sábado, maio 06, 2006

Muito além de simples ameaças bolivianas


O gesto do presidente da Bolívia, Evo Morales, em nacionalizar suas reservas minerais e invadir a Petrobras, vai muito além dos problemas econômicos causados ao Brasil. Por trás desse desrespeito aos acordos firmados entre os dois países, está uma política de ideologia autoritária patrocinada por Hugo Cháves, presidente da Venezuela, e pelo ditador Fidel Castro.
Essa tentativa de mudar a geografia política na América do Sul, através do autoritarismo, pode trazer sérios problemas ao Continente, inclusive, com conflitos que já começam a pipocar.
Basta a gente olhar para as trocas de acusações entre presidentes e ex-presidentes do Peru e da Venezuela e para as desavenças entre Bolívia e Chile, dentre outros. Por outro lado, o Brasil tenta rechaçar a Alca com um discurso apenas ideológico e vai se isolando no Mercosul, enquanto o Chile se aproxima cada vez dos americanos, como também o Uruguai, Colômbia e Peru vão também se alinhando economicamente com os Estados Unidos.
Pode haver mudanças na geopolítica, mas, o que de bom pode-se esperar de políticos como Chávez, Morales e Fidel? Fidel isolou Cuba do mundo e Chávez já demonstrou que o seu interesse é aumentar sua liderança na região, como também expandir os negócios de empresas estatais da Venezuela, como fez agora na Bolívia. E quem garante que esses três presidentes, com gana de ditadores, não tentarão buscar recursos em qualquer parte do mundo, no Irã, por exemplo, para ajudar a Bolívia a se "livrar" do Brasil?
Enquanto o Lula apóia a decisão boliviana, as autoridades americanas não dormem no ponto e já deram o seu recado. Em 2005, quando esteve no Brasil, a secretária de Segurança, Condoleezza Rice (foto), já havia sido dura diante dos ataques de Hugo Chávez: "A democracia não é feita apenas com eleições livres, mas também com políticas e ações democráticas".
Agora, diante da decisão de Evo Morales - lembre-se, elogiada por Lula - Rice voltou a dar o recado americano: "A América do Sul não pode ficar sujeita a governantes populistas e autoritários e nós seremos rigorosos". O que poderá acontecer, então, se os Estados Unidos apenas imaginarem uma possível chegada dos petrodólares árabes ao Continente? E veja bem que isso não é uma utopia. Em todos os seus discuros, Hugo Chávez não cansa de elogiar o Irã e a sua política nuclear. E, se o Irã tem um presidente louco, os Estados Unidos não ficam muito atrás não.
Então, amigos, para quem tem medo de guerra - e quem não tem? - o negócio é apelar pra Deus e pedir que esses loucos sulamericanos não se aproximem muito desses loucos lá do outro lado do mundo.

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