Governo tenta negar caixa dois com dinheiro público
A declaração do relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), de que parte do dinheiro do caixa do PT veio do Banco do Brasil, deixou o Governo meio tonto e sem coordenação. É como um lutador de boxe que leva um direto no queixo e tenta ainda reagir segurando-se nas cordas para não cair.
Além do dinheiro do BB, agora, a própria Coordenadoria-Geral da União (CGU), órgão responsável por investigação de crimes em todas as repartições públicas do País, afirma que houve interferência indevida da Secom (Secretaria de Comunicação), do Governo Federal, na escolha de agências de publicidades nos Correios, fato que teria benefeciado a MP&B, uma das empresas de Marcos Valério. Até estourar o escândalo do mensalão, a Secom era comandada por Luiz Gusshiken, homem de confiança de Lula, que acabou sendo afastado.
São tantas as versões diferentes, dadas por órgãos do Governo, empresas estatais e por parlamentares da base governista, que uma acaba negando a outra. Apesar do relatório contundente da CGU, a Secon nega. Nesse caso, alguém do próprio Governo está mentindo. O Banco do Brasil, depois de negar que houve repasse ilegal de dinheiro, reconhece que R$ 10 milhões foram pagos às empresas de Marcos Valérios por serviços não executados e, que portanto, estaria entrando contra ele na Justiça.
O deputado Carlos Abicalil (PT-MT), membro da CPI dos Correios, afirma que o relator foi imprudente e que não se pode concluir, apenas por indícios, que o dinheiro do Banco do Brasil teria ido para o caixa dois do PT. Mas, o deputado afirma isso e, ao mesmo tempo, diz que tal prática já vinha sendo usada pelo PSDB desde 1998, como se um erro justificasse o outro. O hábil deputado petista esquece que foi sob a bandeira da ética na política que o PT chegou ao poder, desbancando os tucanos. Agora, essas desculpas não colam.
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