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O jovem João Antônio Donati, 18 anos, foi encontrado morto em Inhumas, (GO) na quarta-feira, 10 |
A morte do jovem João Antônio Donati, 18 anos, encontrado morto, em Inhumas, Região Metropolitana de Goiânia, teve grande repercussão nos últimos dias e causou muita revolta, sobretudo, após a informação de que a vítima era homossexual. Nas redes sociais o crime já era considerado como mais uma morte provocada pelo preconceito e pela homofobia. Até mesmo atos contra os homofóbicos já haviam sido marcados em várias cidades brasileiras para protestar contra o assassinato do jovem Donati. Esses atos foram marcados para as cidades Inhumas, São Paulo e Belo Horizonte.
Só que na tarde desta sexta-feira, 12, a tese de homofobia foi jogada por terra com a prisão de um suspeito que confessou o crime. Numa ação conjunta das Polícias Civil e Militar , foi preso hoje, um um rapaz de 20 anos suspeito de matar o jovem João Antônio Donati, 18, em Inhumas. A vítima foi encontrada em um lote baldio da cidade com hematomas pelo corpo e com pedaços de papel dentro da boca.
Segundo informações da polícia, o suspeito confessou o crime. A polícia chegou até o suspeito depois de encontrar a identidade dele próxima ao local onde o corpo foi encontrado. Segundo o delegado Humberto Teófilo, responsável pelo caso, o jovem foi detido em uma fazenda de Inhumas, onde trabalhava em uma plantação de tomates. Em seu depoimento, o suspeito disse que manteve uma relação sexual com João no mesmo terreno onde ocorreu o crime. "Após a relação, os dois acabaram se desentendendo e entrando em luta corporal. Ele matou o João asfixiado, pegou o papel que estava em um lixo e colocou na boca dele, segundo ele, porque estava 'muito nervoso'", disse o delegado.
O suspeito também afirmou à polícia que não é homossexual, mas que já se relacionou com outros homens. Ele disse ainda que não conhecia a vítima.
Carona
Segundo os proprietários do bar onde João trabalhava há cerca de 15 dias, a pedido deles, a vítima foi levada para casa por um cliente na madrugada de quarta-feira, 10, dia do crime. “Quando foi por volta da 1 hora, fechamos o bar e meu marido pediu que um cliente desse carona ao João. Essa foi a última vez que o vimos com vida”, lamentou a comerciante Graça de Maria.
Segundo consta, esse cliente do bar já prestou depoimento à Polícia.. "Ele disse que levou o João até a esquina da rua onde ele morava e que ele estava muito apressado, como se fosse encontrar alguém. No entanto, não o viu com ninguém", relatou a dona do bar. A Polícia Civil já descartou qualquer participação do cliente na morte do jovem.
O crime
Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), concluído na quinta-feira , 11, a vítima teria lutado com o agressor antes de morrer e que ele possuía diversas marcas de hematoma pelo corpo. O documento mostra também que a vítima morreu asfixiada e que não havia nenhuma fratura no corpo. “Ele tinha diversos hematomas pelo corpo, no olho, no nariz. E como não tinha nenhuma fratura, pode indicar que alguém ficou segurando o rapaz enquanto ele não conseguia respirar. Mas só as investigações podem esclarecer certinho como se deu toda essa dinâmica do crime”, disse o delegado, na quinta-feira.
O delegado Teófilo informou que a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República entrou em contato para pedir mais informações sobre o caso e cobrar atenção à investigação. (Fonte: G 1)
Opinião de Renato Ferreira -
- Seria muito interessante que as pessoas antes de se manifestarem de forma tão preconceituosa ou violenta como a própria homofobia, acusando indivíduos, religiosos ou entidades de serem responsáveis por crimes de intolerância ou preconceito, instigando o ódio, elas aguardassem, pelo menos, as investigações e a conclusão do trabalho policial. Pois, neste caso, há fortes indícios de que o crime foi provocado por desentendimento entre duas pessoas após uma relação sexual e não tem nada a ver com homofobia.
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