Crime sem autor - PF conclui que não há culpados pelos boatos do Bolsa Família
Por mais incrível que pareça, mesmo depois de toda aquela correria e depredações às agências da Caixa, mesmo depois de ministros do governo Dilma terem acusado a oposição pelos boatos sobre o fim do Bolsa Família, mesmo depois de três versões diferentes da Diretoria da Caixa e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), ter exigido investigação séria para identificar os culpados, a Polícia Federal concluiu as investigações sobre o caso e não encontrou nenhum culpado. Segundo a PF, que concluiu o inquérito nesta sexta-feira, 12, o que houve foram "boatos espontâneos", mas sem ação direta de uma pessoa ou grupo. Esses "boatos espontâneos" acabaram provocando um verdadeiro tumulto e levaram milhares de beneficiados a sacar mais de R$ 900 mil do BF entre os dias 18 e 19 de maio em 13 estados, sobretudo, nas regiões Norte e Nordeste.
Só que essa conclusão da Polícia Federal acabou colocando o próprio governo numa situação complicada, depois das acusações infundadas contra a oposição. E para chegar à essa conclusão, a PF identificou e entrevistou 180 beneficiários dos Estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio de Janeiro. Foram ouvidos os primeiros sacadores, que foram às agências a partir das 11h do dia 18 de maio, como também 64 gerentes da Caixa Econômica Federal nas cidades onde ocorreu o maior volume de saques.
Porém, mesmo ouvindo muitas pessoas no inquérito, a PF conclui que não houve culpado pelos boatos. "Não ficou configurada a utilização de rádios comunitárias, telemarketing ou empresa contratada para a disseminação da informação de cancelamento do programa. Apenas uma beneficiária no Rio de Janeiro noticiou ter recebido telefonema a respeito, depoimento que não se repetiu em nenhuma outra oitiva", afirmou a PF em nota oficial. Com informação do UOL)
Passo a passo dos boatos no mês de maio:
Dia 17 - Sem aviso prévio, a Caixa libera o pagamento do Bolsa Família a todos os beneficiários, sem a forma tradicional de escalonamento
Dias 18 e 19 - Os boatos sobre o fim do beneficio se espalham e há tumultos e correrias às agências
Dia 19 - Ministério do Desenvolvimento publica nota para diminuir os rumores
Dia 20 - Vice-presidente da Caixa diz que os pagamentos foram liberados a todos apenas depois dos tumultos.
Dia 20 - A ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) afirma que os rumores partiram da "central de boatos da oposição"
Dia 20 - a Presidente Dilma diz que os boatos são "criminosos e desumanos" e exige a identificação dos culpados
Dia 24 - Depois de reportagem da Folha mostrando que houve pagamento antecipado mesmo antes dos boatos, a Diretoria da Caixa muda a versão. Segundo o Banco, os boatos foram disseminados por uma empresa de telemarketing do Rio de Janeiro.
Dia 27 - Presidente da Caixa, Jorge Hereda, dá entrevista coletiva e admite que houve equívoco do Banco e pede desculpas pela versão anterior. A oposição pede que o MP investigue o caso.
Dia 28 - O senador Aécio Neves solicita que a presente Dilma peça desculpas à população
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