quinta-feira, agosto 28, 2014

CRÔNICAS DE QUINTA: Tanta placa...emplaca?

Caro leitor, comunicamos que todas as quintas-feiras, vamos usar este espaço para comentarmos  um determinado fato do nosso dia-a-dia. 


 Por Renato Ferreira



Ouvindo outro dia a rádio Jovem Pan, de São Paulo, me chamou a atenção a seguinte reclamação de uma dona de casa: "Isso é um absurdo. Agora, além de termos que nos desviar dos buracos nas calçadas, temos também que enfrentar esse labirinto de placas e cavaletes de candidatos sem noção. Será que eles pensam que vão conseguir  votos colocando tantas placas assim e atrapalhando o eleitor até de andar nas calçadas e praças?"


Indignada com esse abuso verificado nas ruas de todas as cidades brasileiras, essa paulistana acabou dando também uma verdadeira aula de marketing. Pois, com raras exceções, os candidatos às eleições de outubro, na ânsia de atingir o eleitor com sua mensagem (e olha que eles "atingem" mesmo), confundem qualidade com quantidade. E, com isso, atiram no próprio pé.


Até que a legislação eleitoral do Brasil vem avançando a cada ano, e, hoje, a população não sofre mais com tanta poluição visual de alguns anos atrás, quando nossas cidades eram invadidas por outdoors de todos os tipos e tamanhos. A loucura era tanta que os candidatos, além de comprarem espaços em muros, não perdoavam nem os postes e árvores com aquela sujeira de cartazes colados em todos os espaços públicos ou privados.


Aquela sujeira acabou, graças a Deus. Só que, agora, os candidatos abusam do direito de espalhar placas, cavaletes e os chamados estandartes, aquelas bandeiras presas a uma lata de cimento por um pedaço de madeira e que ficam tremulando à nossa frente. É uma criatividade espantosa.


Já tem até um movimento nas redes sociais, que a cada eleição ganha mais adeptos: "Você já chutou um cavalete hoje?". E parece que os eleitores indignados estão mesmo ficando espantados com tanta criatividade e treinando chutes por aí. Em muitas  ruas e praças, invariavelmente, a gente encontra mais placas e cavaletes caídos do que em pé com os candidatos sempre sorridentes. 


A dúvida, como a dona de casa alertou, é saber se quem chuta uma placa vai votar naquele candidato derrubado. 


Alianças bizarras


E, além da dificuldade física causada aos eleitores, as placas revelam também uma verdadeira salada de alianças políticas. Com certeza, apostando na falta de informação do seu eleitor - uma triste marca do Brasil - os candidatos continuam sorrindo nas placas mesmo sendo protagonistas das mais bizarras e patéticas dobradas 


Só um exemplo: PT e DEM são, com certeza, os dois partidos que mais se agridem nas tribunas legislativas e nos palanques presidenciais.  O presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN) é o coordenador da campanha presidencial do tucano Aécio Neves. E o que se ouve nessa campanha são apenas críticas, sendo as mais leves, por exemplo, um chamando o outro de corrupto e ladrão.


Mas, tudo isso só vale para os discursos da campanha presidencial, porque na outra ponta, basta a gente procurar um pouquinho que vamos encontrar a foto sorridente de um petista, candidato a deputado Federal, ao lado de um democrata, candidato a deputado Estadual, ou vice-versa. 


É uma verdadeira bagunça de dobradinhas. Mas, basta o eleitor ser um pouco mais bem informado para que esses candidatos caiam também em desgraça mesmo que suas placas, cavaletes e estandartes continuem florindo e tremulando em nossas ruas e praças.



Acompanhe Renato Ferreira também no Quintal da Notícia: www.quintaldanoticia.com.br

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