terça-feira, outubro 30, 2012

Celso Giglio dircursa na Assembleia e reafirma que foi "vítima de julgamento político" em Osasco

Nesta terça-feira, 30, o deputado estadual Celso Giglio (PSDB) fez um longo discurso na tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo, quando fez um relato dos acontecimentos eleitorais em Osasco. Giglio concorreu ao cargo de prefeito, obtendo mais de 149 mil votos, no entanto, logo após ao primeiro turno, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), confirmou a impugnação de sua candidatura, oficiliazando a eleição do petista Jorge Lapas, que obteve 138 mil votos. Foto de Reinaldo Vaz.


Leia, a seguir, trechos do discurso de Celso Giglio:
 
 
Opinião - Dois pesos, duas medidas

Fui o mais votado no primeiro turno. E a expressão vigorosa da vontade popular não teve reflexo na prática

- Fui prefeito de Osasco durante oito anos. Nesse período, construí hospital, maternidade, teatro, centro cultural, 20 postos de saúde, parque ecológico, escolas, bibliotecas, terminais de ônibus, rodoviária,  -enfim, entreguei à população de minha cidade seus mais importantes e, até hoje, mais utilizados equipamentos públicos. Foram oito anos de administração realizadora, responsável, de amplo reconhecimento popular, e nesses oito anos todas as contas foram aprovadas pelo Tribunal Contas do Estado (TCE), exceto as de 2004. Nessas contas, o TCE fez 12 apontamentos. A prefeitura se defendeu e o tribunal, após ampla e detalhada auditoria, acolheu nossas argumentações em sete casos, sobrando apenas cinco restrições.
Em 2009, a Câmara Municipal de Osasco, composta majoritariamente por vereadores alinhados com meu adversário político, Emídio de Souza, e com o deputado João Paulo Cunha, ambos do PT, entrou em ação: rejeitou minhas contas referentes ao ano de 2004. Na ânsia de me prejudicar politicamente, as irregularidades na Câmara Municipal foram tantas e as aberrações tão evidentes que a sessão foi depois anulada pela Justiça.
O caso foi para o Ministério Público, uma das instituições mais respeitadas da República, talvez a mais rigorosa e detalhista, que analisou as cinco pendências exaradas no levantamento do TCE. Depois de um ano de exame detalhado da documentação e apuração criteriosa dos fatos, o Ministério Público, através do promotor Fábio Luís Machado Garcez, assim concluiu sua avaliação: "Esgotadas as diligências cabíveis, não há elementos mínimos de convicção a este Promotor de Justiça de atitude de improbidade administrativa por parte do prefeito do município de Osasco, no ano de 2004, para embasar uma propositura de Ação Civil Pública". Esse parecer foi ratificado pelo Conselho Superior do Ministério Público, em setembro de 2009. 

 (...)
O prefeito do PT, juntamente com o deputado federal João Paulo Cunha, com o intuito de me atingir politicamente, voltou à carga em 2011, pressionando os vereadores para que desaprovassem minhas contas. A explicação: no ano seguinte, 2012, haveria eleições e meu nome já despontava como favorito nas pesquisas de intenção de voto.
Um aspecto importantíssimo: meu adversário na disputa, encabeçando a coligação do PT, era o deputado João Paulo Cunha. Em plena campanha e após ser julgado no processo do Mensalão e condenado por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, João Paulo renunciou à candidatura " embora, segundo o jornal Folha de S. Paulo, continuasse sendo o grande articulador da candidatura de Jorge Lapas.
Vale ressaltar que o prefeito Emidio, do PT, teve várias contas desaprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado. As contas de 2009 do PT, por exemplo, segundo o TCE (processo 80 TC 000126/026/09) continham mais de 32 impropriedades, entre as quais baixo desempenho nos indicadores de educação e saúde, aplicação de recursos na área educacional abaixo do determinado pela Constituição e gigantescos problemas licitatórios.
Até agora, entretanto, a mesma Câmara Municipal, tão "zelosa", ágil e persistente no processo de desaprovação de minhas contas, não achou que as extensas e gravíssimas irregularidades cometidas pelo prefeito Emídio fossem passíveis de punição.

 (...)
A relatoria do julgamento do recurso (Tribunal Superior Eleitoral) coube à Ministra Luciana Lóssio, em cujo curriculum constam atividades profissionais prestadas ao PT na eleição presidencial de 2010. Não quero insinuar absolutamente nada, acho mesmo que os Ministros são pessoas corretas, mas soa no mínimo estranho que alguém tão próximo ao PT, com um histórico de ligação umbilical ao partido, julgue uma causa que poderia beneficiar exatamente o PT.

 (...)
A minha decepção é muito grande. Grande, porque fui injustiçado. Grande porque fui perseguido politicamente. E grande, também, porque o povo da minha cidade me deu quase 150 mil votos. Fui o mais votado no primeiro turno. E a expressão vigorosa da vontade popular não teve reflexo na prática. Mas quando o que move a decepção é o sentimento de injustiça, acende-se no homem aquilo que talvez ele tenha de mais nobre: a vontade de lutar para corrigir o que está errado. Esta luz está cada vez mais forte dentro de mim. Uma força não apenas para buscar uma reparação pessoal, o que não é pouco e perseguirei sem trégua. Mas também para aperfeiçoar a democracia e manter o respeito irrestrito ao eleitor que, no final das contas, é quem comanda todos nós.

A íntegra do pronunciamento pode ser lida no Portal da Assembleia (www.al.sp.gov.br)
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