DF) e Jefferson Peres (PDT-AM).

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