domingo, fevereiro 23, 2014

Onze jornalistas foram assassinados no Brasil, nos últimos 14 meses

Violência contra jornalista - policial joga gasConforme matéria publicada pelo Jornal O Globo, neste domingo, 23, o Brasil é um dos países onde mais tem crescido a violência contra jornalistas nos últimos anos. Segundo a matéria, nos últimos seis anos,  são registrados três casos de violência contra profissionais de imprensa por mês, em média, no Brasil. E os números são preocupantes. De 2008 até hoje, 244 profissionais (jornalistas, radialistas, fotógrafos e cinegrafistas) foram vítimas de crimes como homicídio, tentativa de homicídio, ameaça de morte, agressão física ou prisão arbitrária. Os dados fazem parte de um relatório inédito da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) que será apresentado nos próximos dias ao Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana.


Um documento, obtido com exclusividade pelo GLOBO, revela que o cenário de violência contra profissionais da imprensa, como consequência do seu trabalho, é ainda mais grave do que vinha sendo divulgado por órgãos internacionais. Segundos as entidades estrangeiras, eram 8 os casos de assassinatos de jornalistas de 2013 até h0je, porém, o relatório do governo vai mostrar que foram 11 os jornalistas assassinados. E, no período usado para para a elaboração do relatório (de março de 2008 a fevereiro de 2014), o documento revela que foram 34 homicídios em todo o país. A maioria dos casos continua sem esclarecimento ou punição dos culpados.


Justamente, agora, em que o Brasil revela para o mundo, através de provas, que o jornalista Vladmir Herzog, foi assassinado pela ditadura,  o país e o munto constatam um aumento nos casos de violência contra jornalistas, em relação aos demais países nos últimos anos. Conforme levantamento do Committee to Protect Journalists (Comitê de Proteção aos Jornalistas), em 2013, o Brasil ficou na 10ª posição no ranking de países mais perigosos para o trabalho de jornalistas. Em 2012, ele era o 11º. Na América Latina, o Brasil fica atrás somente do México e da Colômbia.


Cinegrafista Santiago AndradeO ano de 2013, foi o período em que mais se registrou homicídios de profissionais da imprensa no país, desde que esses índices começaram a ser monitorado pelo Centro de Informações das Nações Unidas (UNIC). Somente nestes dois primeiros meses de 2014, já foram registrados dois assassinatos, ambos no Rio de Janeiro. O primeiro e que acabou sendo destaque no mundo inteiro, foi a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Andrade (foto), atingido por um rojão na cabeça, quando cobria uma manifestação no Centro do Rio. Há poucos dias, no município de Miguel Pereira, o dono do jornal Panorama Regional, Pedro Palma, morreu após ser atingido a tiros na rua. Segundo consta, o jornalista publicava denúncias contra prefeituras em seu jornal.


Observatório 
Segundo informações da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o governo estuda a criação de um observatório nacional para monitorar crimes contra jornalistas, que seria a principal recomendação deste relatório. O objetivo é impedir que os crimes fiquem sem punição. "Nesse um ano de diagnóstico confirmamos que a maioria dos casos de violência acontece em pequenas localidades, onde, em geral, os mandantes exercem forte influência sobre a Justiça e a polícia. Isso quando não tem gente da própria polícia envolvida",  afirma Tarcísio Dal Maso,  coordenador do grupo de trabalho.


Por sua vez, o diretor do Centro de Informações da ONU, Giancarlo Summa, diz que o principal valor desse relatório é o reconhecimento do problema pelo governo brasileiro. "Esse documento tem dupla importância. Primeiro, será uma afirmação oficial do governo de que a questão é grave. Segundo, é a primeira vez que um documento desse tipo é produzido por todos os atores de peso". 


Outro objetivo do relatório também  é a federalização dos crimes contra jornalistas.  "A ideia é que o observatório, ao constatar que alguma investigação está sendo dificultada, acione o Ministério da Justiça para a Polícia Federal intervir", enfatizou Dal Maso.


Já o presidente da Federação de Jornalistas da América Latina e Caribe, Celso Schroder, faz um alerta:  "O relatório é bem-vindo, mas ele apenas faz sugestões. Precisamos que o governo disponibilize recursos para as ações saírem do papel".  "Com informações do Jornal O Globo: www.jornaloglobo.com) 


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