Caso Alston: provas concretas ou dossiês falsos?
Confusão
Um dos principais envolvidos na fraude do documento é o deputado estadual licenciado Simão Pedro (PT-SP), atual secretário de Serviços da prefeitura de São Paulo. Simão Pedro assume que repassou o material ao ministro da justiça, porém, nega que tenha feito a tradução, conforme acusa a oposição.
Por sua vez, o ministro José Eduardo Cardozo confirmou que no começo de maio, Simão Pedro foi até a sua casa, em São Paulo, e entregou a carta de 2008, com a tradução, e uma outra de 2013. Na segunda carta, está escrito novamente que existiu um forte esquema de corrupção no estado de São Paulo, durante os governos Covas, Alckmin e Serra.
Conforme matéria do jornal Estado de São Paulo, a carta de abril deste ano é de autoria do ex-executivo da Siemens Ewerton Reinhemer. As duas cartas fazem faz parte do inquérito aberto pela Polícia Federal.
Em nota, publicada nesta semana, Ewerton Reinhemer disse que a carta é anônima e que a investigação corre em sigilo. A advogada de Reinhemer alegou que não pode negar ou confirmar que ele seja o autor desta carta, mas, conforme cinco fontes de órgãos públicos diferentes, o autor da carta é mesmo o ex-diretor da Simens.
Antes de estourar a possível fraude na carta, o fato veio a público como sendo uma investigação iniciada a pedido do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão presidido por Vinícius de Carvalho, que é sobrinho do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência). No entanto, o CADE negou o fato.
Política
E como não poderia deixar de ser, o caso toma contornos políticos neste ano pré-eleitoral. Para a oposição, políticos do PT estão tentando de forma ilegal envolver seus adversários políticos. “Na nossa avaliação, da forma açodada com que agiu o ministro da Justiça e a sua omissão em determinados momentos desse episódio tiram dele, na nossa avaliação, as condições de conduzir essas investigações”, afirmou o senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato à Presidência da República.
Já o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, rebateu: "O ministro da Justiça tem o dever de solicitar a investigação, a análise da procedência para que a polícia delibere o que fazer com o material. O ministro da Justiça que não o fizer, a meu ver, prevarica".
Mas, parlamentares da oposição estão discutindo a possibilidade de convocar Cardozo para que ele explique no Congresso os motivos pelos quais ele entregou os documentos diretamente à Polícia Federal, subordinada à sua pasta, e não à Procuradoria-Geral da República, que tem a competência para analisar as denúncias conforme determina a Constituição Federal.
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