Se o clima político no Brasil já vinha esquentando nos últimos meses com as prisões e revelações dos envolvidos no escândalo da Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal, nas últimas horas, além de quente, esse clima vem tirando também o sono de muitos políticos. E dois fatos estão contribuindo para isso em Brasília: a revelação de uma lista de políticos envolvidos no esquema da Petrobras, que o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot (foto), deve entregar entre hoje ou amanhã ao Supremo Tribunal Federal (STF), e o início dos trabalhos da nova CPI da Petrobras, instalada na Câmara dos Deputados. O clima em Brasília anda tão quente que Rodrigo Janot, que teve a residência invadida, mandou reforçar o seu de segurança pessoal.
Os dias que antecedem a apresentação dos inquéritos contra políticos - parlamentares e governadores - citados no esquema de corrupção da Petrobras, foram de muito trabalho para os investigadores, Procuradoria-Geral da República e de tensão para os parlamentares, no Congresso. No último final de semana, essa força tarefa se desdobrou na elaboração das peças contra autoridades citadas na Operação Lava Jato, com base nas delações do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Os procuradores trabalham intensamente nesses inquéritos para que o material chegue ao STF - no caso de parlamentares - e ao Superior Tribunal de Justiça (STF) - no caso de governadores - até quarta-feira, 4. Mas, como o processo corre em segredo de Justiça, a publicação da lista vai depender do ministro Teori Zavazki. Caberá a ele a decisão de liberar ou não a divulgação dos nomes de todos os políticos envolvidos, conforme vai pedir o Procurador-Geral Rodrigo Janot.
Pelo que já foi divulgado na imprensa, o documento de Janot é uma lista suprapartidária. Nela constariam nomes de parlamentares de vários partidos, como Renan Calheiros (PMDB-AL); ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), morto em acidente de avião em 2014; ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, falecido no ano passado; Sérgio Cabral e Pezão (PMDB), respectivamente, ex-governador e atual governador do Rio de Janeiro; José Dirceu (PT); Tião Viana (PT), governador do Acre; senador Humberto Costa (PT-PE), senadora Gleisi Hoffamann (PT-PR); senador Ciro Gomes (PP-PI); ex-ministro Mário Negromonte (PP-BA) e senador Benedito de Lira (PP-AL), dentre outros. (fonte: Ricardo Stuckert - Diário do Poder )
CPI da Petrobras
Já na Câmara dos Deputados, em seu primeiro dia de atuação, nesta segunda-feira, 2, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras recebeu 245 requerimentos de convocações de pessoas para prestarem depoimentos. Além de outros requerimentos para requisição de documentos, criação de sub-relatórios, compartilhamento de informações, entre outros. A maioria desses 245 requerimentos foi apresentada por partidos de oposição. Mas, há também muitos de autoria da base governista.
Só o deputado Afonso Florence (PT-BA) apresentou 41 requerimentos para serem votados na CPI. São requerimentos que pedem as convocações do presidente da estatal, Aldenir Bendine; do ex-presidente José Sérgio Gabrielli; do ex-diretor Renato Duque; do ex-gerente da petrolífera Pedro Barusco. Também existe um requerimento solicitando documentos sobre investigações e de acompanhamento de construções de refinarias.
Já os primeiros 57 requerimentos protocolados na CPI foram apresentados pelo líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), autor do pedido de criação da comissão. Em seus requerimentos, Sampaio pediu a criação de três subrelatorias, o compartilhamento de informações, de depoimentos e de dados de investigações, a convocação de ex-dirigentes da Petrobras, como Pedro Barusco, Renato Duque e outros; do ex-ministro José Dirceu; do tesoureiro do PT, João Vaccari; de dirigentes de empreiteiras; bem como quebras de sigilos bancários, telefônicos e fiscais. A primeira reunião da CPI para apreciar e votar os primeiros requerimento deve acontecer na quinta-feira, dia 5.
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