Escândalo do mensalão faz strike
Desde que estourou o escândalo do mensalão - mesada paga a parlamentares - muita gente já caiu e, pelo andar da carruagem, com três CPIs - dos Correios, do Mensalão e a dos Bingos - o strike poderá ser ainda maior. Sorte do País, que assim fica livre de uma porção de malandros e corruptos.
Parlamentares cassados, renúncias, ministros afastados, diretores e assessores de empresas exonerados e tesoureiros de partidos demitidos são algumas das figuras já derrubadas. Mas, nessa corrente de corrupção, que sangrou os cofres públicos do País, parece que o seu principal elo, o mineirinho e dublê de publicitário, Marcos Valério, é até agora, o mais prejudicado. Ordem das fotos: Genoíno, Valério, bispo Rodrigues e Delúbio Soares.
As empresas públicas envolvidas, mais que depressa, correram para afirmar que os contratos com as empresas de publicidade de
Valério foram cancelados, inclusive, o da Câmara dos Deputados. Valério já declarou que se considera um empresário falido e um homem derrotado.
Mas, e se não tivesse estourado esse escândalo, que só veio à tona, graças a alguém que, sentindo-se traído, abriu o bico, como o ex-deputado Roberto Jefferson? Com certeza, até hoje, a corrupção estaria correndo solta. Como o próprio Marcos Valério que mantinha contratos milionários com empresas do Governo Federal, com Governos estaduais e já estava também estendendo seus tentáculos para as prefeituras.
É o caso, por exemplo, do contrato de publicidade que o empresário mineiro, mesmo com sede em Belo Horizonte, já havia assinado com a prefeitura de Osasco, na Grande São Paulo, a mais de 500 km de BH. Lá, por influência de seu amigo, o ex-presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT), Valério fez a campanha do prefeito vitorioso, Emidio de Souza (PT), e já havia ganho a licitação para fazer a publicidade da Prefeitura por R$ 3 milhões. Mas, com o escândalo, Marcos Valério acabou perdendo também essa boquinha em Osasco.
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