STF julga "bando" do Mensalão
O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta quarta-feira o julgamento dos parlamentares, assessores e empresários envolvidos no mensalão, maior e mais vergonhoso caso de corrupção ocorrido sob o Governo Lula. O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, propôs que o STF (Supremo Tribunal Federal) aceite as denúncias contra os 40 acusados de envolvimento no caso. Mas ele lembrou que "não estão em julgamento instituições" e sim "condutas individualizadas".
Na sua opinião, os denunciados tiveram um comportamento próximo ao que é comum ao "submundo do crime". Ele ainda apontou responsabilidades diretas ao ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), no envolvimento com esquema, por sua influência política.
"É notório que ele - Dirceu - exercia influência política, sempre teve e ainda tem grande importância nas deliberações do Partido dos Trabalhadores", afirmou o procurador, referindo-se ao ex-ministro.
Antonio Fernando mencionou ainda que o empresário Marcos Valério tinha acesso livre com Dirceu. Também citou uma reunião de diretores dos bancos BMG e Banco Rural com o ex-dirigente do PT Delúbio Soares e Marcos Valério. Antes, ele lembrou que houve a liberação de "vultuoso" empréstimo de dinheiro para o PT.
"Os elementos probatórios revelam a existência de um eficiente sistema de repasse de valores especialmente a integrantes de diversos partidos que se utilizaram de mecanismos altamente suspeitos de que são exemplos o desprezo absoluto por procedimentos bancários regulares", afirmou o procurador-geral.
Em seguida, Souza levantou suspeitas sobre os repasses de dinheiro efetivados. Segundo ele, o correto teria sido utilizar os mecanismos bancários comuns e não escolher lugares "inadequados".
"A entrega de elevadas quantias em espécie, em locais inadequados: quartos de hotéis e bancas de revistas com a preocupação muito grande inviabilizar a localização do destinatário", disse o procurador-geral.
Souza falou por cerca de uma hora. Antes de concluir, ele deixou algumas perguntas no ar. "Por que não agir às claras como procedem as pessoas de bem? Por que não foram utilizados os mecanismos bancários vigentes no país? Por que o dinheiro era depositado em contas bancárias no exterior? Por que o empresário Marcos Valério e Delúbio Soares mentiram?".
Ao finalizar sua leitura, Souza afirmou que só há uma única conclusão: "todos os denunciados participaram das ações ilícitas expostas na denúncia".
Na denúncia, o procurador-geral cita 40 pessoas envolvidas com o escândalo. Além de José Dirceu, são citados o deputado José Genoino (PT-SP), o publicitário Marcos Valério e os ex-dirigentes petistas Delúbio Soares e Silvio Pereira, dentre outros acusados.
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