Muito além de simples ameaças bolivianas


Essa tentativa de mudar a geografia política na América do Sul, através do autoritarismo, pode trazer sérios problemas ao Continente, inclusive, com conflitos que já começam a pipocar.
Basta a gente olhar para as trocas de acusações entre presidentes e ex-presidentes do Peru e da Venezuela e para as desavenças entre Bolívia e Chile, dentre outros. Por outro lado, o Brasil tenta rechaçar a Alca com um discurso apenas ideológico e vai se isolando no Mercosul, enquanto o Chile se aproxima cada vez dos americanos, como também o Uruguai, Colômbia e Peru vão também se alinhando economicamente com os Estados Unidos.
Pode haver mudanças na geopolítica, mas, o que de bom pode-se esperar de políticos como Chávez, Morales e Fidel? Fidel isolou Cuba do mundo e Chávez já demonstrou que o seu interesse é aumentar sua liderança na região, como também expandir os negócios de empresas estatais da Venezuela, como fez agora na Bolívia. E quem garante que esses três presidentes, com gana de ditadores, não tentarão buscar recursos em qualquer parte do mundo, no Irã, por exemplo, para ajudar a Bolívia a se "livrar" do Brasil?
Enquanto o Lula apóia a decisão boliviana, as autoridades americanas não dormem no ponto e já deram o seu recado. Em 2005, quando esteve no Brasil, a secretária de Segurança, Condoleezza Rice (foto), já havia sido dura diante dos ataques de Hugo Chávez: "A democracia não é feita apenas com eleições livres, mas também com políticas e ações democráticas".
Agora, diante da decisão de Evo Morales - lembre-se, elogiada por Lula - Rice voltou a dar o recado americano: "A América do Sul não pode ficar sujeita a governantes populistas e autoritários e nós seremos rigorosos". O que poderá acontecer, então, se os Estados Unidos apenas imaginarem uma possível chegada dos petrodólares árabes ao Continente? E veja bem que isso não é uma utopia. Em todos os seus discuros, Hugo Chávez não cansa de elogiar o Irã e a sua política nuclear. E, se o Irã tem um presidente louco, os Estados Unidos não ficam muito atrás não.
Então, amigos, para quem tem medo de guerra - e quem não tem? - o negócio é apelar pra Deus e pedir que esses loucos sulamericanos não se aproximem muito desses loucos lá do outro lado do mundo.
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