sexta-feira, maio 29, 2015

CBF na mira do FBI, da PF e do Congresso


Já vai longe o tempo em que o futebol era apenas um esporte, que servia, principalmente, para a recreação familiar nos finais de semana. Com dirigentes amadores, o futebol se profissionalizou, transformando-se num rentável negócio e num fértil campo para a corrupção. Tanto é assim que, hoje, em vez dos jornais esportivos do mundo inteiro estarem falando sobre campeonatos nacionais, Champions League ou Copa Libertadores, as manchetes dão conta das prisões de lideranças esportivas do mundo.
 

Mas, para que todo esse lamaçal dos gramados visse à tona precisou do FBI (Federal Bureau of Investigation),  uma unidade de polícia do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, um país ainda sem tradição no futebol, começasse as investigações e predesse figurões do esporte, ligados à FIFA (Federação Internacional de Futebol), dentre eles, o ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin, que já foi também governador de São Paulo.
 

Conforme o Mais Notícias já publicou, as prisões foram feitas num luxuoso hotel da Suíça, onde a Fifa realiza um Congresso para a eleição de seu novo presidente. E, além do José Maria Marin, foram presos também presidentes de Confederações de outros países. São investigados também proprietários de empresas de marketing esportivo, como o jornalista brasileiro J. Hávilla, dono da Traffic. São empresas responsáveis pela comercialização dos direitos de transmissão de eventos como campeonatos nacionais, Copa Libertadores e Copa do Mundo. J. Hávilla, inclusive, já confessou o pagamento de propinas a dirigentes esportivos e concordou em devolver aos cofres americanos mais de 150 milhões de dólares.
 

PF e CPI


Agora, além do FBI da polícia suíça, o futebol brasileiro será investigado também pela Polícia Federal e pelo Congresso Nacional. Nesta quinta-feira, 28, o Senado Federal criou a CPI para investigar as denúncias contra a CBF. Depois das prisões do FBI, o senador Romário (PSB-RJ), ex-jogador que sempre tem criticado as ações dos dirigentes esportivos do país, conseguiu mais de 50 assinaturas para abrir a CPI. Ontem, o requerimento foi lido no Plenário pelo senador Douglas Cintra (PTB-PE). Para se criar uma CPI no Senado, são necessárias apenas 27 assinaturas. “Dentro dessa CPI a gente tem que colocar que a CBF tem que ser responsabilizada. Se isso não acontecer, vamos voltar a nos falar daqui há três ou quatro anos sobre o mesmo tema", disse Romário.
 

Com o mesmo teor, foi protocolado também nesta quinta-feira, na Câmara dos Deputados, um pedido de criação de CPI para investigar a CBF.  A CPI na Câmara foi solicitada pelo deputado João Derly (PCdoB-RS). Com apoio do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o pedido foi protocolado com mais de 200 assinaturas. Assim, é possível que as duas CPIs sejam transformadas numa CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Investigação), contando com representantes do Senado e da Câmara dos Deputados.
 

O objetivo dos congressistas é investigar a CBF e o comitê organizador local da Copa do Mundo de 2014, realizada  em 12 cidades-sede no Brasil no ano passado, como também todos os contratos assinados pelos seus diretores, dentre eles, os contratos com fornecedores de material esportivo. “São fartas as evidências de que o futebol brasileiro esteja contaminado com negócios ilegais, como o pagamento de propina para realização de contratos como por exemplo a acusação que a empresa Traffic pagava Marin e outros dois dirigentes da CBF R$ 2 milhões por ano pelos direitos de Transmissão da Copa do Brasil. O assunto é grave, de modo que a instalação de uma CPI constitui instrumento fundamental para investigar as denúncias relatadas, trazendo resposta para a sociedade”, afirmou o deputado João Derly.
 
 
 
Em nível internacional, o FBI investiga operações de propinas realizadas em solo americano envolvendo a comercialização de transmissão de torneios de futebol, como também as negociações para a realização das Copas de 2018, na Rússia, e de 2022, no Catar. Os Estados Unidos pretendiam realizar a Copa de 2022, mas, perderam para o Catar. O nome do atual presidente da FIFA,  Joséph Blatter, que concorre à reeleição, não aparece nesse início de investigação. Num congresso esvaziado pelas prisões, Blatter lamentou o fato e disse que apoia todas as investigações. 


Polícia Federal
 


Ainda na quinta-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,  disse que o Brasil não chegou atrasado na apuração das denúncias envolvendo a Federação Internacional de Futebol (Fifa) e a  Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Segundo Cardozo, a Polícia Federal vai investigar os supostos crimes cometidos por dirigentes esportivos do país.


Falando sobre o caso, Cardozo afirmou o Ministério da Justiça abriu um inquérito para apurar os fatos. Sobre a possibilidade de os brasileiros serem extraditados para os Estados Unidos, ele afirmou que não cabe ao governo fazer pré-julgamentos.


Dentre outras acusações, Marin é acusado de negociar propinas no valor de R$ 346 milhões pela cessão dos direitos de transmissão da Copa América até 2023, durante o tempo em que presidiu a CBF. A entidade também será investigada por contratos de patrocínio firmados com a multinacional americana Nike e intermediados pela Traffic, empresa brasileira de marketing esportivo. Essas negociações datam do mandato do antecessor de Marin na presidência da CBF, Ricardo Teixeira – que ainda não foi citado judicialmente. Ontem, o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero abandonou o Congresso da Fifa. Segundo informações, ele teria saído da Suíça e teria voltado ao Brasil. 


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