Após dois meses de engavetamento, nesta quarta-feira, dia 6, o Congresso Nacional instalou a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), formada por Deputados e Senadores, para apurar denúncias de irregularidades nos Metrôs de São Paulo e de Brasília, durante os governos do PSDB, na Capital paulista, como também nos governos do DEM e do PMDB, na Capital Federal. Como, atualmente, existem duas CPIs - uma no Senado e outra mista, que apuram irregularidades na Petrobras, fatos que desgastam o Governo Federal, os partidos da base governista esperam que, agora, com a CPMI dos Metrôs a oposição sofra também as consequências de uma CPI, sobretudo, em ano eleitoral.
Os trabalhos para a instalação da CPMI dos Metrôs obedeceram rito acelerado, mas, em consequência de bate boca entre parlamentares da oposição e situação, não houve quórum para a eleição do presidente, do vice e do relator da Comissão de Inquérito. A reunião teve a direção do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), possível presidente da CPMI, conforme indicação do PT.
Mas, devido à falta de quórum, Suplicy suspendeu a reunião e marcou a eleição da direção para o dia 2 de setembro. Após serem escolhidos o presidente, o vice e o relator, a Comissão inicia os trabalhos de aprovação de requerimentos e de agendas para ouvir os primeiros depoimentos. A CPMI é formada por 16 senadores, 16 deputados e mais 36 parlamentares de ambas as Casas, que ficarão na suplência dos membros titulares. O impasse ocorreu também porque o PMDB almeja a presidência da nova CPMI.
Resposta à oposição
A instalação em poucas horas da CPMI dos Metrôs foi vista por alguns analistas com reação dos governistas às críticas da oposição verificadas nos últimos dias nas duas CPIs da Petrobrás. Em pronunciamentos nas duas Comissões, os oposicionistas repercutiram denúncias da imprensa sobre supostas orientações e treinamentos aos diretores da Petrobras antes de seus depoimentos. São depoimentos sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, por parte da Petrobras.
Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), não foi isso que provocou a instalação da CPMI dos Metrôs. “O Renan Calheiros , presidente do Congresso, até tentou instalar a comissão antes, mas não foi possível. Já estava programada a retomada das reuniões para dar início aos trabalhos da CPMI”, afirmou Humberto Costa.
O senador petista ainda qualificou as denúncias sobre os depoimentos na CPI da Petrobras como "bobagens". “Tentam colocar a visão de que, pelo fato de a Secretaria de Relações Institucionais ter acompanhado todo esse processo, teria havido uma tentativa de controle, mas isso não aconteceu. É preciso que descubram outra coisa para transformar em escândalo, porque isso não tem a mínima consistência”, ironizou Costa.
Formação de cartel
Criada em maio, a CPMI dos Metrôs visa investigar, dentre outros assuntos, "fatos referentes à formação de cartel, corrupção de autoridades e outros ilícitos nos contratos, licitações, execução de obras e manutenção de linhas de trens e metrôs no estado de São Paulo e no Distrito Federal". Existem também outras denúncias de "uso irregular de recursos federais na prestação do serviço público de transporte". Em matérias veiculadas pela imprensa, os envolvidos negam as irregularidades.
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