A repentina entrada de Marina Silva (PSB) na disputa presidencial, provocada pela morte de Eduardo Campos, e a sua decolagem como a de um avião nas pesquisas eleitorais, tem provocado calafrios nas campanhas de seus principais adversários: Dilma Roussseff, candidata à reeleição pelo PT, e Aécio Neves, candidato do PSDB. Ambos ainda não definiram a melhor estratégia para enfrentar a substituta de Campos, mas, já começaram a criticá-la com o objetivo de frear o seu crescimento na preferência do eleitorado.
Conforme a primeira pesquisa do Datafolha, realizada logo após a morte de Eduardo Campos, Marina Silva já aparecia empatada com Aécio Neves, em torno dos 20%, ficando atrás de Dilma em primeiro lugar, com 36% nas intenções de voto. Nesta semana, outras duas pesquisas - Ibope, na terça-feira, e Datafolha, na sexta-feira - deverão trazer novidades boas para Marina Silva e não tão boas para petistas e tucanos. As próprias pesquisas internas dos dois partidos têm mostrado o crescimento da candidata do PSB.
Onda que passa
Nesta segunda-feira, 26, no Rio de Janeiro, o senador Aécio Neves comparou o crescimento de Marina Silva nas pesquisas como uma "onda que passará". Para o candidato tucano, esse crescimento da candidata do PSB "é passageiro" e ele acredita que voltará a ocupar o segundo lugar isolado nas pesquisas. Sobre os programas apresentados por Dilma e Marina, Aécio ironizou e disse que os seus projetos são "mais consistentes". "Prefiro os originais" , disse Aécio, referindo-se aos programas de FHC e que foram ampliados nos governos de Lula, segundo Aécio.
Sem experiência
Já a presidente Dilma Rousseff respondeu as críticas de Marina Silva, que disse que o Brasil "não precisa de gerente" no poder da Nação. Neste domingo, 24, Dilma disse que essa afirmação de Marina "é uma temeridade". "Só pode ser de alguém sem experiência administrativa e que não sabe que é fundamental para um país da complexidade do Brasil dar conta de tudo no exercício da Presidência da República", afirmou Dilma.
Instituições fortalecidas
E a pouco mais de um mês das eleições, a candidata Marina Silva se vê pressionada de todos os lados. Além das críticas dos adversários que tendem aumentar com o andar da campanha, a candidata, que só entrou no PSB, porque o seu partido - Rede Sustentabilidade - não foi registrado pelo TSE a tempo dela se candidatar pela sua própria legenda, Marina sofre pressão também dentro do seu novo partido, na imprensa e nas redes sociais. Logo após o seu nome ser oficializado como candidata do PSB, dois representantes do partido deixaram a coordenação da campanha criticando a nova candidata.
Neste domingo, Marina Silva afirmou que o seu "programa de participação popular" que será apresentado na sexta-feira, tem por objetivo "fortalecer as instituições". Sua declaração é um tipo de resposta à matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo, que afirma que o programa de Marina defende a Política Nacional de Participação Social, instituída por Decreto da presidente Dilma Rousseff. O Decreto orienta órgãos federais a criar conselhos com participação de movimentos sociais para acompanhar e fiscalizar a criação e aplicação de políticas públicas.
Para os críticos e grande maioria dos congressistas, o Decreto é uma forma de "aparelhar o Estado" e tira prerrogativas de fiscalização do Parlamento brasileiro. O Decreto sofre tanta resistência no Congresso que, por duas vezes, os parlamentares do PT obstruíram votações para derrubá-lo na Câmara dos Deputados. Membros da oposição e também de vários partidos da base governista, como o PMDB, exigem que o assunto seja apresentado como Projeto de Lei em obediência à Constituição Federal.
Debate na Band
Nesta terça-feira, 26, será realizado pela TV Bandeirantes o primeiro debate entre os candidatos à Presidência da República. O encontro estava marcado para o dia 21 de agosto, mas, devido à morte de Eduardo Campos, foi transferido para o dia 26.
O debate da Band é esperado com grande expectativa, tanto pelos críticos, como também pelos eleitores que esperam assim, poder obter maior conhecimento sobre os programas, sobretudo, dos três principais candidatos ao Palácio do Planalto. Marina Silva que, como candidata, apavora seus principais adversários, além das questões apontadas a cima, é possível, que ela seja questionada também sobre as funções de seu marido no governo petista do Acre, onde trabalhava há mais de 20 anos, e de onde pediu exoneração na semana passada, quando ficou claro que seria ela a candidata do PSB.
Enquanto isso, há também a expectativa sobre questões espinhosas para Dilma Roussef e Aécio Neves, respectivamente, relacionadas ao mensalão, à política econômica do país, como também à construção do aeroporto na cidade mineira de Cláudio e às denúncias de cartel na construção do Metrô de São Paulo.
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