Na última sexta, dia 31, cinco anos depois de ter iniciado a investigação em torno da Alstom, o Ministério Público Federal apresentou a primeira denúncia (acusação formal) contra 12 dos investigados no caso, que trata da compra de equipamentos para subestações de energia da EPTE (Empresa Paulista de Transmissão de Energia). Até agora, nenhum político foi denunciado.
Conforme o processo, a Alstom é acusada de ter pago propina de R$ 23,3 milhões a funcionários e a políticos em São Paulo para evitar uma concorrência. Essa rendeu à multinacional francesa R$ 181,3 milhões, em valores atualizados. O suborno foi pago entre 1998 e 2003, quando o Estado era governado por Mário Covas e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB.
Segundo consta no processo, a Alstom teria pago o suborno para que a EPTE usasse um contrato de 1983 na compra das subestações em 1998. Esta compra teria sido feita sem licitação, uma vez o contrato de 1983 tinha caducado em 1988.
O ex-presidente da EPTE e atual prefeito da Cidade Universitária da USP, José Sidnei Colombo Martini, e um ex-diretor da empresa, Celso Sebastião Cerchiari, são acusados de corrupção passiva.
Atualmente, Cerchiari é diretor da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista, empresa privada que comprou a EPTE em 2001. Colombo e Cerchiari são acusados de ter recebido cerca de R$ 4 milhões para fazer a compra sem licitação.
Por sua vez, José Geraldo Villas Boas, ex-presidente da Cesp, também foi denunciado por lavagem de dinheiro. Segundo a acusação, ele recebeu recursos para prestar consultoria, mas não comprovou os serviços prestados. Dois ex-diretores da multinacional francesa, Daniel Huet e Jean Pierre Courtadon, foram denunciados por lavagem de dinheiro.
NA SUÍÇA
Enquanto isso, na Justiça da suíça, Sabino Indelicato, ex-sócio de Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, foi acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A denúncia da Procuradoria afirma que Marinho recebeu US$ 953.690 em uma conta na Suíça. O acusado sempre negou ter conta bancária naquele país. Ele nega também ter beneficiado a Alston.
Segundo os procuradores Rodrigo de Grandis e Andrey Borges de Mendonça, o vereador de São Paulo, Andrea Matarazzo (PSDB), não foi incluído na acusação, porque "não há provas contra ele" nesse caso. Os procuradores decidiram instaurar um inquérito específico para investigar as denúncias contra Andrea Matarazzo. Conforme documentos internos da Alston, na época em que Matarazzo era o titular da Secretaria de Energia do Estado de São Paulo, um funcionário da pasta teria recebido um suborno de 3% do valor do contrato. (Com informação da Folha de S.Paulo)
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