terça-feira, agosto 08, 2006

Os mais escolarizados preferem Alckmin e Heloisa Helena

Em 2002, depois de quatro tentativas, o petista Luiz Inácio Lula da Silva chegou à Presidência da República com uma grande votação em praticamente todas as camadas sociais. A maioria dos brasileiros, inclusive, os mais escolarizados, acreditou na pregação ética do PT e votou em peso em Lula.
Agora, a poucos meses da eleição, todas as pesquisas indicam uma grande vantagem pela reeleição do presidente, mas com uma diferença em relação a 2002. Os números, tanto da CNT/Sensus, como do Datafolha, mostram que se a eleição fosse hoje, Lula poderia vencer até mesmo no primeiro turno, graças à esmagadora vantagem que obtém entre os eleitores que nunca foram à escola ou que não passaram da quarta série do ensino fundamental.
Segundo a pesquisa CNT/Sensus, nessa faixa do eleitorado, onde se encontra a maioria da população brasileira, Lula tem 56,5% das intenções de voto, contra 13% de Geraldo Alckmin(PSDB) e 6,8% de Heloisa Helena (PSOL). É importante destacar que a educação é o maior patrimônio de uma pessoa e, neste caso, a pesquisa mostra um cidadão adulto analfabeto ou semi analfabeto, uma pessoa sem nenhuma visão crítica da sua própria história.
As intenções de voto em Lula caem de acordo com o grau mais alto de instrução do pesquisado, enquanto que os seus dois principais adversários sobem nessa mesma proporção. Na faixa de quinta à oitava série - 25% da amostragem - Lula tem 45% dos votos; Alckmin, 21,8%: e Heloisa Helena, 8,6%. Entre os eleitores de ensino médio, Lula cai para 42,7%, contra 25,5% de Alckmin e 17,9% de Heloisa Helena. Já entre os eleitores com curso superior - a minoria nessa pirâmide de escolaridade - Lula aparece com 37,8%; Alckmin, 23%; e Heloisa Helena, 17,9%.
Portanto, a posição seria invertida se a maioria do eleitorado tivesse cursado pelo menos uma faculdade. Enquanto na base da pirâmide, onde está a maioria que recebe os R$ 90,00 do Bolsa Família, Lula matem uma vantagem de 36% sobre a soma dos dois adversários, no topo da pirâmide ocorre o inverso. Alckmin e Heloisa superam Lula com uma vantagem de 4% nas intenções de voto. Isso mostra que se maioria tivesse curso superior essa preferência do eleitorado por Alckmin e Heloisa Helena seria, claro, muito maior.
É comum a gente ouvir nos discursos dos políticos candidatos, principalmente, daqueles que estão no poder, que a "prioridade é a educação". Todos pregam que vão investir mais, que vão criar mais vagas nas escolas e universidades, porém, o que se verifica a cada ano é a manutenção do status quor, ou seja, a maioria absoluta continua sem acesso ao ensino básico e, consequentemente, sem acesso ao ensino superior. Até porque os políticos sabem que educando o povo eles perderão o controle sobre a maioria votante. Mais uma vez as pesquisas mostram essa realidade. Se a maioria fosse mais escolarizada, os casos de corrupção que se sucederam neste governo seriam melhor avaliados e o presidente Lula não seria reeleito. Quem sabe que daqui a 50 ou 100 anos, o Brasil esteja num outro patamar e o presidente não seja mais eleito exclusivamente pela maioria do eleitorado dependente do poder público. Infelizmente, o que ainda temos hoje no Brasil é um grande curral eleitoral.




3 Comentários:

Às agosto 10, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Prezado Renato Ferreira

Gosto muito do seu blog e sempre acesso-o. Infelizmente, no meu serviço não tenho condições de postar comentários.
Sobre esta notícia concordo plenamente com a sua opinião. O nosso querido Brasil é ainda um grande e imenso curral eleitoral.
Os maus políticos não têm nenhum interesse em investir em educação e, enquanto nós, o povo, não começarmos a agir para acabar com os trambiqueiros na política, seja de que partido for, esse caos vai continuar.
Parabéns pelo conteúdo do blog.

 
Às agosto 11, 2006 , Blogger Unknown disse...

Alckmin travou intensa batalha para vencer resistências dentro do PSDB e conseguir levar à frente a sua candidatura.

Graças à sua expulsão do PT, Heloisa Helena abriu um novo caminho para fazer brilhar o sonho de uma sociedade mais justa, em igualdade de oportunidades para todos.

Alckmin fala pouco, é sereno, seu equilíbrio parece inabalável. Embora não se aprofunde nas discussões sobre os temas, o que não é bom para quem pleiteia o mais importante cargo público, inspira confiança.

Helena fala pelos cotovelos, não se nega a se aprofundar nas discussões sobre os temas e revela ter muita agilidade para deter a fala quando deve. O mais importante: enquanto ela consquista eleitores com o seu desembaraço e simplicidade, há um vice silencioso cuidando com genialidade de um plano de governo que promete mais eficiência do Estado.

Se os mais escolarizados preferem ambos é o que dizem os resultados das pesquisas de opinião. Mas é certo que há muitos escolarizados, ainda que parte deles por uma fantasia pedagógica incapaz de alfabetizar alguém, presa ao passado.

Até Lulla já se descolou do passado e do PT para continuar no poder. É inteligente e sabe usar as oportunidades para si. Infelizmente não usou a mesma inteligência quando aparelhou o governo de incompetentes.

E também é certo que continuarão lado a lado os inéptos e os competentes, os honestos e os corruptos, os intelectuais virtuosos a serviço do bem comum e os materialistas que representam a maioria da humanidade. Aqueles que se dão mal mas continuam firmes na construção do caráter. Aqueles que sempre se dão bem e não tem a menor noção da principal missão de um cristão neste mundo.

Assim tem sido desde o início dos tempos da humanidade. Tudo já foi escrito no Livro da Vida. Falta estudar de verdade para aprender e praticar as lições que poderão mudar o destino individual e coletivo.

Só não é certo que haverá espaço para fantasias de igualdade para todos porque até os socialistas acabam se conscientizando, com a maturidade, que ideais não existem. O que poderá haver são oportunidades iguais para todos. Até para ser desonesto e corrupto. As oportunidades sempre serão iguais para todos. Para o bem ou para o mal.

 
Às agosto 15, 2006 , Blogger Unknown disse...

Faltou dizer que depende da nossa capacidade de luta a conquista da igualdade de oportunidades. E que sejam lutas em favor do bem.

 

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