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Em nota, o senador Wellington Dias afirma que o assessor encontra-se de férias e estava em viagem particular |
Nesta quinta-feira, dia 11, um funcionário do gabinete do senador Wellington Dias (PT-PI), candidato ao governo do Piaui, foi detido no interior da Bahia com R$ 180 mil em notas de cem. Conforme explicou o delegado Francisco de Sá, de Barreiras, José Martinho Ferreira de Araújo, motorista lotado no gabinete do senador petista, alegou que era o dono do dinheiro e negou qualquer ligação do senador Wellington Dias com os R$ 180 mil apreendidos.
O assessor foi detido por volta das 11h30 pela Polícia Rodoviária Federal na BR-242, em Barreiras (BA). Segundo a PF, o dinheiro estava escondido embaixo do banco traseiro do Pálio que pertence a Araújo.
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O dinheiro estava escondido sob o banco traseiro do veículo - (foto: Jadiel Luiz/Blog do Sigi Vilares) |
O motorista afirmou à polícia que estava se dirigindo para a cidade de São Miguel do Fidalgo (PI), onde compraria "uma propriedade rural, bodes e cabras". No entanto, José Martinho Ferreira de Araujo não soube explicar a origem do dinheiro, segundo o delegado de Barreiras.
Após ser ouvido pela PF, o assessor foi liberado. A quantia foi apreendida pela polícia e será encaminhada à Justiça Federal. Já o veículo, que segundo a polícia, não apresentava nenhuma irregularidade foi também foi liberado.
Em nota, o senador Wellington Dias afirma que "não tem qualquer relação com o fato" e que o assessor estava em férias, em viagem pessoal, sem ligação com o Senado. O senador petista afirmou também que o motorista diz "ter como comprovar a origem do dinheiro, já que a mulher dele é comerciante". "A quantia seria usada para comprar uma fazenda no Piauí, onde o sr. José Martinho cria gado com o pai", diz trecho da nota.
Araújo ocupa o cargo comissionado de motorista no gabinete do senador petista desde 8 de fevereiro de 2011. O assessor recebeu em agosto R$ 4.469,89 de salário mais auxílios, conforme dados do Portal Transparência do Senado.
No momento em que foi surpreendido pela polícia, Araújo estava acompanhado de Paulo Fernando de Sousa, que dirigia o Pálio. Ele portava uma carteira de habilitação falsa e afirmou afirmou ter comprado o documento falso por R$ 1.000 em Águas Lindas (GO), conforme explicou o delegado. Paulo Fernando Sousa ficou preso e deve ser indiciado sob suspeita de portar documento falso.
Íntegra da nota do senador:
"O senador Wellington Dias (PT-PI) esclarece que não tem qualquer relação com o fato ocorrido no município de Barreiras, na Bahia, envolvendo o senhor José Martinho Ferreira de Araújo, servidor do Senado Federal, que, no momento do fato noticiado, se encontra de férias das suas funções, estando, portanto, em viagem pessoal sem qualquer ligação com a atividade do Senado ou do próprio senador. O carro usado não pertence ao senador ou ao Senado. O senhor José Martinho, em depoimento prestado à polícia, disse ter como comprovar a origem do dinheiro, já que a mulher dele é comerciante. A quantia seria usada para comprar uma fazenda no Piauí, onde o sr. José Martinho cria gado com o pai. Para esclarecer melhor o assunto, os advogados do senador estudam pedir um 'direito de resposta' aos veículos de comunicação, de forma a não restar dúvidas sobre o ocorrido."
Senador Wellington Dias
Opinião de Renato Ferreira
- Parece que parte da classe política brasileira não aprende mesmo como se deve praticar a boa política com honestidade e respeito à população. Mesmo com tantas apreensões de dinheiro em meias, malas e cuecas, com mensalões de todos os partidos e com prisões de parlamentares, ministros e assessores nos últimos anos, a polícia continua prendendo assessores de parlamentares portando elevadas quantias de dinheiro. Será que algum dia o Brasil vai ficar livre desse tipo de prática política? E tudo isso ocorrendo, justamente, em plena campanha eleitoral.
Atualmente, qualquer pessoa por mais simples que seja, sabe que a forma mais segura de fazer um pagamento é através das operações bancárias, até mesmo pelo risco que se corre ao trafegar com dinheiro vivo. Mas, no entanto, esse assessor do Senado foi flagrado levando R$ 180 mil para comprar uma fazenda, cabras e bodes.
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