As investigações sobre o acidente de avião que matou o presidenciável Eduardo Campos (PSB), na última quarta-feira, 13, vão ter o auxílio de peritos de dois órgãos americanos e outro canadense especializados em investigação de acidentes aéreos. Além de Campos, a queda do avião, na cidade de Santos, matou também de outra seis pessoas - dois pilotos e assessores - que estavam a bordo da aeronave, um bimotor Cessna, que havia decolado do Rio de Janeiro com destino ao aeroporto de Guarujá.
Até o momento, as investigaçõesão do acidente são conduzidas pelo Centro de Investigação de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Aeronáutica. A queda do avião foi comunicada ao National Transportation Safety Board (NTSC), órgão ligado ao governo americano e responsável por investigar acidentes na aviação civil, por ter envolvido uma aeronave de origem americana, um jato modelo Cessna 560XL Plus. Após essa notificação, o NTSC enviou a Santos o investigador de segurança aérea Tim Monville. Recentemente, ele foi responsável pelas investigações do acidente de avião que matou seis membros de uma mesma família, no Kansas, Estados Unidos.
Tim Monville veio acompanhado de mais dois peritos que chegaram a Santos na manhã desta sexta-feira, 15. Eles vistoriam toda a área do local do acidente e conversar com técnicos do Cenipa. Um dos peritos é da Federal Aviation Administration, orgão que regulamenta a aviação civil nos Estados Unidos, e outro, um representante da Cessna, empresa fabricante da aeronave.
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Além dos americanos, vão participar também das investigações um técnico da Pratt & Whitney, empresa canadense fabricante do motor, e um representante da Transportation Safety Board of Canada (TBS), agência de investigação de acidentes aéreos do Canadá. A Aeronáutica informou que os peritos estrangeiros vão atuar no caso como representantes acreditados.
Essa atuação de representantes acreditados é prevista em portaria editada em fevereiro deste ano que reeditou os protocolos de investigação de acidentes aéreos. Uma nota oficial da Força Aérea Brasileira (FAB), diz: "O Estado de registro, o Estado do operador, o Estado de projeto e o Estado de fabricação da aeronave terão o direito de nomear representantes acreditados para participarem da investigação".
Caixa-preta sem dados
Nesta sexta-feira, a FAB informou a caixa-preta do avião não registra dados do voo. Segundo a FAB, os áudios captados na caixa-preta da aeronave não são referentes ao voo realizado na última quarta-feira. Para outros especialistas, os dados do gravador seriam importantíssimos para esclarecer as causas do acidente.
Aliados questionam
Logo após as informações da FAB, dando conta de que a caixa-preta do avião não registra dados do voo, lideranças do PSB e de outros partidos da aliança, questionaram o fato e pedem maiores esclarecimentos das autoridades da Aeronáutica sobre o acidente. O deputado Federal, Beto Albuquerque (RS), líder do partido na Câmara, disse achar "estranho" a caixa-preta de um avião super moderno não registrar dados sobre um voo entre o Rio de Janeiro e o Litoral paulista.
(Foto: Paulo Whitaker/Reuters)
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