terça-feira, abril 09, 2013

Oposição quer explicação do governo sobre "espionagem" da Abin

Parlamentares da oposição no Congresso Nacional e também os governadores Geraldo Alckmin (PSDB-SSP) e Eduardo Campos (PSB-PE), querem que o governo Federal dê explicações sobre o monitoramento de sindicalistas em ações coordenadas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Para deputados federais e senadores da oposição, esse monitoramento verificado no Porto de Suape (PE) configura-se um ato inconstitucional, configurando-se como uma ação do governo contra adversários políticos. Segundo o governo, a operação teria o objetivo de evitar que o movimento sindical incentivasse paralisações em outros portos do país.


Na Câmara dos Deputados,  duas comissões permanentes votam nesta quarta-feira, 10, requerimentos de convocação do ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), José Elito (foto), para dar essas explicações. Também hoje, no Senado, parlamentares do PSB, partido da base governista e, principalmente, da oposição, criticaram as ações da Abin e qurem convocar o ministro Elito para que esclareça se ação foi realizada dentro dos preceitos legais.


Documentos comprovam ações

Na semana, o Jornal Estado de São Paulo, publicou uma reportagem falando sobre ações da Abin, fato que revoltou o governador Eduardo Campos, pré candidato à Presidência da República, e parlamentares do PSB. Comentando o fato, o ministro José Elito teria dito que a matéria era mentirosa. Hoje, no entanto, o jornal publicou documento sigiloso que confirma que o GSI mobilizou a Abin para monitora portuários e sindicatos contrários à Medida Provisória dos Portos. Esses sindicalistas são ligados à Força Sindical comandada pelo deputado Federal Paulinho da Força (PDT-SP).


Diante dos fatos, o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) apresentou requerimento pela convocação de Elito na Comissão de Fiscalização e Controle (CFC), e o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), protocolou igual pedido na Comissão de Trabalho. As duas votações estão programadas para a manhã desta quarta-feira
.

Demonstrando preocupação com a operação, o goverador Eduardo Campos declarou:  “Não queremos ver a Abin desvirtuando suas funções, invadindo um campo que não é próprio de um trabalho de inteligência no estado democrático de direito”, disse o governador nesta terça, no Rio Grande do Sul, onde fez palestra para empresários.


Em nota, Paulinho da Força classificou a ação do governo como "repressiva" e afirmou que ela não vai calar o movimento sindical.  Paulinho disse também que essa ação do governo teve o objetivo aparelhar a Abin para "espionar, indimidar e controlar os trabalhadores e suas lideranças". Sem citar diretamente a presidente Dilma Roussef, a nota do pedetista afirma que é "é "é inaceitável que um governo, que tem entre seus membros pessoas que foram perseguidas durante o regime militar, utilize métodos de repressão para intimidar os legítimos representantes da classe trabalhadora".

Por sua vez, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também pediu nesta terça-feira que o governo Federal explique a ação da Abin. "Eu não tenho detalhes, mas a gente deve esperar que o governo federal explique quais foram os objetivos, por que fez. Acho que só não se deve negar a investigação", afirmou Alckmin .

Na parede

Temendo danos maiores e diante do risco de Elito ser convocado, o governo entrou em campo para tentar minimizar e frear a reação oposicionista. Na tentativa de evitar a convocação do ministro Elito, durante reunião de lideranças da Câmara, o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), propôs um acordo a Paulinho da Força para que a convocação de Elito fosse transformada em convite, e que em seu lugar fosse convidado o diretor-geral da Abin, Wilson Trezza. O pedetista não aceitou a proposta.


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1 Comentários:

Às abril 10, 2013 , Blogger Renato Ferreira disse...

Em minha opinião, o Governo Federal deve uma boa explicação sobre isso. Afinal, não vivemos numa didatura, não é mesmo?

Ou vivemos?

 

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