sexta-feira, agosto 06, 2010

Serra e Dilma polarizam debate da Band


O primeiro debate político de 2010, realizado pela rede Bandeirantes nesta quinta-feira, 5, mostrou que o tom da campanha presidencial vai ser mesmo a polarização entre os candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Roussef (PT). Os dois candidatos, que lideram as pesquisas eleitorais, mesmo com as tentativas dos outros dois concorrentes, Marina Silva (PV) e Plinio de Arruda Sampaio (PSOL), polarizaram as discussões desde o início do debate.

Ao contrário de debates anteriores, que contaram com marcantes e até pitorescas personalidades como Jânio Quadros, Leonel Brizola, Mário Covas e Paulo Maluf, o de ontem transcorreu num clima até morno demais se comparado àqueles, onde os debatedores partiam para discussões de temas complexos e não se preocupavam muito em colocar o oponente contra a parede. Com exceção do velho Plinio Sampaio, que jogou mais ao estilo antigo, Serra, Dilma e Marina procuraram se respeitar mutuamente sem dar brechas para o adversário.

Serra: experiência e fiasco
Com várias participações em debates nas costas, além da experiência política e administrativa, José Serra mostrou mais desenvoltura para falar sobre os temas propostos. E, quando foi provocado por algumas questões da petista Dilma sobre a comparação dos governos de Lula e FHC, teve tranquilidade para responder sem se perder. Foi o caso da pergunta sobre criação de empregos, quando Dilma tentou mostrar que no governo Lula foram criados muito mais vagas. Serra começou a responder com uma crítica: "Dilma, você não deve fazer campanha olhando pelo retrovisor. Precisamos olhar para frente e mostrar programas que possam melhorar o que já foi feito. São contextos internacionais e historicos completamente diferentes. Além disso, como governador de São Paulo, ajudei também nesses números, criando milhares de novos empregos no estado". Porém, a vasta experiência não foi possível de livrar Serra de um fiasco no final do debate. Nas, considerações finais, o tucano apelou para o emocional e não foi feliz quando começou a falar de seu passado pobre com a voz embargada. Ficou claro que ele não tem o talento do Lula para representar e até chorar diante da platéia.

Dilma - inexperiente e nervosa
Com certeza, nos próximos debates, a ex-ministra Dilma Roussef vai se apresentar mais descontraída. Debutando nos debates eleitorais, Dilma mostrou nervorsismo, pouco poder de síntese, além também de demonstrar para o eleitor que ela é muito diferente do seu principal padrinho e cabo eleitoral, o presidente Lula. Esse nervosismo fez com que a petista se perdesse nas respostas e muitas vezes não conseguiu concluir o raciocino dentro do tempo estabelecido.
Apesar de tentar colar FHC em Serra, foi a própria Dilma que se perdeu quando o tucano perguntou a ela por quê o governo Lula, onde ela foi ministra forte abandonou os mutirões da Saúde, deixando de fazer milhares de cirurgias em pessoas pobres e também entidades sociais como as APAES. Dilma também gaguejou para responder quando foi perguntada por Serra sobre a falta de obras de infraestrutura, citando o caos nos aeroportos, portos e estradas. Por a vez, ao contrário de Serra, Dilma mostrou-se sóbria nos comentários finais demonstrando firmeza ao afirmar que é a candidata que pode continuar o governo Lula.

Marina - frágil e nervosa
A candidata do PV tentou passar a imagem de uma candidata meiga. E até conseguiu, quando no final leu trecho de um poema que fizera em homenagem a um menino pobre que encontrou em uma favela. Mas, apesar da meiguice e da defesa incondicional do meio ambiente, Marina Silva passou também a imagem de fragilidade e de nervosismo. Em alguns, momentos, principalmente no início do debate, a candidata verde nem olhava para a câmera, fato que passa a imagem de insegurança. Contudo, foi incisiva ao reponder a um jornalista, que fez uma pergunta criticando quem defende corte uma de árvore sem se ligar muito para uma criança que vive sobre esgoto a céu aberto. "Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Podemos criticar e evitar o corte de uma árvore, como também defender a vida de nossas crianças. Essa, inclusive, deve ser visão de todas as pessoas e de todas as autoridades".

Plinio - metralhadora giratória
Aos 80 anos de idade, o candidato do PSOL já mostrou logo de início qual seria a sua intenção no debate: atirar para todos os lados, com certeza, na tentativa de subir nas pesquisas eleitorais. Durante todo debate, Plínio disse era um candidato discriminado pela mídia e até pelos oponentes que não se dirigiam a ele. Mas, quem pensava que o candidato do PSOL fosse atacar muito mais Serra e Dilma, enganou-se. Ele pegou foi a Marina Silva pra Cristo. "Marina, vocêo até parece que é uma candidata do PT. A todo momento vc elogia o governo Lula. Pra mim, você é um a eco capitalista". Plinio disse que a Dilma é a favor dos latifundiários e contra a redução da jornada de trabalho e provocou risos da platéia quando disse que o Serra é hipocondríaco, pois, só fala em saúde e remédio.

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