segunda-feira, dezembro 08, 2014

Futebol de Osasco: Antes e depois do GEO

A cidade de Osasco, na região Oeste da Grande São Paulo, é hoje a 11ª  cidade mais desenvolvida do Brasil e a quinta do Estado de São Paulo. Nos anos 1980, esta progressista cidade passou por uma profunda mudança em seu perfil econômico deixando de ser essencialmente um polo industrial para se transformar num dos mais avançados polos de prestação de serviços de toda região, sem abandonar, no entanto, a sua vocação também de cidade industrial.

Esta matéria não é, no entanto, para falar da força econômica e financeira do município osasquense e, sim, da sua força no futebol. Ninguém nega que Osasco é e sempre foi um celeiro do futebol brasileiro. Pelo seu tradicional futebol de várzea passaram muitos craques que saíram daqui para brilhar nos grandes clubes como Palmeiras, São Paulo, Portuguesa e Santos e também na Seleção Brasileira. Numa rápida pesquisa de memória, lembramos de alguns craques que depois de encantarem as manhãs de Osasco com suas belas jogadas, tornaram-se profissionais e viraram ídolos das grandes torcidas brasileiras, como o ponta direita Osni (Vitória e Flamengo); o  goleiro Gilmar da Costa (Palmeiras e times de Portugal); Edu Manga (Palmeiras), Ditinho (Palmeiras);  Perez (SPFC); e o lendário Jair da Costa (Portuguesa e Inter de Milão), dentre outros.

Em julho de 1970, aos 15 anos, este jornalista chegava a Osasco, vindo de Minas, para morar no bairro de Presidente Altino, em Osasco. Ali, no tradicional campo do Clube Atlético Osasco, acompanhei centenas de jogos deste memorável e inesquecível time de Osasco que, infelizmente, hoje, faz parte apenas da história.

E, se durante tantas décadas, Osasco foi destaque no futebol amador, um dos sonhos de todos os osasquenses era o de ter também um time profissional para disputar os campeonatos com os grandes, tanto de São Paulo como do Brasil.

E não faltou quem batalhasse muito para tornar este sonho em realidade. Para não ser injusto, esquecendo alguns nomes, não vamos citar prefeitos, secretários ou empresários que trabalharam pelo futebol profissional de Osasco. Assim, vamos lembrar apenas de alguns times que chegaram a disputar o Campeonato Paulista, como o Independência, Água Branca, Monte Negro e Osasco Futebol Clube. São times que fazem parte desta história, mas, que nunca conseguiram chegar à divisão principal - série A - do Paulistão.

Hoje, porém, a cidade de Osasco orgulha-se de ter não apenas um, mas, dois times disputando o Paulistão: o Grêmio Esportivo Osasco, na Série C, e o Grêmio Audax Osasco, que disputa a Série A do Paulista e também a Série C do Campeonato Brasileiro.

Sobre o Independência, guardo na memória de minha adolescência uma partida amistosa desse time contra o Corinthians na década de 70. Foi um jogo no Rochdalle, quando o Corinthians promoveu a estreia do volante argentino Veira, uma negação como jogador. Deste jogo, além dos craques corintianos, lembro da equipe de esporte da Rádio Gazeta. Na transmissão, estavam nomes como o narrador José Italiano e o ainda jovem Galvão Bueno, nos comentários. Nos anos seguintes, Galvão foi galgando novas funções no jornalismo esportivo até se transformar no principal narrador da Rede Globo de Televisão.


Antes e depois do GEO

Sendo assim, a história do futebol profissional de Osasco deve ser contada antes e depois da criação do Grêmio Esportivo Osasco. E esse salto do futebol de Osasco, que hoje é reconhecido em todo o Estado e também no Brasil, tem um nome que chegou para, além de unir as forças em torno de um projeto, viabilizar também a parte financeira para um projeto tão audacioso. Falamos de Mário Teixeira, um apaixonado pelo futebol e torcedor número um do futebol profissional de Osasco. Tanto do GEO como do Audax, um torcedor que acompanha as atividades e os jogos de todas as categorias, do infantil aos profissionais. O grupo do sr. Mário Teixeira comanda também os destinos do Osasco Futebol Clube, que cuida, exclusivamente, das categorias menores.

E os resultados dessa dedicação e união das forças políticas e civis de Osasco em torno desse projeto vão se evidenciando a cada ano.  A diretoria dispensa total atenção  às categorias de base, cujas atividades não são realizadas apenas com o objetivo de buscar futuros craques da bola, mas, também como um projeto de inclusão social. E dentro desse projeto, os resultados sempre aparecem tanto dentro como fora das quatro linhas.



GEO e Corinthians

Uma das provas do sucesso do GEO foi a sua chegada à final do Campeonato Paulista sub 20, contra o Corinthians neste ano. Não deu para ser campeão, afinal, do outro lado estava nada menos que um dos maiores clubes de São Paulo e do Brasil, mas, a história vai registrar que esta foi a primeira vez que um time de Osasco chegou a essa final. No primeiro jogo, em Osasco, as duas equipes não saíram de um empate sem gols e, no último sábado, dia 6, jogando no Parque São Jorge, o GEO vendeu caro a derrota para o Timãozinho, como é conhecida a equipe sub 20 do Corinthians.

Apesar do time da casa começar pressionando, foi a equipe de Osasco que abriu a contagem no estádio da Fazendinha. Mas, jogando em casa e diante de sua torcida, o Timãozinho empatou a partida e levantou a taça na disputa por pênaltis.

O toque do Audax

Sob a presidência do craque Vampeta e sob o comando técnico do treinador Fernando Diniz, o outro time de Osasco - o Audax - já mostrou também do que é capaz na Série A do Paulistão. Com um toque de bola eficiente, que já virou marca registrada do time osasquense, o Audax venceu e empatou com as grandes equipes paulistas, como Corinthians, Palmeiras e Santos e só perdeu para o São Paulo Futebol Clube, no Paulistão de 2014.

Assim foi também na disputa da Série C do Brasileirão, onde enfrentou tradicionais equipes do futebol brasileiro. Sem abrir mão do toque de bola, o Audax não subiu para a Série B, mas, garantiu sua permanência na competição para 2015. Ano em que a equipe de Fernando Diniz vem com toda força para disputar o Paulistão. E o primeiro confronto será contra o Palmeiras, no dia 1º de fevereiro, quando o Audax jogará como mandante.

Novo estádio da Vila Yolanda

Esse novo momento do futebol profissional de Osasco, que não seria capaz sem uma perfeita integração entre a Administração pública e o clube, acaba resultando também em melhorias nos Estádios Municipais e nos Centros de Treinamentos. Hoje, o GEO e o Audax mandam seus jogos no tradicional Estádio Professor José Liberatti, no Rochdalle, que passou por total reforma, teve a sua capacidade de público aumentada e também recebeu iluminação para jogos noturnos. Quando são partidas com equipes de grandes torcidas, o Audax joga em outros estádios como o Pacaembu.

Para dar totais condições de treinamento aos atletas profissionais e às categorias de base, o Grêmio Osasco possui um excelente Centro de Treinamento no Jardim Cipava, superior aos CTs de muitos times do Brasil. E para melhorar ainda mais a estrutura do futebol em Osasco, a Administração Municipal já iniciou uma reforma geral no Estádio da Vila Yolanda, zona Sul da cidade.



O prefeito Jorge Lapas e o secretário Waldyr Ribeiro Filho durante vistoria no estádio da Vila Yolanda
Há poucos dias, o prefeito Jorge Lapas e o secretário de Relações Institucionais, Waldyr Ribeiro Filho, estiveram no local vistoriando as obras do novo estádio, uma vez que não sobrará quase nada da antiga estrutura, cujas reformas transformarão o estádio num centro esportivo de excelência.  Para o prefeito Jorge Lapas, o local será um imponente cartão postal da cidade.


Copinha
E os osasquenses começarão a torcer logo no início de 2015 para suas duas equipes que disputarão a Copa de Futebol Júnior. Os meninos do Audax vão representar a cidade nos gramados de  Presidente Prudente. Lá, pelo Grupo F, o Audax vai disputar a vaga enfrentando o time da casa, o Bahia e o Comercial de Mato Grosso do Sul. Não se trata de um grupo fácil, mas, o Audax tem totais condições de se classificar para a segunda fase da Copinha.

Enquanto isso, Osasco abrigará o outro representante da cidade, que jogará contra as equipes do Flamengo, Sampaio Correia (MA), e Vilhena (RO). Com certeza, pela sua grandeza e tradição na Copinha, o Flamengo é um dos favoritos desse grupo de Osasco.

Equipe indígena

A diretoria do GEO tenta regularizar a documentação a tempo dos garotos indígenas disputarem a Copinha
Para essa disputa em Osasco e seguindo  o projeto social do Clube, por sugestão do sr. Mário Teixeira, a diretoria preparou um projeto ousado. Era o de trazer um time formado totalmente por garotos de uma tribo indígena da cidade de Tabatinga, no Amazonas. Tudo foi minuciosamente trabalhado com representantes da equipe osasquense vistando aquela cidade e tratando da documentação dos garotos indígenas para a disputa em São Paulo.


Sem dúvida, uma grande novidade tanto para o torneio como também para a tribo indígena, de Tabatinga, uma das cidades mais violentas do Amazonas. Os garotos indígenas já estão treinando em Osasco,  mas, nas últimas horas, no entanto, surgiram alguns problemas na documentação junto à Federação Paulista de Futebol, principalmente, por se tratar de uma equipe indígena. A diretoria do GEO está tentando regularizar as pendências para que a equipe dos garotos indígenas possa representar Osasco na Copinha.


Contudo,  caso não dê tempo de efetuar essas regularizações, a equipe de Juniores do Osasco Futebol Clube vai representar a cidade na Copinha 2015. Neste ano, a Copa Junior contará com 104 clubes de todo o país e a final será no dia 25 - dia do aniversário de São Paulo - no Pacaembu. (Por Renato Ferreira)


Acompanhe Renato Ferreira também no Quintal da Notícia: www.quintaldanoticia.com.br 

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial

web counter free
-- Fim do codigo Contador -->