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Renata e Eduardo Campos segurando o filho caçula Miguel, durante a Copa do Mundo, em junho |
Mesmo em meio à dor e ao luto causados pela trágica morte de Eduardo Campos, o PSB não pode deixar de lado a questão que envolve a continuação da campanha e do projeto encabeçado pelo ex-governador de Pernambuco. Agora, que a indicação de Marina Silva para ser a candidata à Presidência já está praticamente definida pelo partido, fato que deverá ser oficializado na próxima quarta-feira, os questionamentos voltam para o nome de quem comporá a chapa como vice. Os próprios familiares, como o irmão de Eduardo, Antonio Campos, e a viúva, Renata Campos, foram os primeiros a apoiar o nome de Marina para substituir Eduardo Campos e a defender que o projeto seja levando em frente.
Alguns nomes do partido já foram ventilados para compor a chapa, como o do deputado Federal e líder do partido na Câmara, Beto Albuquerque (RS), porém, são fortes as possibilidades também da viúva Renata Campos vir a ser vice de Marina Silva. "E ela só não será vice se não quiser", declarou o presidente em exercício do PSB, Roberto Amaral. O deputado Beto Albuquerque disse também que está à disposição do partido, mas, já garantiu que se a Renata desejar a vaga é dela.
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O deputado Beto Albuquerque, Roberto Amaral e outras lideranças do PSB, presentes no Recife |
"A Renata pode ser candidata a presidente, candidata a vice, candidata a governadora, vereadora. Ela é um quadro excepcional. Não fiquem vendo a Renata apenas como esposa do Eduardo. É quadro político da maior importância. Ela é mulher de fortaleza extraordinária”, afirmou Roberto Amaral. Para o dirigente, “se ela autorizar”, o nome será levado para deliberação e provável aprovação da Executiva Nacional do PSB, que se reúne na próxima quarta-feira em Brasília.
“Se ela quiser ser a vice, será ela", resumiu o deputado Beto Albuquerque, neste sábado, após visitar a família de Campos em Recife. Mesmo reclusa na casa da família, na Capital pernambucana, desde quarta-feira, 13, quando aconteceu o acidente, Renata Campos tem mantido articulações com políticos locais. E, segundo informações, após o velório e o sepultamento do marido neste domingo, ela deve participar de um ato político na segunda-feira com o candidato do PSB ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara.
Clamor por Renata vice
Segundo Maurício Rands, ex-deputado Federal e um dos coordenadores do programa de governo da candidatura de Eduardo Campos ao Planalto, há "um clamor nacional" pelo nome de Renata Campos como candidata a vice-presidente na chapa de Marina Silva.. "Há um clamor não só em Pernambuco, mas no Brasil, para que Renata venha a integrar a chapa de Marina como vice", afirmou Rands neste domingo, logo após chegar ao velório do ex-governador. Ele destacou também a atuação da viúva de Campos como gestora e militante do PSB. "Ela tem todas as qualidades para representar o PSB nesta chapa".
Em seguida, o ex-deputado, ressaltou a que Renata Campos poderá contribuir com o projeto presidencial de outras formas, caso não queira assumir a candidatura."É uma decisão que cabe à ela e o Brasil saberá entender a decisão que ela a venha tomar".
Acidente
O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49, morreu na quarta, dia 13, vítima de um acidente aéreo na cidade Santos, litoral de São Paulo. O jato Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, que havia decolado do Rio de Janeiro, pegou fogo e caiu em área residencial no bairro Boqueirão. Além de Campos, dois pilotos e quatro assessores também morreram no acidente. Sete pessoas em solo ficaram feridas.
Os restos mortais foram levados para identificação por meio de DNA no Instituto Médico Legal de São Paulo. No sábado à noite, os corpos foram liberados. A Aeronáutica investiga a queda da aeronave e, segundo informações da FAB, a caixa-preta do avião não registrou os dados do voo. Campos ocupava o terceiro lugar nas pesquisas eleitorais. O acidente, que chocou o Brasil, foi destaque também no mundo inteiro. Seus principais adversários na corrida presidencial, como a presidente Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e o pastor Everaldo Pereira (PSC) lamentaram a morte de Campos e suspenderam seus compromissos de campanha. Na noite anterior ao acidente, em entrevista no Jornal Nacional, Eduardo Campos disse: "Não vamos desistir do Brasil".
Velório
Os corpos de Eduardo Campos e de mais dois assessores estão sendo velados no Palácio Campo das Princesas, sede do Governo de Pernambuco. Outro assessor, cujo corpo foi também levado para o Recife, foi levado a pedido da família para o cemitério de Paulista, cidade da Grande Recife. Os corpos das outras vítimas foram levados para Maringá (PR), Governador Valadares (MG) e Aracaju, Capital do Sergipe.
Participam do velório a Presidente Dilma Roussef, o ex-presidente Lula, todos os governadores, Aécio Neves (PSDB-MG), candidato à Presidência, diversos senadores, deputados e autoridades de todo o país. A estimativa é de que mais de 100 mil pessoas passem pelo velório. Eduardo Campos será sepultado no cemitério de Santo Amaro ao lado do corpo do avô, Miguel Arraes, em Recife.
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