quinta-feira, janeiro 02, 2014

Caso Alston: Lobista participou de reuniões na CPTM, diz diretor da empresa em depoimento

CPTMConforme matéria publicada na Folha de S.Paulo (on line),  o lobista Arthur Teixeira, apontado pela Polícia Federal como um dos consultores que pagavam propina da Siemens e da Alston a políticos de São Paulo, frequentou reuniões técnicas e acompanhou  e acompanhou contratos dentro da sede da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). A informação foi revelada por José Luiz Lavorente, diretor de operação e manutenção da CPTM, em depoimento à Corregedoria Geral da Administração. A corregedoria é o órgão do governo paulista que investiga a conduta dos servidores suspeitos de envolvimento com o cartel de trens.


Segundo o depoimento de Lavorente, o lobista representou a Alstom, de origem francesa, a CAF, da Espanha, e a Bombardier, do Canadá. "Arthur Teixeira chegava a representar as empresas na fase de execução do contrato", detalhou Lavorente. Já a CPTM afirmoua que são as empresas que decidem quem vai representá-las nas negociações.


As empresas Alstom, CAF e Bombardier venderam trens da série 2000 à CPTM, que foram entregues em 2000. Conforme a matéria, meses depois, essas três empresas e a Siemens foram escolhidas, entre outras, para fazer a manutenção de três lotes de trens da estatal paulista. Esses três contratos, assinados em 2000 e 2001, custaram à CPTM R$ 744 milhões em valores atualizados.


Atualmente, conforme as investigações do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão do governo Federal, os contratos de manutenção – dos trens das séries 2000, 2100 e 3000– foram alvos de cartel, segundo denúncia que a Siemens apresentou ao Cade, em termo  que assinou para cooperar com as investigações do Cade. A Siemens diz nesse documento que foi procurada à época das licitações por Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira, que organizavam uma reunião entre empresas para combinar os preços.


Segundo Lavorente, ele conheceu Arthur Teixeira entre 1999 e 2000. Ele foi levado à CPTM por João Roberto Zaniboni, que ocupou o cargo de diretor de manutenção e operação entre 1999 e 2003.


A Polícia Federal indiciou Zaniboni por suspeita de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de cartel. Segundo as autoridades suíças, Zaniboni recebeu US$ 103,5 mil de Arthur Teixeira em maio de 2000 e US$ 113,4 mil de Sérgio Teixeira, sócio de Arthur, em dezembro daquele ano. Teixeira foi indiciado pela PF como suspeito de ter cometido corrupção passiva, cartel, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.


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