segunda-feira, outubro 30, 2006

O mito ganhou. Agora, o Brasil precisa de um governante

A eleição acabou. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi reeleito com mais de 58 milhões de votos, contra 37,5 milhões de Geraldo Alckmin (PSDB). Foi a vitória de um mito. Esperamos agora, que esse mito e a maioria do brasileiros caiam na realidade e que o país tenha um Presidente.
Desses 58 milhões de eleitores de Lula, com certeza, cerca de 40 milhões são oriundos das mais de 11 milhões de famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família. O que sempre se ouviu falar e criticar no Brasil era o coronelismo dos políticos do Nordeste, que se perpetuava no poder graças à pobreza da região. Ora, o que o Bolsa Família fez foi transportar esse tipo de política para todo o Brasil. É uma crítica aos pobres? Não. É uma constatação da realidade. A pobreza aumentou em todo o Brasil e muitos políticos se beneficiam desta pobreza nacional para se perpetuar, agora, não apenas em governos regionais, mas, no Governo da União. Veja bem que em São Paulo, o estado mais importante da nação e no Sul, região de um povo mais escolarizado e, consequentemente, mais crítico, a vitória não foi do mito.
E a maioria desse povo humilde, sem perspectivas para uma vida melhor, se identificou justamente com um igual. Com o Lula, um nordestino que virou mito. Mito como tantos outros que existem no Brasil, como o Padre Cícero, Pelé, Roberto Carlos, Airton Senna, etc.
Porém, esperamos muito mais do que um mito para governar o Brasil. Em seu primeiro mandato, Lula se deslumbrou com o poder. Beneficiado por essa idolatria do povo, comprou um avião de luxo, viajou mais do que qualquer outro presidente, deixou o governo por conta dos companheiros e não percebeu o que se passava ao lado.
O resultado todos conhecem. Maior concentração de renda, lucros jamais vistos para os banqueiros e sucessivos escândalos. O segundo mandato de Lula começa com algumas dúvidas: os Bancos continuarão a obter lucros astromômcos e o Brasil continuará a ser um país livre? Alguns gestos de campanha foram sintomáticos. Lula disse que espera que os Bancos continuem ganhanhdo muito. Para ele, isso é sinal de que a economia vai bem. O mito também não assinou um documento, apresentado por juristas, comprometendo-se a não convocar uma Assembléia Constituinte. Ora, Constituinte se convoca quando há a roptura de um sistema, como aconteceu com o fim do regime militar. Durante um governo estável, isso pode parecer muito mais uma medida para fortalecer o mandatário do poder executivo. Sobre um possível controle dos meios de comunicação, seu coordenador de campanha, Marco Aurélio Garcia disse que isso seria debatido no segundo mandato e não disse se era a favor ou contra.
Torcemos, portanto, para que o mito Lula se transforme num governante de verdade, e não fique apenas como um instrumento de meia dúzia de intelectuais de uma pseuda esquerda. Em seu primeiro discurso como presidente reeleito, Luiz Inácio Lula da Silva disse que irá priorizar o diálogo com a oposição e com todos os governadores eleitos do país. E, com certeza, é desta união que ele precisará para governar o Brasil. E mais: com responsabilidade fiscal, que significa menos gasto e menos farra com o dinheiro público.

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