quarta-feira, maio 14, 2014

Guaratinguetá/Osasco - Toque de bola refinado, mas, excessivo

OPINIÃO – Renato Ferreira

SPFC e Audax
Contra o SPFC, no Morumbi, o toque excessivo do Audax prejudicou o time
O time do Guaratinguetá, que disputa a Série C do Campeonato Brasileiro com o elenco e comissão técnica do Audax, de Osasco,  levou para a competição nacional o mesmo toque de bola refinado, que o treinador Fernando Diniz implantou no Paulistão de 2014, onde o Audax fez sucesso. O time de Osasco surpreendeu os adversários e a crítica com uma ousada tática de jogo. E com um toque refinado e muito bem treinado, a equipe osasquense chegou a empolgar na competição, empatando e até ganhando dos grandes times de São Paulo.


É, sem dúvida, um toque de bola refinado, mas, que em alguns momentos da partida, passa a ser excessivo e, consequentemente, desnecessário. Durante o Paulistão, além dos elogios, houve também algumas críticas, justamente, porque na defesa, muitas vezes o Audax perdia a bola, dando reais chances de gol ao adversário, como também no ataque, onde sempre havia um toque a mais, quase sempre com o atacante perdendo a bola para os zagueiros.


No Paulistão, a equipe de Fernando Diniz chegou a empolgar com o toque de bola, justamente, porque deu trabalho aos grandes times, chegando a empatar e até ganhar de equipes muito superiores, como Corinthians, Santos e Palmeiras. Mas, na partida contra o São Paulo, no Morumbi, o toque de bola, apesar de ter sido elogiado pelo goleiro Rogério Ceni e pelo treinador Murici, começou a gerar críticas também. Conhecendo o toque excessivo dos jogadores do Audax na defesa, os atacantes são paulinos pressionaram a saída de bola e o resultado foi 4 a 0 para o Tricolor.


Contudo o treinador não mudou sua tática e acho que não precisa mesmo mudar. Só que, talvez, um toque a mais na defesa ou no ataque, pode significar a derrota. O ex-jogador Mário Sérgio, exímio driblador, tem uma tese muito interessante sobre o drible, que pode ser usada também no caso do toque de bola coletivo. Numa entrevista que ouvi do Mário Sérgio, há anos, ele disse: "O drible é um recurso do jogador técnico e que ele pode usar quantas vezes achar necessário, sem que isso seja deboche ao adversário. Mas, ele só não pode dar um drible a mais apenas para se exibir, pois nesse drible a mais e desnecessário, ele pode perder a bola e prejudicar a equipe", ensinou o treinador e comentarista Mário Sérgio.


No jogo do último sábado, em Juiz de Fora, contra o Tupi, o Guaratinguetá envolveu o time da casa, porém, o domínio de bola não se transformou em gol. No final, o Guará sofreu mais uma derrota na competição: perdeu de 1 a 0. E se o Tupi tivesse jogadores mais qualificados no ataque poderia até ter ampliado o placar, pois, no mínimo, em duas oportunidades, eles pressionaram e por pouco não roubaram a bola na cara do gol do Guaratinguetá.


Assisti a partida pelo site da TV Esporte Osasco com a narração do Nélson Jr e comentários de Rodrigo Azevedo. E esse toque excessivo do Guará ficou evidente na narração do Nélson Jr, quando o Guará tocou a bola na defesa e partiu para o ataque depois de deixar quatro jogadores mineiros falando sozinhos no ataque do Tupi. "Agora, já deixamos 4 jogadores deles lá no ataque. Portando, grande chance do Guará, pois são quatro jogadores a menos pra marcar", disse empolgado o competente narrador da TV Esporte Osasco. Mas, em seguida, veio toda a irritação do Nélson Jr, pois, após diversos toques desnecessários, os atacantes do Guará acabaram perdendo a bola para os defensores do Tupi.



Assim, torço para que o Guará não perca esse toque refinado de bola, pois, gosto do futebol arte. Mas, também fico com a velha máxima do futebol, que a gente ouve desde os tempos do velho futebol de várzea:  “Joga a bola pro mato, que o jogo é de campeonato”, Guará!


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