Conforme matéria publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, setores de inteligência do governo brasileiro teriam detectado tentativas do Estado Islâmico em atrair jovens brasileiros para atuarem como terroristas. Os recrutados atuariam como "lobos solitários" — pessoas que não integram listas internacionais de terroristas - e que têm maior mobilidade para realizar atentatos isolados em diferentes regiões do mundo.
Segundo o que o jornal apurou, o Palácio do Planalto recebeu relatórios de órgãos diferentes alertando para o problema e que os órgãos de inteligência vêm trocando informações e também tomando providências. A Casa Civil, responsável pela coordenação das discussões e ações internas sobre o assunto, preocupa-se, principalmente, com a Olimpíada de 2016. Para o governo brasileiro, “a luz amarela está acesa”.
As investigações já apuraram que, apesar de o Brasil não ter histórico de terrorismo, o objetivo do EI é aumentar o espaço de novos militantes, que hoje está concentrado na Europa, para outros continentes, dentre eles a América do Sul. Já teriam sido identificados, pelo menos, 10 brasileiros convertidos e atuando nas redes sociais.
Há informações de que policiais europeus já teriam vindo ao Brasil e se reunido com autoridades em Brasília. As reuniões aconteceram em fevereiro, quando eles trocaram informações com o governo brasileiro.
Segundo o Estadão, a Casa Civil confirmou, em nota, que a prevenção ao terrorismo foi tratada em reunião do grupo de trabalho de segurança pública em grandes eventos. Porém, o governo negou que o recrutamento de brasileiros pelo EI fez parte do encontro na semana passada.
Cunha quer votação rápida da lei antiterror
Se depender do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Lei antiterror pode ser votada rapidamente pelo Congresso Nacional. Segundo ele, a iniciativa de propor uma lei específica contra o terrorismo cabe ao Executivo, mas "é possível que o Parlamento tenha propostas para isso". "Não vejo problema de debater e votar qualquer mudança de legislação com celeridade" afirmou Eduardo Cunha.
Para a Polícia Federal e Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a falta de instrumentos legais para reprimir a ação de terroristas no Brasil é um dos obstáculos, que atrapalha as ações de combate à entrada do Estado Islâmico no país. A falta de uma legislação específica, impede, por exemplo, segundo a PF, que sejam rastreadas nas redes sociais conversas entre internautas e o Estado Islâmico.
Há 22 anos, o Congresso Nacional analisa propostas sobre o tema. No entanto, os projetos não são vistos como prioridade porque há uma noção equivocada que o terrorismo é uma ameaça muito distante do Brasil.
PPS vai pedir informações ao governo sobre EI
No último domingo, 22, o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), informou que o seu partido vai pedir informações ao governo sobre a atuação do Estado Islâmico no país.
"Este é um tema que deve unir Executivo, Legislativo e o Judiciário porque, sem debate e sem estratégia conjunta, não é possível somar forças para enfrentar esta eventual ameaça", disse o deputado. "O Congresso precisa estar envolvido até para fazer as alterações necessárias no nosso ordenamento jurídico, visando fortalecer as instituições", concluiu Rubens Bueno. Essas informações serão solicitadas à Autoridade Pública Olímpica (APO).
Opinião do jornalista Renato Ferreira
As autoridades brasileiras, tanto do Executivo, como Legislativo e Judiciário, devem mesmo agir com urgência no sentido de se criar uma legislação específica contra o terrorismo, pois, neste mundo globalizado de hoje, enganam-se aqueles que pensam que estamos tão distantes das ações dos terroristas como estávamos 30 ou 40 anos atrás.
Isto, sem falar que há muitos anos, nossos jovens e crianças, sem uma educação sólida e melhores perspectivas de vida, já vêm sendo recrutados por traficantes de drogas. Assim, toda a precaução e leis são bem vindas, no sentido de impedir que o terrorismo internacional também comece a recrutar jovens brasileiros.
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