terça-feira, outubro 03, 2006

Lata de lixo é o destino das pesquisas eleitorais

Seja por incompetência ou mesmo pela mais pura manipulação de resultados, a verdade é que a cada eleição que passa os Institutos de Pesquisas vêm se superando no quesito errar e, consequentemente, vêm perdendo credibilidade junto à opinião pública. Comparando os números de todas as pesquisas sobre as eleições deste ano com o resultado das urnas, o destino desses levantamentos não pode ser outro, senão a lata de lixo.
Sabemos que num regime capitalista, onde muitas vezes o empresário não mede as consequências para se chegar à uma meta, até entendemos o trabalho desses institutos. Afinal, eles são empresas privadas, visam lucro e o seu produto é a pesquisa. O que se precisa fazer no Brasil é uma regulamentação sobre a divulgação e o uso das pesquisas, até porque uma pesquisa manipulada tem forte influência sobre muitos eleitores. Se não fosse esse o único interesse do cliente/político, de influenciar o eleitorado, não precisaria de fazer e divulgar tantas pesquisas que não batem com o voto do eleitor.
As falhas das pesquisas deste ano reforçam a tese de que elas são feitas apenas para "agradar" o cliente que está à frente de um governo, independentemente de partido. Os institutos fazem um trabalho suprapartidário. É só verificar as aberrações das pesquisas em diversos estados brasileiros, como no Maranhão, Rio Grande do Sul e na Bahia, para citar alguns. No Maranhão, Roseana Sarney (PFL) tinha a eleição garantida pelas pesquisas, mas vai ter que disputar o segundo turno contra Jakson Lago (PDT). Nos Pampas, o vexame foi maior. Durante toda a campanha, o governador Germano Rigoto (PMDB) era dado como reeleito, mas, o resultado das urnas foi outro. Rigoto não foi nem para o segundo turno, que vai ser disputado entre a tucana Yeda Cruzius, terceira colocada nas pesquisas, e o petista Olívio Dutra.
Mas, se isso não bastasse, coisa pior ainda ocorreria na Bahia. Lá, todas as pesquisas davam como certa a reeleição do governador Paulo Souto (PFL), apoiado pelo polêmico e todo-poderoso senador Antônio Carlos Magalhães. Porém, não era esse o interesse dos baianos, que elegeram, no primeiro turno, o petista Jaques Wagner, ex-ministro de Lula. E para desespero de ACM, foi eleito também o senador João Durval (PDT), que derrotou o candidato pefelista.
Não conformados em errar apenas nos estados, os institutos "trabalharam" também de forma equivocada na eleição presidencial. Desde o início do processo eleitoral, Ibope, Datafolha, Vox Populi, Census e outras coisas do tipo, indicavam que o presidete Lula (PT) iria ser reeleito com grande folga. Em média, as pesquisas mostravam Lula reeleito com cerca de 60% dos votos válidos. Só que quando as urnas foram abertas, o resultado era outro bem diferente. Lula obteve 48% dos votos válidos, e Geraldo Alckmin (PSDB), 42%.
Alguns institutos já estão alegando que eles não erraram. "Foi o povo que mudou". Ora, se a vontade do povo mudou e os institutos não foram capazes de detectar essa mudança, para que servem então as pesquisas? Pode se acreditar numa pesquisa eleitoral que ouve em média 3 mil eleitores num universo de 120 milhões? É difícil, até porque, eles não divulgam as cidades e nem as regiões desses 3 mil eleitores, o que pode dar um peso maior ou menor para um determinado candidato. Enquanto isso, o resultado é dado como se fosse a vontade de todo o eleitorado, passando, assim, uma imagem falsa das intenções de voto.

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