quarta-feira, novembro 16, 2005

Palocci pode ofuscar depoimento de Okamoto

É de se estranhar essa repentina mudança na data do comparecimento do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para falar de economia e, principalmente, da crise política que o coloca no olho do furacão. Palocci iria ao Senado somente na próxima semana, dia 22 e, de repente, ele muda a data e comparece nesta quarta-feira, 16. O normal, principalmente, em épocas de crise é a gente ver o governo fazer de tudo para evitar que seus ministros sejam interrogados por parlamentares, como inclusive, aconteceu com José Dirceu.
Esssa mudança, no entanto, pode ter duas leituras: a primeira é que, realmente, o Governo Lula está com muito medo de perder o ministro Palocci que, apesar de continuar com a mesma política econômica de Fernando Henrique Cardoso, até com mais ortodoxia do que os tucanos, trata-se do ministro que comanda a área de maior sucesso dos petistas. Nesse caso, os governistas esperam que a ida de Palocci consiga acalmar a oposição e aliviar a crise para o governo. Muito mais que a oposição, Palocci tem sido vítima do fogo amigo. Ele vem recebendo críticas de membros do próprio governo, como da ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, e do vice-presidente José Alencar, além de acusações do tempo em que era prefeito em Ribeirão Preto, conforme depoimentos de seus ex-secretários, Rogério Buratti e Vladimir Poleto.
A segunda leitura da inesperada vontade de Palocci em prestar esclarecimentos na CAE não é assim tão nobre para o governo. Além do exposto no parágrafo acima, a estada de um ministro da importância de Palocci no Senado, poderia ser também uma tentativa do governo de ofuscar o dia da CPI dos Bingos. Também nesta quarta-feira, esta CPI, classificada por Lula como a "CPI do fim do mundo", ouve o depoimento do presidente do Sebrae, Paulo Okamoto, que poderá de vez emvolver o governo e até o presidente Lula em casos de corrupção. Amigo de Lula, Okamoto seria o responsável pelo pagamento de um empréstimo de R$ 29 mil, que o presidente teria feito junto ao PT, antes de ser eleito. Resta saber qual depoimento terá maior repercussão na imprensa e, o consequente reflexo na opinião pública.

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