Oposição irada é um presente para o Governo
Tem sido comum a gente ver cenas de pugilato em parlamentos da Ásia, como na Coréia, ou mesmo no Japão, onde não precisa de muita ofensa para que os parlamentares partam para a briga e agressão física.
Aqui no Brasil, com todas essas investigações de corrupção envolvendo empresas públicas, empresários, representantes do Governo e parlamentares, o clima esquenta no Congresso e já têm senadores e deputados afirmando que "darão uma surra" até no presidente Lula se alguns de seus familiares forem atacados.
O primeiro a iniciar essa onda de violência verbal foi o senador e líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Ele disse que a sua família tem sofrido ameaças. "Eu daria uma surra até no Lula, se alguma coisa acontecer com meus familiares". Depois foi a vez do jovem deputado ACM Neto (PFL), que disse que seus telefones foram grampeados pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência). "O senador Arthur Vigílio não dará a surra sozinho. Eu também darei uma surra em quem mexer comigo ou com a minha família", ameaçou, o neto de ACM.
E a violência verbal no Congresso não parou por aí. A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), que foi expulsa do PT e disse que também já sofreu ameaça, foi além e mudou o tempo do verbo. "Eu não daria. Eu dou uma surra hoje em quem ousar colocar as mãos sobre os meus filhos", disse a senadora alagoana.
Essas afirmações de surra estão caindo como uma luva nas mãos dos governistas. Com certeza, os parlamentares não terão oportunidade de encontrar o presidente Lula numa esquina qualquer, sozinho, para colocar em prática o que estão falando na tribuna, mas certamente, já transformaram o Presidente em vítima. Era tudo que os petistas queriam.
"Muitas vezes fui crítico ao presidente Fernando Henrique Cardoso, mas sem perder o respeito a ele", disse o pacato senador Eduardo Suplicy (PT-SP). "O senhor tem todo o direito de bater em quem estiver envolvido nisso, mas não de dizer, sem qualquer prova, que daria uma surra no presidente Lula ", afirmou a não menos briguenta senadora Ideli Salvatti (PT-SC).
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