sábado, fevereiro 21, 2015

Placas que povoam as estradas de Minas alertando os imprudentes

OPINIÃO do jornalista Renato Ferreira -

 

Todos sabem que o Estado de Minas Gerais tem a maior malha viária do Brasil, formada por rodovias Federais e Estaduais e, consequentemente, é a unidade federativa do país, onde se registra sempre o maior número de acidentes rodoviários. Isso acontece, principalmente, nos feriados prolongados, até porque, por ser um estado central, é também por Minas que passa a maioria dos motoristas com destino a todas as regiões do Brasil.

 
E neste período do último carnaval não foi diferente. Incluindo todo o território nacional, dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostram que o número de acidentes foi o menor dos últimos oito anos. Em 2015, foram registrados 2.785 acidentes, 1.786 pessoas feridas e 120 mortos. Em 2014, esses números foram os seguintes: 3.357 acidentes, 2.023 feridos e 159 mortos. Considerando o aumento da frota nacional, a redução foi de 22% no número de acidentes, 18% no número de feridos e 28% no de mortos.

 
Maioria em Minas


E dentro da estatística nacional, mais uma vez foi em Minas que ocorreu o maior número de acidentes. Segundo a Polícia Rodoviária, ao todo, 50 pessoas morreram em acidentes nas rodoviais estaduais e federais do Estado entre os dias 13 e 18 de fevereiro. Nas estradas sob jurisdição da Polícia Militar Rodoviária, 36 pessoas perderam a vida em 391 acidentes. Já nas rodovias sob responsabilidade da Polícia Rodoviária Federal, foram registradas 14 mortes. Portanto, dos 120 mortos em todo o país, quase a metade perdeu a vida em Minas.

 
E ao contrário do cenário nacional, em Minas o número de  mortes aumentou em relação ao mesmo período do ano passado, principalmente, nas estradas estaduais. Neste ano houve 36 mortes contra 32 em 2014, enquanto o número de acidentes diminuiu, passando de 552, no ano passado, para 391 em 2015. Isso mostra que os acidentes deste ano form mais graves nas estradas mineiras.

 
Principal causa: imprudência


Como sempre alertou, a Polícia Rodoviária não tem dúvida em afirmar que a principal causa dos acidentes é a imprudência ao volante. Segundo a PR, a falta de atenção ao dirigir foi responsável por 153 ocorrências nas rodoviais estaduais, como também foi a que resultou na maioria dos acidentes nas estradas federais. Outros motivos foram motoristas embriagados e a velocidade incompatível com a pista ou por não manter a distância segura em relação ao veículo da frente.

 

Um dos acidentes mais grave em Minas neste período de carnaval foi uma colisão frontal, que ocorreu na quarta-feira, 20, na BR 267, na altura do município de Campanha, sul do Estado (foto acima). Segundo os policiais, o condutor de um Fiat Stilo perdeu o controle da direção e invadiu a contramão. O veículo bateu de frente contra um Ônix, que vinha na direção contrária  e ficou totalmente destruído. Nesse acidente, duas pessoas morreram no local e outras três ficaram gravemente feridas.

 
As placas mostram os perigos


Mas, por quê sera que as imprudências continuam sendo a causa principal de tantos acidentes com pessoas feridas e mortes? Com certeza, se as pessoas tivessem mais paciência para dirigir e prestassem mais atenção às placas de sinalização, essas estatísticas seriam diferentes com um número menor de acidentes.

 
Neste carnaval, eu, minha família e outros parentes de São Paulo fomos também para Minas. Estivemos na cidade de Guiricema, na zona da Mata, onde fomos comemorar os 65 anos de casamento dos meus pais. Graças a Deus, fomos e voltamos sem nenhum problema. Tomamos algumas atitudes que ajudam nas estradas. Primeiro, procuramos viajar nos dias em que imaginamos que tivesse menos trânsito. E isso aconteceu. Tanto na ida, como na volta, havia poucos veículos nas rodovias Federais, Estaduais e vicinais. E, claro, procuramos também sempre dirigir com cuidado, fazendo apenas as ultrapassagens necessárias e com total segurança, além de observar as placas de sinalização.

 
Na volta para São Paulo, na terça-feira, dia 19,  sempre com os meus filhos e noras no carro da frente, eu e minha esposa passamos a observar que, apesar do perigo das estradas e de algumas sinalizações estarem encobertas pelo mato (falha gravíssima dos governantes, que deveriam ser responsabilizados por omissão), a maioria das placas está visível e alertando aos motoristas sobre as curvas de todos os tipos. Saímos de Miraí, passamos por Cataguases e Leopoldina, até Juiz de Fora, onde pegamos a BR 267, que liga a região da zona da Mata à Rodovia Fernão Dias pelo Sul de Minas.

 
Então, sabendo que as estradas mineiras são as mais perigosas do país pelo número de curvas que possuem, a primeira coisa que o motorista deve ter em mente é que, dificilmente, ele terá uma grande reta pela frente onde possa desenvolver alta velocidade. E, como já dissemos, não será por falta de placas indicando as curvas, como também regiões de neblina ou de travessias de animais, que o motorista não terá ciência dessas características do Estado.


Nessas três fotos, que publicamos a seguir, você poderá constatar esse fato que verificamos na BR 267, rodovia, inclusive, que recomendamos para quem vai de São Paulo para a zona da Mata mineira, região de Juiz de Fora. Dentre as várias fotos tiradas por minha esposa, destacamos três das placas que mais a gente vê nas estradas de Minas: a que indica pista sinuosa (trecho com várias curvas para os dois lados), e as de curvas fechadas à direita e à esquerda. As placas de pista sinuosa são a maioria.






Então, caso aceite o conselho de um mineiro, que mora em São Paulo há mais de 40 anos e que sempre dirigiu em São Paulo e em outros Estados, como em Minas, redobre o seu cuidado quando estiver dirigindo entre as belas montanhas e serras mineiras. Assim, além de preservar a sua vida, de sua família e de terceiros, você terá muito mais chances de observar as belezas naturais do meu querido Estado de Minas Gerais.


Nova abordagem

Fazendo uma simples análise dos números de acidentes e mortes em Minas neste carnaval, em relação aos números nacionais, este jornalista acredita que pela sua localização geográfica e importância na integração nacional, Minas Gerais necessita urgente de uma nova abordagem por parte das autoridades federais, estaduais e municipais em termos de prevenção e de atendimento às vítimas de acidentes rodoviários. 


Um dos fatos alarmantes dessa estatística é que ela mostra que o Estado é responsável praticamente pela metade do número de pessoas que morreram em todo o país, pois, dos 120 mortos no Brasil inteiro, 50 perderam a vida em Minas.


Ao mostrar que em Minas, apesar do número de acidentes ter sido menor que o do ano anterior e que o número de mortos foi superior, as estatísticas evidenciam dois pontos que podem ser decisivos para isso: primeiro, é que pelas características das estradas, as colisões em sua maioria podem ser frontais. Em segundo lugar, esse número de mortes pode ter sido tão alto graças à demora no atendimento às vítimas, uma vez que os espaços entre uma cidade e outra são muito grandes.


Uma das sugestões que poderia contribuir com a diminuição  do número de mortes por acidentes em Minas, foi indicada pelo meu filho Gustavo, que faz Medicina, e que dirigiu o segundo carro na maior parte da viagem. Já acostumado a ver diversos casos de traumas causados por acidentes nos hospitais de São Paulo e ciente da importância do atendimento rápido à vitima, ele disse que uma dessas medidas poderia ser a instalação de postos equipados com aparelhagem e medicamentos num determinado raio entre uma cidade e outra com profissionais paramédicos.


Isso faria com que a vítima fosse melhor atendida imediatamente até poder ser transportada com segurança a um hospital mais próximo. Outra vantagem desses postos seria o seu baixo custo de instalação e manutenção, pois, não precisaria ser um grande espaço que demandasse grandes obras de infraestrutura. Claro que isso seria uma medida apenas visando atender acidentes de menor gravidade com feridos que  se agravam devido a demora no atendimento. Já em caso de grandes tragédias com número maior de vítimas e gravidade, o socorro demanda também maiores estruturas de atendimento.  


Acompanhe Renato Ferreira também pelo site da TV Mais Notícias: www.tvmaisnoticias.com.br 

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