quarta-feira, janeiro 02, 2008

Como réus, mensaleiros se complicam ainda mais


Quem pensou que o episódio mensalão se resumiria a um simples fato político, ou apenas àquela famigerada pizzaria em que se transformou a Câmara dos Deputados, inclusive, com direito à dança da ex-deputada Ângela Guadagnin (PT-SP), comerando a absolvição dos envolvidos, se enganou redondamente. Depois do memorável julgamento no Supremo Tribunal Federal, em 2007, quando as 40 pessoas denunciadas pelo procurador-geral da República, Anônio Fernando de Souza, foram transformadas em réus, o caso passou exclusivamente para a esfera da Justiça, fase em que os indiciados vão ter que provar que não cometeram os crimes dos quais são acusados.
Reuniões no Palácio?
E é justamente nessa fase de depoimentos na condição de réus, iniciada em dezembro de 2007, que os chamados "mensaleiros" estão se complicando ainda mais. A maioria nega que houve qualquer tipo de mensalão, porém, confiram reuniões com represenantes do Partido dos Trabalhadores e os repasse de verbas. E o pior é que alguns dos que foram ouvidos em dezembro afirmam que essas reuniões teriam "ocorrido no Palácio do Planalto", fato que, politicamente, complica não apenas o PT, mas também o Governo do Presidente Lula.
É o caso, por exemplo, do deputado Pedro Henry (PP-MT), - à esquerda - que admitiu, em depoimento à Justiça Federal, que houve ajuda do PT ao PP para o pagamento de honorários advocatícios de Paulo Goyas, que defendia o ex-deputado Ronivon Santiago (PP-AC) em 36 processos no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Acre.
Henry, no entanto, negou qualquer envolvimento com o escândalo do mensalão, embora tenha reconhecido que participou de reuniões com o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) e o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira no Palácio do Planalto. "Estava tendo uma conversa entre o PT e o PP para pagar um advogado para defender Ronivon Santiago", disse o parlamentar à juíza Maria de Fátima Costa, da 10ª Vara Federal Criminal. Réu no processo do mensalão, Henry responde pelos crimes de corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Ele teria recebido R$ 4,1 milhões do esquema.

Ajuda do PT
Já o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP) disse, também em depoimento à juíza Maria de Fátima Costa, que o PT emprestou R$ 7,4 milhões para o extinto PL. A quantia, segundo ele, seria usada para o pagamento de dívidas da campanha eleitoral de 2002. Na ocasião, Costa Neto era presidente do PR --que se juntou ao Prona e trocou o nome para PR.
"Os repasses do dinheiro do PT para o PL sempre foram tratados com o Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT", disse ele no depoimento.
Na denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República), Costa Neto é acusado de ter recebido R$ 10,8 milhões do PT e de ter se associado ao suposto esquema do mensalão --que teria comprado votos da base para votar a favor de projetos do governo.
Costa Neto negou essa associação com o mensalão e disse que os repasses de dinheiro faziam parte do acordo fechado na ocasião com Delúbio. Segundo ele, o dinheiro era transferido do PT para o PL por meio da agência SMPB --que na época pertencia ao empresário Marcos Valério de Souza, acusado de ser o operador do suposto mensalão.
A Justiça Federal já ouviu também, dentre outros acusados, os deputados federais José Genoíno e João Paulo Cunha, ambos do PT-SP, o ex-deputado Paulo Rocha (PT-PA) e o ex-tesoreiro do PT, Delúbio Soares. Todos negam participação no caso mensalão.

2 Comentários:

Às janeiro 11, 2008 , Anonymous Anônimo disse...

Todo esse pessoal que meteu a mão grande no dinheiro do povo brasileiro vai ainda se dar muito mal nesse processo do mensalão.
É em 2008 que os mensaleiros vão sentir a revolta do povo brasileiro. Outubro vem aí...

 
Às janeiro 14, 2008 , Anonymous Anônimo disse...

Em outubro, teremos eleições municipais e,graças a Deus, que a CPI não foi prorrogada.
Povo brasileiro, preste muita atenção na hora de votar, para não desperdiçar o seu voto com amigos ou pessoas ligadas a mensaleiros.
Chega de corrupção e roubalheira!

 

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