quarta-feira, junho 13, 2007

Zona Azul por cartão é uma mina de dinheiro

Nesta terça-feira, 12, o signatário deste blog participou de uma audiência pública na Câmara Municipal de Osasco, quando vereadores e representantes do Poder Executivo discutiram a implantação do serviço de Zona Azul por cartões na região central da cidade. A empresa vencedora foi a Auto Parque do Brasil Ltda, que já atua em Jundiaí, há 5 anos, em Itatiba, há um ano, e em Montevideo, capital do Uruguai, há 12 anos. O pedido da audiência foi feito pelo vereador André Sacco Júnior.
A empresa vencedora participou do processo licitatório com mais 22 concorrentes. Certamente foi um processo lícito, conforme apresentação feita pelo secretário dos Negócios Municipais, João Góis. Esta nota não tem o objetivo de criticar, mas, sim de enfatizar que todas as concessões públicas são verdadeiras minas de dinheiro para os empresários.
Há muitos anos, desde que começaram as concessões para empresas particulares explorarem os pedágios em rodovias, o que a gente houve são criticas e mais críticas dos partidos de oposição. Em São Paulo, por exemplo, o PT continua reclamando até hoje sobre os processos de concessão a essas empresas.
É claro que o pedágio é muito alto e todas as concessionárias ganham montanhas de dinheiro de maneira muito fácil, não obstante os investimento que elas fazem. O problema é que quando está no poder o PT faz a mesma coisa. O atual Governo Federal é o principal exemplo disso. Agora, por exemplo, querem privatizar até a Amazônia brasileira sob o pretexto de que essa concessão irá ajudar na proteção da floresta. Daqui a pouco, quando acordarmos, a Amazônia já não será mais nossa.
Essa concessão para explorar a Zona Azul em Osasco é outro exemplo. A concessão foi feita por uma administração petista e a maior polêmica ficou por conta justamente do valor que a empresa vencedora irá repassar à Prefeitura. Apenas 10% do faturamento mensal.
Serão 150 vagas na região central e esse faturamento foi estimado em R$ 120 mil por mês. O representante da empresa alega que, segundo estudos, cerca de apenas 40% a 60% das vagas serão preenchidas, com o que não concordam os vereadores da oposição. André Sacco estima que logo de início esse faturamento ficará em torno de R$ 300 mil.
Eu estive recentemente por três vezes na cidade de Jundiaí e, em apenas uma vez, consegui deixar o carro na rua. É claro que não foi pelo simples desejo de deixá-lo em estacionamento particular, onde é oferecido um seguro, mas se paga muito mais caro. O problema é que não tinha vaga nas ruas exploradas pela mesma empresa Auto Parque do Brasil. Ora, Osasco é o maior pólo econômico da região Oeste, com 200 mil veículos emplacados na cidade e mais um fluxo flutuante de 200 mil carros. Então é claro que as 150 vagas dificilmente ficarão vazias.
Assim, a polêmica maior fica mesmo por conta dos 10% repassados à Prefeitura. Concordamos também que a operação do estacionamento público irá ajudar a melhorar o trânsito na cidade, assim como os pedágios melhoraram a segurança nas rodovias.
A empresa terá um investimento direto de R$ 750 mil com a compra dos 50 parquímetros - as máquinas de leitura dos cartões - e mais os salários de 40 funcionários. Mas, convenhamos, ficar com 90% do faturamento mensal, não deixa de ser um excelente negócio. Sem dúvida, uma mina de dinheiro.

5 Comentários:

Às junho 13, 2007 , Blogger Unknown disse...

Especial para o JOGO ABERTO

Na madrugada desta quarta (13) despertei com o intenso barulho de um compressor transportado por um carro. Levantei e fui até a janela de frente para a rua ver do que se tratava aquela fuzarca, às 2 horas da matina.

OLHA A ZONA (AZUL) Aí GENTE!

O carro com o compressor estava estacionado na frente da minha casa. Esfreguei os olhos para ver melhor. Por instantes pensei tratar-se de algum carro alegórico, desses usados em carnaval de rua. Imaginei ter visto cinco rapazes pintores sambando. Ou será que dançavam? Vai ver que dançavam mesmo. Pintar de amarelo o asfalto, às 2 horas da matina, no feriado do Santo Antônio. Que mico...
Será que em vez de sambistas eram fiéis enfeitando a rua para a procissão do Santo?
Dei mais uma esfregadinha nos olhos e vi quando os "sambistas-fiéis" retiraram o molde da faixa amarela do asfalto e saíram correndo, atrás do carro "alegórico", deixando para trás o cheiro de tinta fresca em três linhas amarelas que formaram meio retângulo pintado no asfalto.

E O FLANELINHA, GENTE?

A essa altura eu já não esfregava mais os olhos para ver melhor. Estavam bem abertos. Aquela zona era a zona azul chegando. Pensei logo no simpático flanelinha que há anos trabalha na minha rua. Será que ele também dançará? Ou será que finalmente conquistará um emprego formal? Será que algum legislador ou burocrata lembrou desses cidadãos na hora de aprovar mais uma fonte de arrecadação de dinheiro?

MULTA VERSUS EMPLACAMENTO

Por falar em arrecadação, vi um carro do Demutran multando uma senhora que estacionou seu carro numa vaga permitida para deficientes, numa manhã de domingo fria e deserta. Dessas que ninguém ousa sair de casa muito cedo por causa do frio.
A senhora estacionou ali porque a rua estava deserta, como fica deserto o centro da cidade, nos domingos e feriados.
Ela parou ali para distribuir agasalhos e calçados para um grupo de excluídos, desses que perambulam sujinhos e descalços no centro da pobre cidade rica.
Os olhos daquelas pessoas humildes faíscavam de alegria e gratidão pelo gesto daquela senhora.
O funcionário do Demutran, a serviço da Prefeitura de Osasco,
que trafegava pelo Calçadão (permitido para pedestres),
desceu do carro emplacado numa cidade do Paraná (não lembro se é São José dos Pinhais ou outro nome parecido), sacou o talão de multas e cumpriu o seu dever, indiferente ao pedido de desculpas da mulher e da generosidade do seu gesto cristão, tão raro nos dias em que vivemos.
A mulher pediu desculpas e pagará a multa.
O senador pediu desculpas e nada pagará.
A ministra sexológa pediu para "relaxar e gozar" (que vulgar). Ela também pediu desculpas e ficará por isso mesmo. Só a mulher anônima, a trabalhadora de Cristo, pagará pelo erro.
Quanto a cidade arrecadaria se os carros que trabalham a serviço da Prefeitura fossem todos emplacados em Osasco?
Será que algum dia a igualdade de todos perante a Lei, princípio básico do Direito, será respeitada?

Saudações da Gisele Pecchio
http://gpecchio.blogspot.com

AMAMOS LIVROS ACESSÍVEIS
Dê uma força para essa idéia, você também.

 
Às junho 16, 2007 , Blogger Unknown disse...

Em tempo: o sistema zona azul é tendência nas grandes cidades e, assim como o pedagiamento das grandes vias de acesso, dentro do perímetro urbano, tal como a avenida 23 de Maio, na Capital, parece inevitável. E não só como fonte de arrecadação de tributo em larga escala, mas para tentar ordenar o caos que é o tráfego de veículos na era do individualismo imposto a partir das indústrias do asfalto e do automóvel.
Ocorre que sem estimular os meios de transporte coletivos, notadamente o ferroviário, a zona azul e os pedágios não contribuirão com a solução deste grave problema urbano, nem tão pouco trarão reconhecimento aos gestores públicos, cujo foco deve estar na causa-origem dos problemas e não em soluções paliativas. Por isso, não é de se estranhar quando próximo do calendário eleitoral este tipo de arredação é descontinuado e cai no esquecimento. Foi assim em Osasco, no final da década de 70 e no começo da década de 80.

 
Às junho 16, 2007 , Blogger Renato Ferreira disse...

Sem dúvida, Gisele, o que falta em nossas grandes cidades é um melhor planejamento nas administrações públicas.
Deixando de lado a questão do baixo percentual que a concessionária repassará à Prefeitura - apenas 10% de seu faturamento mensal - para explorar o estacionamento nas ruas de Osasco, outro problema que está longe de se resolver é o congestionamento nas principais vias da cidade, principalmente, nas ruas centrais.
É um sufoco, por exemplo, para o motorista que se encontra próximo ao Mercado Municipal e queira se dirigir para a zona Norte, ou para qualquer outro ponto de Osasco.
E isso só será resolvido quando se pensar na construção de pontes, viadutos ou túneis para desafogar o trânsito, além de investimentos no transporte coletivo com qualidade, tanto rodoviário, quanto ferroviário, como você bem disse. E, cobrar solução para isso,é uma questão de cidadania.

 
Às junho 16, 2007 , Anonymous Anônimo disse...

Caro Renato

Excelente essa idéia da Prefeitura em resolver o problema do estacionamento de rua.
Mas, por que a Prefeitura não resolve de vêz também com o problema de carros de som que pertubam a cidade o dia inteiro, o barulho em bares em diversos bairros e a pouca vergonha desses travetis na Avenida dos Autonomistas?
Isso é mais grave ainda do que os estacionamentos e os flanelinhas.
Cadê a fiscalização?

 
Às outubro 13, 2007 , Anonymous Anônimo disse...

cara Gisele e caro Renato
impossivel compreender o PT
defende tanto a criaçao de empregos
quando estao forado poder.
quando conquistao o governo querem so oPODER.
empregao os de fora e dao bananas as familias e empresas de osasco.
E'o geito PT de governar.
visite o blog andre sacco
saudaçoes cordiais.

 

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