sexta-feira, agosto 11, 2006

William Bonner e Fátima Bernardes dão exemplo do bom jornalismo

Nesta semana, os principais candidatos à Presidência da República foram entrevistados pelo Jornal Nacional, quando foram expostos a 180 milhões de brasileiros. Se pensaram que iriam ter vida fácil para falar e expor suas idéias para o Brasil, enganaram-se. Os jornalistas Fátima Bernardes e William Bonner não deram moleza para os entrevistados e mostraram que o bom e sério jornalismo pode e deve ser praticado tanto num simples jornal de bairro, quanto numa grande rede de televisão como a TV Globo. Tudo depende do caráter e da independência do profissional.
O primeiro batismo de fogo para os candidatos começou na segunda-feira, com Geraldo Alckmin (PSDB), que foi indagado sobre casos de corrupção em seu governo, ausência de CPIs na AL de São Paulo, falhas no Governo de FHC, ataques do PCC e até sobre caixa dois no governo de Eduardo Azeredo, em Minas Gerais. Mesmo tendo sido pego de calça curta, Geraldo Alckmin não fugiu das perguntas, afirmando que pode responder apenas pelos seus atos.
Na terça-feira, foi a vez de Heloisa Helena (PSOL) que parece ter sido aquela que se saiu melhor diante do casal global. Na quarta, Cristovam Buarque (PDT), foi também duramente questionado sobre a sua derrota na tentativa de reeleição ao Governo do Distrito Federal e por que teria sido demitido do Ministério da Educação. Claro que esta pergunta deveria ter sido feita ao presidente Lula que foi quem o demitiu. Como Heloisa Helena, apesar dos estilos diferentes, Buarque também não se perdeu e deu mais uma prova de que é um dos melhores quadros da política brasileira.
Os três candidatos foram entrevistados nos estúdios da Globo e, então, chegava a quinta-feira, dia da entrevista com o presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT), que exigiu ser entrevistado no Palácio do Planalto. A expectativa geral era para ver se o casal de jornalistas iria ter a mesma firmeza e desenvoltura diante do presidente Lula. E não foi diferente. Com certeza, esses 11 minutos de entrevista tenham sido os piores momentos de Lula desde que se iniciou o processo eleitoral.
Logo no início da entrevista, com voz firme e olhando nos olhos do presidente, William Bonner já começou "chutando" a canela do candidato petista. O jornalista perguntou como o presidente se sentia ao tentar a reeleição, depois que o Procurador-Geral da República denunciou 40 participantes do mensalão ao STF, cuja maioria é da base do governo e mencionando, inclusive, que o "chefe da quadrilha" era o ex-ministro José Dirceu, braço direito de Lula.
A partir daí ficou visível o desconforto do presidente-candidato para responder às demais perguntas que versaram sobre as demissões de José Dirceu e Antônio Palocci, mensalão, dívida dele paga pelo amigo Paulo Okamoto e caixa dois no PT. No final, ao responder uma pergunta sobre economia, Lula foi vítima de um ato falho, que com certeza será usado pela oposição. "Tudo sobe no nosso governo e a única coisa que caiu foi o salário", disse Lula, que corrigiu em seguida, com o sorriso amarelo: "Quero dizer, a inflação". Mas, os trabalhadores que ganham pouco e os aposentados acham que não foi ato falho e que o presidente Lula acertou. (A única coisa que cai neste governo é realmente o salário).

1 Comentários:

Às agosto 15, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Parabéns pelo teu comentário sobre essas entrevistas do Jornal Nacional.
É bom a gente saber que ainda no Brasil tem jornalistas como a Fátima e o William Bonner que, mesmo estando na Globo, não se indimidaram.
A entrevista do Lula foi um fiasco. Ele só fala bem de improviso quando sabe que ninguém poderá interpelá-lo. Ficou encurralado diante de tantas perguntas sobre corrução. Paulo Okamoto é uma caixa-preta deste governo.

 

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