sexta-feira, abril 21, 2006

Minas Gerais, 21 de Abril e Liberdade




Logo após à morte de Telê Santana, (à esquerda) hoje, por volta do meio-dia, fiquei imaginando de como está interligada a data de 21 de Abril com a história de Minas Gerais. Como mineiro, lembro-me das primeiras lições de história e de como a professora falava com entusiasmo sobre a figura de Tiradentes, o primeiro grande Mártir da Independência do Brasil. E é justamente pela força desse movimento de libertação, que a Bandeira de Minas traz a inscrição: "Libertas Qua sera Tamen", que quer dizer: "Liberdade ainda que tardia".
Portanto, o 21 de Abril, feriado em todo o Brasil e registrado em todos os livros de História, é muito forte em Minas Gerais, que além de Tiradentes, perdeu também em 21 de abril de 1985, outro grande mineiro, Tancredo Neves (ao centro). E hoje, perde Telê Santana. Se analisarmos a história destes três mineiros, veremos que a liberdade é um traço comum de suas vidas.
Todos conhecem a história de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que por liderar a Inconfidência Mineira, foi condenado e morto por enforcamento no dia 21 de abril de 1792. Ele, como todos os colonos da época, se insurgiu contra o domínio de Portugal e, sobretudo, contra os altos impostos cobrados. Os Inconfidentes deveriam se manifestar justamente no dia da Derrama, nome dado à cobrança de um imposto que significava um quinto sobre a produção de ouro da época. É bom lembrar que hoje, a carga tributária que o brasileiro paga não é apenas de um quinto - o que equivale a 20% - e sim 38% de tudo que se produz no País. Já estamos precisando de outro Tiradentes.
Na década de 80, o Brasil passava por outra fase difícil de sua vida política, social e econômica. Ao ver derrotado o Movimento das Diretas Já, Tancredo Neves se propôs a disputar a Presidência da República pelo Colégio Eleitoral. E foi pela garra e pelo sentimento de liberdade desse outro mineiro, que o Brasil se livrou das eleições indiretas, uma das últimas marcas da ditatura militar. Tancredo morreu no dia 21 de abril de 1985, antes de tomar posse, mas deixou a porta aberta para que o Brasil pudesse eleger diretamente os seus futuros governantes.
Agora, também num 21 de abril, Minas perde outro grande filho: Telê Santana. Muitos podem indagar qual o laço de liberdade que vejo na vida de Telê, para compará-lo a Tiradentes e a Tancredo. É claro que não é no campo político partidário, se bem que todos os atos do homem são essencialmente atos políticos. Mas, mesmo que Telê jamais tenha se embrenhado pela política partidária, suas ações como homem sério, competente e lutador contra muitas coisas prejudiciais ao ser humamo, como por exemplo, o tabagismo, o colocam muito acima de pessoas medíocres que hoje se intitulam como políticos brasileiros. E o traço de liberdade está justamente naquilo que Telê escolheu como profissão: o futebol. As dezenas de títulos conquistados falam por si só, porém, foi a liberdade que os atletas de Telê tinham para jogar, que o diferencia dos técnicos de hoje que preferem um futebol-força, feio e retrancado, com raríssimas exceções.

Acesse também: www.noticiasdepaz.com.br

1 Comentários:

Às abril 22, 2006 , Blogger Marco Aurélio disse...

Renato

Tiradentes é um dos vultos mais controversos da história brasileira, vou me limitar a lançar uma das polêmicas que giram ao redor de seu nome. Herói ou um mito fabricado? A história de herói e mártir, todos conhecem. Qual delas será a verdadeira?
Telê Santana foi sem dúvida o melhor técnico de futebol que o Brasil já teve. Enquanto isso o Zagallo continua vivo com sua arrogância e antipatia habitual. Vale aqui a máxima:

Vaso ruim não quebra!

Um abraço

Marco Aurélio

 

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