domingo, janeiro 11, 2015

Franca e Brasil: Diferenças básicas até nas manifestações

Opinião do jornalista Renato Ferreira

Agora, são 16h35 no Brasil, deste domingo, de 11. E  já é noite na França, onde uma multidão ainda se encontra nas ruas de Paris participando de uma manifestação histórica contra o terrorismo. Segundo a imprensa internacional, mais de um milhão de pessoas foram às ruas da capital francesa em protesto aos atos de terroristas que só nesta semana mataram 12 pessoas na redação de uma revista, além de outros sequestros com vítimas.


Na quarta-feira, dia 7, foi registrado o mais grave ataque terrorista na França dos últimos anos. O jornal satírico Charlie Hebdo foi alvo de um atentado e 12 pessoas morreram. Logo após o atentado, uma verdadeira caçada aos terroristas foi colocada em prática por todas as forças de segurança da França. Um dos terroristas se entregou logo após o atentado, enquanto os outros dois - os irmãos Said e Cherif  Kouachcriando um blog - foram encurralados e mortos pela polícia na sexta-feira, dia 9. No mesmo dia, a polícia já havia matado um outro terrorista que invadiu um mercado judaico, onde quatro judeus foram assassinados. 



Multidão e autoridades


Hoje, o ato contra o terrorismo em Paris foi denominado de “marcha republicana”  e é uma demonstração de união diante da violência extremista. A manifestação foi convocada pelo presidente francês Francois Hollande. O ato contou com uma multidão de pessoas e também com a presença de líderes internacionais, como a chanceler alemã, Angela Merkel, o premiê britânico, David Cameron, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, dentre outros.  O embaixador do Brasil na França também confirmou presença na manifestação. 


A presença de líderes internacionais é uma resposta ao convite do presidente François Hollande. Para Holland, esse apoio do povo e de lideranças internacionais é a prova de unidade que todos demonstram contra o terrorismo. Além da multidão no Centro de Paris, houve também manifestações em outras cidades francesas, como também em outras capitais e cidades do mundo.


Diferenças básicas

Essa manifestação histórica lá em Paris escancara também que em pleno século 21, há uma grande diferença entre a França e o Brasil, até mesmo em atos públicos de manifestações. Com certeza, trata-se de uma diferença cultural entre as duas Nações, mas, que deixa claro também o quanto estamos atrás dos franceses em termos de união do povo para fazer qualquer tipo de manifestação.


Enquanto lá em Paris, estamos vendo uma multidão unida de cara limpa e sem máscara manifestando-se em paz contra o terrorismo, aqui no Brasil, o máximo que conseguimos ver são grupos desunidos, comandados ou não por entidades políticas e sindicais, mas, que em vez de se manifestar e reivindicar algo apenas, esses grupos mascarados passam a depredar bens públicos e privados e a enfrentar as forças policiais.


Muitos podem até argumentar que lá na França o povo está unido contra atos de terroristas, que mataram 12 pessoas a sangre frio na redação de um jornal por intolerância religiosa. E que  no Brasil não temos terrorismo e as manifestações se dão contra escândalos políticos ou por aumento de tarifas de ônibus como aconteceu mais uma vez nesta semana em São Paulo.


Mas, será que esse argumento reflete a realidade do dia-a-dia do Brasileiro? É certo que não temos ainda atos de terrorismo como os que vêm acontecendo em outros países, porém, se formos analisar em termos de assassinatos, com certeza, vamos constatar pelas estatísticas que o Brasil é um dos países onde mais se morre por homicídios. Onde pessoas inocentes ou não também são assassinadas em chacinas. As causas podem ser outras, porém, mata-se mais aqui do que em qualquer outro país desenvolvido ou em desenvolvimento.


Então, o que queremos deixar  claro com esta matéria opinativa é que, infelizmente, estamos ainda muito atrasados quando o assunto diz respeito à união do povo. Pois, o que vimos hoje na França é que, além da união do povo para se manifestar, eles não precisam enfrentar a polícia e muito menos sair depredando bens públicos ou privados. Não é somente uma questão de cultura, mas, também de educação e respeito ao próximo.


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