Na Record, Alckmin cobra origem do dinheiro e Lula ironiza
Com base nas pesquisas eleitorais, petistas e aliados já dão como favas contadas a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse clima do "já ganhou" pôde ser verificado mais uma vez durante o debate entre Lula e Geraldo Alckmin (PSDB), realizado pela TV Record, nesta segunda-feira. Demonstrando o mesmo ar irônico do debate anterior, no SBT, Lula tentou mostrar mais uma vez, com uma montanha de números, as realizações de seu governo, enfatizando as políticas sociais. Nas questões sobre corrupção, no entanto, Lula recorria ao seu lema de defesa: "tudo começu no governo passado". O presidente só não explicou os motivos pelos quais o seu governo não investigou assim que chegou ao poder.
Por outro lado, Geraldo Alckmin, que no último debate não bateu tanto nos temas corrupção e ética, apresentou-se mais incisivo em suas colocações e quis saber novamente de Lula a origem dos quase dois milhões de reais apreendidos com petistas no caso dossiê antitucano. "Se o Lula ainda não sabe a origem desse dinheiro, é muito fácil para ele ficar sabendo. Basta chamar os seus amigos de longa data, como o seu churrasqueiro Jorge Lorenzetti, para que eles contem de onde tiraram tanto dinheiro".
Durante todo o debate, os dois candidatos trocaram acusações, com Lula tentando comparar Alckmin a FHC, afirmando que os tucanos têm uma "história de privatização", enquanto Alckmin falava de suas realizações no governo de São Paulo e cobrava de Lula os esclarecimentos sobre os diversos casos de corrupção acontecidos em sua gestão.
O tom agressivo entre Alckmin e Lula não durou apenas quando ambos faziam perguntas em si. Ele permaneceu também quando os jornalistas perguntaram. Por exemplo, quando uma jornalita quis saber de Lula, quais as qualidades que ele via em seu adversário, o petista disse: "Olha, eu sempre tive boas relações com os tucanos e o Geraldo sempre foi um homem civilizado. Mas, agora eles estão muito nervosos", disse Lula.
Por sua vez, Alckmin não quis fazer brincadeiras e voltou ao tema corrupção. "Os problemas brasileiros não serão resolvidos se a gente não tiver um governo que não respeite o dinheiro público. O candidato Lula não deve ficar bravo com a minha crítica, ele deve ficar bravo é com os fatos, com os escândalos que aconteceram e continuam acontecendo em seu governo", esbravejou o tucano.
Esse clima tenso, com certeza, vai prosseguir até domingo, dia da eleição. Na próxima sexta-feira, dia 27, Lula e Alckmin voltam a se enfrentar no último debate deste segundo turno, às 22 horas, na Globo. Enquanto alguns acreditam que as pesquisas já mostram um Lula vitorioso e. por isso, o debate será morno, outros não têm dúvidas de que o tucano está com todas as armas engatilhadas para disparar justamente no debate da Globo. Veremos.
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