quinta-feira, maio 30, 2013

PT e PMDB - Um casamento em crise

Logo após a eleição da presidente Dilma Rousseff (PT), uma coincidência regimental levou o PMDB, partido do vice Michel Temer, principal aliado do governo, a comandar as duas principais Casas Legislativas do país: a Câmara dos Deputados e o Senado. E como são os presidentes que têm a prerrogativa de colocar, ou não, os projetos de Lei do Executivo, como também propostas polêmicas em votação, muitos petistas torceram o nariz temendo que o governo pudesse se transformar num refém do PMDB. E pelos últimos acontecimentos no Congresso, parece que isso já se tornou uma realidade.


Publicamente, as principais lideranças dos dois partidos negam qualquer problema de relacionamento que possam dificultar a continuação da aliança no futuro, mas, na prática, as dificuldades que o governo vem enfrentando para aprovar suas propostas no Congresso deixam claro que se trata de um casamento em crise. São acusações de ambos os lados, que já acenderam a luz vermelha no Planalto e na cúpula petista.


E as provas da crise vieram à tona durante a votação da MP dos Portos, há 15 dias, quando o governo sofreu para aprovar a proposta depois de várias sessões interrompidas e de votações ininterruptas durante dois dias e duas noites com acusações de todos os lados. Após o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), reunir diversas emendas numa só votação, a MP dos Portos foi chamada de "MP dos Porcos", pelo líder do PR, Anthony Garotinho (RJ), também de um partido aliado.


Contudo, o governo saiu vitorioso e venceu também no Senado em sessões relâmpagos. Só que o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), já adiantou que não vai colocar em votação a MP que reduz as tarifas de energia, para cumprir sua promessa de não votar MPs que chegarem em cima da hora. Para não ficar fragilizada, a Presidente Dilma determinou que a redução será feita por Decreto. Mas, isto acabou acirrando ainda mais as desavenças com o PMDB. Ontem, Renan Calheiros e a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) chegaram a bater boca por telefone.


Diante de tantos problemas com o parceiro, o governo tem feito seguidas reuniões para avaliar a relação, inclusive, para avaliar a capacidade de seus próprios líderes  no Congresso, responsáveis pelas relações institucionais, como a ministra Ideli Salvatti. Mas, parece que o PMDB continua irredutível para desespero da Dilma que deseja continuar a aliança em 2014. O que não será fácil, uma vez que o governador do Rio, Sérgio Cabral, já adiantou que se o PT insistir em lançar o petista Lindeberg Farias a governador, ele deixa de apoiar o governo e poderá apoiar a candidatura do seu amigo, Aécio Neves. E as desavenças entre PT e PMDB já foram detectadas também em outras unidades da Federação. Portanto, daqui pra frente se o PT não andar de acordo com as diretrizes do PMDB, pode ser mesmo que esse casamento acabe antes da campanha de 2014.

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1 Comentários:

Às maio 30, 2013 , Blogger Renato Ferreira disse...

Isto, sem falar que em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, o PMDB sempre esteve, historicamente, atrelado ao PSDB, que surgiu também, justamente, do antigo MDB. E o próprio vice-presidente Michel Temer, não consegue esconder que tem mais “cara” de tucano do que jeito de petista.

Como ocorre no RJ, se em SP, o PMDB insistir mesmo em lançar candidatura própria, o caminho da Dilma ficará ainda mais difícil, enquanto o tucano Aécio poderá aumentar o seu eleitorado em terras bandeirantes. E todos sabem que ter votação boa e ganhar em São Paulo é fundamental para quem quer se eleger presidente da República.

 

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