quinta-feira, junho 21, 2007

Ameaça de Renan assusta senadores

Confiante nos argumentos da sua tropa de choque, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) acreditava que na sessão do Conselho de Ética do Senado, de quarta-feira, 20, o senadores iriam arquivar o processo onde ele é julgado por falta de decoro parlamentar. Porém, os fatos, as novas denúncias e as conclusões (ou a falta destas) do laudo da Polícia Federal foram mais fortes e a decisão do processo foi adiada.
Acuado, Renan Calheiros partiu para o ataque. Nos bastidores, Renan teria dito que se sentia abandonado pelo PMDB e pelo presidente Lula, mas que se caísse, não iria sozinho. Como senador e presidente da Casa, Renan deve mesmo saber de muita coisa e parece que a ameaça surgiu efeito.
Hoje, aparentando mais tranquilidade, Renan presidiu a sessão do Senado. Ao chegar à Casa, o senador foi cercado pela imprensa e classificou a crise política que enfrenta como "esquizofrênica". Ele é acusado de ter utilizado recursos da empreiteira Mendes Júnior para o pagamento de despesas pessoais.
Ao tentar se defender dessas acusações, Renan Calheiros disse que tinha recursos próprios para saldar seus compromissos e apresentou documentos que comprovariam rendas como agropecuário no estado de Alagoas. Só que foi justamente esses documentos que suscitaram dúvidas e fizeram mudar a história no Conselho de Ética.
Depois de reiterar que não pretende renunciar à presidência do Senado, Renan afirmou também que não é de seu estilo fazer chantagem. Ele negou as especulações de que, nos bastidores, estaria chantageando parlamentares em troca de apoio. Conforme matéria da Folha (http://www.folha.com.br/) , alguns parlamentares afirmaram que o presidente da Casa ameaçava revelar uma série de denúncias contra senadores que adotassem uma postura contrária à sua defesa.
Renan pode não ter falado sobre isso publicamente, porém, bastou a imprensa noticiar o fato para que o clima mudasse no plenário do Senado. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), um dos que sugeriu o aprofundamento das investigações, foi à tribuna e, meio desconsertado, pediu que se o senador Renan sabe de alguma contra algum senador que fale publicamente. Em seguida, o senador Aloísio Mercadante (PT-SP), antes de iniciar seu discurso, fez questão de defender a "idôneidade e a vida pública correta de Suplicy".
Outro senador, apontado como um dos supostos "alvos" da chantagem de Renan, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse que aqueles que "partem para a truculência têm mais chances de afundar". Demóstenes tem sido um dos adversários mais ferrenhos de Renan no Conselho de Ética. "Se ele realmente partiu para este caminho, tem o risco de afundar. Melhor esquecer o cangaço e se portar como presidente do Senado", disse o senador goiano.

E a ética?
E agora? A Polícia Federal afirmou que pode haver irregularidade nas documentações, o Conselho pediu mais investigações e o processo foi adiado. Será que os senadores vão continuar firmes nessa posição mesmo diante da reação de Renan Calheiros?
Se não acontecer mais nada no Conselho de Ética, o povo brasileiro não vai colocar em dúvida apenas a ética de Renan Calheiros, mas, sim a de todos os outros 80 senadores.

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