sábado, dezembro 31, 2005

Deputados abrem a própria cova ao "aceitarem" o caixa dois

Primeiro, os deputados federais agiram corretamente. Seguiram o parecer do Conselho de Ética e cassaram Roberto Jefferson (PTB-RJ), o deputado que fez um grande favor ao Brasil por ter acionado o gatilho da corrupção e escancarado todo esse mar de lama do Governo Federal, mas, que também confessou ter recebido ilegalmente R$ 4 milhões do PT.
Depois agiram de maneira reponsável novamente, ao cassarem o ex-todo poderoso ministro e deputado José Dirceu (PT-SP), acusado de ser o principal mentor do mensalão. Seguiram também o parecer do Conselho de Ética, o que é uma medida sensata e inteligente.
Mas, quando o povo esperava que os deputados federais prosseguissem nessa linha de responsabilidade com os seus mandatos, eis que começou então a espalhar-se por Brasília e por todo o País o cheiro de uma grande pizza com bordas de marmelada.
Os deputados não só absolveram o parlamentar Romeu Queiróz (PTB-MG), como também quebraram uma tradição da Casa, que foi o voto contrário ao parecer do Conselho de Ética que já havia decidido pela cassação do deputado mineiro. Romeu Queiroz era um dos maiores beneficiados pelo valerioduto. Ele próprio confessou que recebera R$ 450 mil do PT para distribuir ao PBT de Minas, mas, o dinheiro não foi contabilizado, ficando, portanto, como caixa dois.
A absolvição de Queiróz foi o mais triste capítulo desta novela "Mensalão", cujos atores e atrizes fazem parte do PT ou dos partidos da base de apoio ao Governo Lula. Ela é o resultado de um grande acordo de governistas que visam, assim, buscar o mesmo destino para os demais parlamentares envolvidos no esquema de corrupção do PT e de Marcos Valério. E olha que não será difícil, pois, depois de absolverem um parlamentar que "custou" R$ 450 mil, como irão condenar os de R$ 20, R$ 50 ou de R$ 100 mil? A CPI dos Correios já provou que existiu o mensalão, porém, o plenário abriu a porteira para negar essa verdade.
Resta saber como esses parlamentares irão explicar ao povo brasileiro a necessidade de se continuar a ter na Câmara dos Deputados um Conselho de Ética. Pois, se o Conselho, que existe justamente para analisar a falta de ética de um parlamentar, o condena, não tem o menor sentido o plenário da Casa absolver esse parlamentar.
Nesse caso, os deputados se esconderam atrás do ridículo voto secreto. E, mais uma vez a minoria sincera, responsável e honesta vai pagar pela maioria dos parlamentares que preferem continuar com a corrupção. Nas eleições de 2006, com certeza, o eleitor brasileiro, mais bem informado e mais politizado, vai jogar esses parlamentares na própria cova que eles criaram lá na Câmara. É uma questão de tempo. E o governo Lula, por ser do PT, partido que "oficializou" o caixa dois, certamente, também vai pagar muito caro por isso.

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