Processo de João Paulo vai a plenário no dia 5
A Câmara dos Deputados deverá votar na próxima quarta-feira, dia 5, o processo que pede a cassação do mandato do deputado e ex-presidente da Casa, João Paulo Cunha (PT-SP). A votação deveria ter ocorrido nesta quarta-feira, mas, como o deputado tinha prazo até aquele dia para recorrer junto à Comissão de Justiça, o presidente Aldo Rebelo decidiu adiar a votação. E, como João Paulo resolveu não recorrer, se nada de novo acontecer até lá, a sessão está marcada para o dia 5.
João Paulo é acusado de ter participado do chamado mensalão. Conforme os autos do processo, o deputado osasquense teria sacado, por intermédio de sua mulher, Márcia, R$ 50 mil na agência do Banco Rural, dinheiro oriundo das contas de Marcos Valério, o operador do mensalão. Em sua defesa, João Paulo alega que não sabia que o dinheiro era do valerioduto e, sim, do caixa do PT, conforme teria lhe dito o ex-tesoureiro do PT, Delúblio Soares.
Prós e...
A situação de João Paulo Cunha é diferenciada dos demais acusados nesse esquema de mensalão. Muitos acreditam em sua absolvição. Para esses, pode pesar a favor de João Paulo, o seu círculo de amizade, conseguido durante a sua gestão como presidente da Câmara, a sua importância dentro do PT, levando-se em conta que o partido luta pela reeleição do presidente Lula, e também o histórico das últimas votações. Até agora, o plenário já absolveu sete deputados acusados também de terem se beneficiado do dinheiro da dupla Delúbio e Marcos Valério.
...contras
Já aqueles que acham difícil a situação do acusado, citam que o deputado se complicou ao se defender na primeira oportunidade, afirmando que a sua mulher teria ido ao banco para regularizar uma pendência de TV por assinatura. Posteriormente, o deputado disse que realmente ela havia sacado os R$ 50 mil, mas que esse dinheiro fora usado para pagar pesquisas eleitorais na cidade de Osasco. Pesa também contra João Paulo o minucioso processo relatado pelo deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS) que, além do caso do Banco Rural, cita as relações de amizade deJoão Paulo com o empresário Marcos Valério. O relatório cita, por exemplo, o contratação de uma das empresas de Valério para fazer a publicidade de João Paulo à presidência da Câmara, a renovação do contrato de Valério com a Câmara dos Deputados, que teria sido considerada irregular pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Teria sido também através de João Paulo, que uma das agências de Marcos Valério chegou a participar do processo licitatório para fazer a publicidade da prefeitura de Osasco, berço político do deputado petista.
Para os que não acreditam na absolvição, ainda existem dois fatos que podem pesar contra João Paulo Cunha. A dança da deputada Ângela Guadagnin, que festejou a absolvição de outro deputado petista e, parodaxalmente, a própria força João Paulo dentro do PT. Neste, caso, o PT poderia abandonar o deputado à propria sorte para "provar" à sociedade que teria cortado na própria carne, ao cassar João Paulo Cunha, um ex-presidente da Câmara, e José Dirceu, um ex-ministro de Lula. A votação será secreta.
Placar do mensalão:
Cassados: Roberto Jefferson (PTB-RJ), José Dirceu (PT-SP) e Pedro Corrêa (PP-PE).
Absolvidos: João Magno (PT-MG), Wanderval Santos (PL-SP), Pedro Henry (PP-MT), Roberto Brant (PFL-MG), Professor Luizinho (PT-SP), Sandro Mabel (PP-GO), e Romeu Queiroz (PTB-MG).
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2 Comentários:
Parabéns, Renatíssimo... espero que você continue sempre assim, sério, independente... No caso do João Paulo, os repetidos adiamentos só vêm reforçar aquele velho dito "quem deve teme". Se ele tivesse maioria dos votos, certamente a questão estava encerrada... a propósito, quero a sua opinião sobre as catracas no Paço... Um forte abraço, Jairo Camilo... dê uma olhada no nosso blog: www.projetoveracidade.blogspot.com
Inté...
Caro Jairo Camilo
Primeiramente agradeço pelo teu comentário no blog.
Aproveito também para parabenizá-lo pelo Projeto Veracidade. Já acessei o blog e hoje mesmo deixei lá um comentário sobre a notícia da manifestação das professoras de Osasco, sob o sugestivo título: "Maluf é recebido; professor é reprimido".
Com relação às catracas no Paço Municipal, confesso que se trata de algo que tem me chamado a atenção, mas o que me preocupa mesmo é o aspecto legal e constitucional desta medida da prefeitura. Porém, ainda não tive tempo de fazer esta consulta. A única informação que obtive até o momento é de que outras prefeituras também do PT implantaram esse dispositivo de segurança.
Hoje, no entanto, após a sua sugestão, consultei um site e, curiosamente, a única informação sobre prefeitura que implantou esse tipo de equipamento para identificar as pessoas, foi a de Osasco, inclusive, com uma ilustração sobre a nova recepção.
Gostaria de fazer algumas considerações a respeito:
1 - Não acho que é apenas por questão de segurança. Até porque a prefeitura tem outras preocuçações e ações a realizar, antes de se preocupar em colocar catracas na recepção.
2 - Mas, caso seja por segurança, como qualquer empresa privada, a prefeitura tem o direito de investir nessa área, sobertudo, na segurança do munícipe, mas, desde que seja pra valer. Esse munícipe tem que ter segurança a partir do momento em que ele entra no estacionamento da prefeitura, onde o que não se vê é justamente segurança. Alí, além de furtos e roubos, já houve até casos de sequestro relâmpago.
3 - Depois que o cidadão passar pela catraca, será que ele estará seguro num prédio tão vulnerável como o da prefeitura de Osasco?
4 - Não acho que uma prefeitura tenha necessidade de se preocupar tanto com a segurança dos servidores, desde que todos estejam dentro da lei. A não ser que alguma prefeitura tenha algo a esconder do povo como funcionário fantasma ou algum caso de nepotismo.
5 - No caso do prefeito, ele já tem os seus seguranças e não acho que nenhum prefeito corra risco de vida por andar no meio do povo e, muito menos, por receber alguém do povo em seu gabinete.
6 - Mas, pode ser também que as catracas sejam apenas para controlar o horário de entrada e saída dos funcionários. Aí, concordo plenamente, pois, todos os servidores devem trabalhar e cumprir o seu horário, desde que tenham equipamentos e acomodações adequadas. Porém, para esse controle, não seria necessário incomodar o munícipe na recepção. Bastaria instalar relógio de ponto, catracas, detector de metais ou portas automáticas nos departamentos da prefeitura, ou qualquer outro equipamento, ainda mais nesses tempos de patrulhamento e intimidação por que passa o país. Mas, o cidadão do povo que paga os impostos,taxas e, principalmete, o salário do servidor, este tem que ser bem recebido em qualquer repartição.
Peço desculpa pelo longo texto. Oportunamente, voltaremos ao assunto, quem sabe com mais clareza sobre o aspecto legal das catracas.
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