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No sistema Cantareira, a Sabesp já usou pela segunda vez o volume morto para tentar manter o abastecimento para 9 milhões de pessoas |
Para a relatora das Nações Unidas (ONU) na questão da água, a portuguesa Catarina de Albuquerque, a grave crise hídrica em São Paulo é de responsabilidade do governo do Estado. "E não sou a única a achar isso", destaca Catarina.
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Catarina de Albuquerque, relatora da ONU para a questão da água – Foto: (Eduardo Anizelli/Folhapress) |
Ela esteve no Brasil em dezembro de 2013, a convite do governo Federal. E, agora, de volta ao país, Catarina de Albuquerque participou, na semana passada, de um debate sobre a crise da água em Campinas, onde também concedeu uma entrevista à Folha de S.Paulo. Sobre o problema específico de São Paulo, ela disse que "é necessário que os governos se prepararem para a escassez, planejando em tempos de abundância". Ela citou ainda que em Singapura, Japão e Suíça, "a água do esgoto, tratada, é misturada à água comum e, contudo, é de excelente qualidade. Temos de olhar o esgoto como recurso", enfatizou.
Sobre as grandes obras nessa área, como a transposição do rio São Francisco ou do sistema Cantareira, a relatora da ONU disse que obras menores são mais importantes e úteis para enfrentar a crise. "Por várias razões, há uma atração pelas megaobras nos investimentos em temos de água e esgoto, não só no Brasil. Mas, muitas vezes, elas não beneficiam as pessoas que mais precisam de ajuda. E para isso são necessárias obras de pequena escala, que, no entanto, são menos 'sexy' para serem anunciadas", criticou Catarina Albuquerque.
Por outro lado, a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) nega que faltem investimentos ou que houve falhas para enfrentar a crise. O governo tucano atribui a crise à falta de chuvas nos últimos anos, classificada como "inimaginável" e "excepcional".
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