Cidades submersas
Mais uma vez as tempestades de verão estão deixando suas marcas e vítimas nos grandes centros urbanos do Brasil e, sobretudo, nas periferias e encostas. A região metropolitana de São Paulo é um exemplo dessa falta de planejamento de nossos governantes e quem paga caro, muitas vezes, até com a própria vida, é o povo pobre que não tem para onde correr e acaba tendo que enfrentar, como uma vítima indefesa, a fúria das águas.
Muitos podem afirmar que os governos não devem ser responsabilidados por fatores ou tragédias da natureza. Isto é verdade, porém, é verdade também que se os nossos governantes, eleitos para administrar com responsabilidade, tivessem um pouco mais de planejamento, muitas dessas tragédias poderiam ser evitadas.
Hoje, o que vemos é a correria para se corrigir o que foi feito de errado no passado, como essa verdadeira canalização do rio Tietê. Trata-se de uma obra caríssima que, no entanto, já mostrou que não será suficiente para acabar com os alagamentos nas marginais. A mesma coisa ocorre com os piscinões, feitos para reter o excesso de água, o que era feito, claro, de forma natural e eficiente pelas antigas margens e as matas ciliares. Hoje, tudo que se fizer a preço de ouro, jamais irá reter a fúria das águas que correm apenas em cima de asfalto ou em córregos canalizados. O problema é que, se hoje, o governante tenta corrigir o erro do passado, ele acaba cometendo os mesmos erros, ao permitir invasões em mananciais, desmatamento ou a construção de casas em morros e encostas.
Assim, entra ano, sai ano, o sofrimento do povo continua. As televisões estão aí para mostrar o sofrimento anual de comerciantes e pessoas simples que moram nas margens ou encostas de cidades como Osasco e Taboão da Serra, na Grande São Paulo, ou em Caxias, na Baixada Fluminense, para citar apenas três. Os piscinões poderão diminuir esse sofrimento, mas, não acabarão com os problemas das enchentes nesses locais. Enquanto houver pessoas morando em barracos às margens de um rio sujo, ou em encostas e em áreas de risco, as imagens de pessoas desabrigadas, de crianças chorando ou sendo levadas pelas enchentes continuarão a fazer parte do triste noticiário das enchentes. Gostaríamos muito que no próximo ano, essas notícias pudessem ser substituídas por outras que falassem de obras de infraestruturas, de saneamento básico e de pessoas felizes e longe de tragédias anunciadas. Não custa torcer por isso.
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1 Comentários:
O problema do Brasil é que tanto prefeitos, como governadores e o presidente da República, só pensam nas próximas eleições. Quando ele começarem a pensar nas gerações futuras, vamos começar a ter políticas sérias de combate não somente contra as enchentes, mas também contra o analfabetismo e contra a criminalidade. Até lá, teremos ainda que conviver com eleições obrigatórias, políticos medíocres e o povo sofrendo com tudo isso. É lamentável.
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