sexta-feira, maio 25, 2007

Golpe da "Navalha" pode ser mais profundo


Pelo que a revista Veja publica neste final de semana, o resultado da Operação Navalha da Polícia Federal, que estourou as falcatruas em licitações de obras públicas, pode ser ainda muito mais desastroso para a administração pública do Brasil do que o que já foi apurado até agora com os desvios feitos pela empreiteira Gautama, de Zuleido Veras. As denúncias envolvem agora outra empreiteira de renome internacional e figuras do alto escalão da política brasileira.
A bola da vez é o senador e presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL) - foto - um dos líderes do maior partido da coligação que apóia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A revista denuncia, com documentos, que além de seu envolvimento com as falcatruas da Gautama, Renan seria beneficiado também pela empresa Mendes Júnior, uma das maiores empreiteiras do país e que já tem também o seu nome no cenário internacional com obras em outros continentes. Um lobista da empresa, segundo a revista, era o responsável pelo pagamento do aluguel de um apartamento de luxo, em Brasília, e da pensão alimentícia de R$ 12 mil, que Renan paga para uma filha que ele reve com uma jornalista.
De imediato, Renan Calheiros negou as graves acusações que deixaram constrangidos os seus pares do Congresso Nacional. O senador disse que jamais precisou de ajuda de empreiteiras para pagar os seus compromissos pessoais e que isso é "invasão de sua privacidade". É lógico que ninguém tem o direito de saber e, muito menos de divulgar o que se passa na vida particular de qualquer pessoa, porém, quando essa pessoa é uma figura pública, presidente de um dos Poderes da Nação, o Brasil tem o direito de saber sobre as suas relações com empresas que realizam obrgas gigantes para o governo a peso de ouro.
O problema é que recentemente houve também denúncias de que o presidente do Sebrae teria pago contas pessoais do presidente Lula. O acusado disse que pagou, o presidente negou e tudo não passou de investigações. Nesta segunda-feira, 28, Renan Calheiros deverá usar a tribuna do Senado, num dos momentos mais tristes da política brasileira, para tentar explicar todas essas denúncias. Homens experientes do Congresso admitem que não é boa a situação do presidente do Senado.

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