quarta-feira, fevereiro 26, 2014

Festa do Plano Real eleva o tom da disputa política

Aécio X Dilma
Com a festa tucana sobre o Plano Real, o clima da campanha tende a ficar mais polarizado entre Aécio Neves e Dilma Rousseff

Por solicitação do senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato à Presidência da República, nesta terça-feira, 25, o Senado realizou uma sessão solene para comemorar os 20 anos do Plano Real. Comandada pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), a sessão contou com a presença de todos senadores tucanos, deputados e outras lideranças do partido, como o próprio Aécio Neves e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.  E tom dos discursos foi no sentido de que o Plano Real "estabilizou e salvou a economia" do país. Porém, o evento, que se transformou numa festa tucana, não teve somente elogios ou destaque do plano econômico, mas, também muitas críticas ao governo petista, o que acabou elevando ainda mais o tom da disputa eleitoral. Após a sessão solene, lideranças petistas rechaçaram as críticas tucanas.  Para os petistas, o governo Lula "salvou" o Plano Real.


O Plano Real foi lançado em 27 de fevereiro de 1994, no governo de Itamar Franco, com a edição da Medida Provisória 434/1994. Passados 20 anos, o plano é considerado por especialistas como um amplo programa de estabilização econômica. Seu principal objetivo era o controle da hiperinflação que assolava o país. Para se implantar o Plano Real, seus idealizadores criaram a Unidade Real de Valor (URV), moeda virtual que serviu para a transição entre o Cruzeiro Real e o Real. Por determinação de Itamar Franco, a equipe de economistas que elaborou o plano era comandada pelo então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso.


Tucanos atacam

Depois de falar sobre as vantagens do Plano Real e destacar também que o PT votou contra a sua implantação,  Aécio Neves, frisou: “A verdade é que os 12 anos de governo do PT levaram o Brasil a estar hoje, mais uma vez, mergulhado num ambiente de desesperança e descrença no futuro. Até a valiosa estabilidade da nossa moeda vem sendo colocada em risco, sob ataques sorrateiros daqueles que sempre foram seus mais aguerridos adversários”, disse o senador mineiro.


E, além de criticar a política econômica, Aécio criticou também a política internacional do atual governo: “A equivocada diplomacia ideológica petista nos leva a vergonhosas omissões quando crises se agravam no nosso entorno, como ocorre agora na vizinha Venezuela. A comunidade internacional nos vê cada vez com maior desconfiança. Essa é a realidade”, enfatizou.


Por sua vez, mesmo sem citar o nome de Aécio, o ex-presidente FHC, criticou a taxa de crescimento do país. “A taxa de crescimento da produtividade é quase nula no País. Chegou o momento de uma nova palavra, mais moça, mais forte para abrir horizontes novos no Brasil. Estamos precisando de ar novo, sangue novo", disse FHC.


Petistas retrucam

Após a sessão solene, parlamentares petistas foram à tribuna do Senado para rechaçar as críticas tucanas. Para os petistas, coube à gestão de Lula "resgatar" os objetivos de estabilização da economia previstos no Plano Real. "Essa tendência de desmerecimento ao PT, não faz jus à postura de Lula e do PT de apoio ao Real nove anos depois, a partir de 2003,  para salvar e resgatar o Plano Real", disse a senadora ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR).


Sobre o fato de que o PT foi contra o Plano Real, Gleisi disse que não caberia ao governo tucano "solicitar à oposição apoio aos seus planos e a seus projetos". Para senadora petista, as experiências anteriores com fracassos de outros planos econômicos forçavam o PT, naquela época, a se valer do benefício da dúvida.


Eduardo Suplicy (PT-SP) também defendeu os governos de Lula e da Dilma Rousseff. Como a senadora Gleisi Hoffmann, Suplicy também citou números já divulgados por Lula sobre os "avanços" econômicos conquistados nesses 11 anos de administração petista. E a partir de agora, o clima eleitoral só tende a esquentar, sobretudo, entre petistas e tucanos, uma vez que Aécio Neves, ao contrário de campanhas anteriores, está disposto a trazer o Plano Real e também as gestões de FHC para o debate político.


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