Depois de dois dias de implacável perseguição policial, os irmãos Said e Cherif Kouachi foram mortos na tarde desta sexta-feira, 9, em uma operação conjunta da Polícia Francesa, em Dammartin-en-Goele, a 30 km de Paris. Durante a ação contra os jihadistas que atacaram a revista Charlie Hebdo, na última quarta-feira, 7, os policiais invadiram o mercado judeu na periferia de Paris, que também era alvo de terroristas, e mataram o terceiro homem. A informação foi confirmada pela imprensa e pela polícia da França.
Os dois irmãos suspeitos do massacre na revista Charlie Hebdo, após fugirem do centro de Paris, na quarta-feira, estavam abrigados dentro de uma gráfica na região de Dammartin-en-Goel. No local, eles fizeram um refém e reagiram contra a polícia. Mais tarde, o refém foi liberado. A polícia chegou a detonar explosivos próximo ao local, por volta das 16h GMT (14h de Brasília).
Segundo a imprensa francesa, uma coluna de fumaça começou a subir no local. A agência de notícias France Presse informou que após o ataque dos policiais, os terroristas chegaram a sair da gráfica e abriram fogo contra as forças de segurança. Em seguida, foram ouvidos vários disparos, segundo testemunhas.
Escolas fechadas
Desde a quarta-feira de terror, a França vem passando por momentos de medo e insegurança. Nesta sexta-feira, na parte da manhã, surgiram outros casos de sequestros logo após ter sido publicada a notícia da localização dos terroristas. Por precaução, centros de ensino da região foram esvaziados. Aproximadamente, 200 crianças de uma pré-escola, de uma escola de ensino fundamental e de outra de ensino médio foram levadas ao ginásio da cidade.
Também na parte da manhã, o sequestrador identificado como Amedy Coulibaly, de 32 anos, invadiu um mercado judaico na região de Porte de Vincennes, em Paris,junto com a namorada Hayat Boumeddiene, de 26 anos, também suspeita do ataque em Montrouge. Os sequestradores avisaram que só libertaria os reféns após os irmãos Kouachi fossem libertados pela polícia. Após algumas horas de negociações, os policiais invadiram o mercado e mataram o sequestrador.
Por sua vez, o presidente da França, Hollande reiterou seu apelo à "Unidade Nacional" e chamou "todos os cidadãos" a comparecer às ruas para a manifestação marcada para o próximo domingo em homenagem às vítimas do terrorismo.
Luta contra o terrorismo
Segundo informou o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, a França está em guerra "contra o terrorismo, não contra uma religião". Ele afirmou que serão necessárias novas medidas "para responder à ameaça". "Estamos em uma guerra contra o terrorismo. Não estamos em uma guerra contra uma religião, contra uma civilização", disse Valls.
Em Washington, autoridades americanas disseram hoje que os dois suspeitos, franceses de origem argelina, já figuravam há anos na lista negra americana de terroristas, e que Said Kouachi recebeu treinamento de armas no Iêmen.
O atentado à revista Charlie Hebdo, onde 12 funcionários foram assassinados, foi saudado pelos jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) e pelos shebab somalis, que o consideraram como um ataque "heroico". "Charlie Hebdo insultou nosso profeta e indignou milhares de muçulmanos. Os dois irmãos (suspeitos do ataque) são os primeiros a ter se vingado", diz a nota divulgada pela emissora oficial do movimento da Somália.
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