João Paulo é absolvido
Confirmando os rumores que corriam nos bastidores políticos e, principalmente, nos corredores da Câmara dos Deputados, o plenário da Casa rejeitou nesta quarta-feira, 5, o pedido de cassação do mandato do ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), acusado de ter se beneficiado do "valerioduto". O relatório de Cezar Schirmer (PMDB-RS), que recomendava a cassação, foi rejeitado por 256 votos contrários, 209 favoráveis, 7 em branco, 2 nulos e 9 abstenções. Para que a cassação fosse efetivada seriam necessários 257 fotos a favor.
O relator do processo detalhou o seu relatório, destacando pontos que ele considerava como indícios e provas contra João Paulo. Dentre esses pontos, destacam-se o saque de R$ 50 mil da conta da SMP&B, agência de Marcos Valério, o operador do mensalão, e também um contrato firmado com Valério para que sua agência fizesse a publicidade da Câmara dos Deputados. Em sua defesa, João Paulo negou irregularidades nesse contrato e disse que os R$ 50 mil foram destinados ao pagamento de pesquisas eleitorais na cidade de Osasco e em outras regiões de São Paulo. Segundo João Paulo, ele fora informado pelo ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, que esse valor era dos caixas do partido.
João Paulo foi o oitavo deputado absolvido no caso mensalão e, a sua absolvição vai de encontro ao resultado final da CPMI dos Correios, que também nesta quarta-feira, aprovou o relatório do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), onde ele afirma que houve mensalão, ou seja, dinheiro de empresas públicas e privadas usado para beneficiar parlamentares que votassem a favor de projetos do Executivo. Foi uma derrota para os governistas que queriam tirar nomes do relatório, como dos ex-ministros José Dirceu e Luiz Guschiken, e também substituir o termo mensalão por caixa dois.
Dos 19 parlamentares acusados de envolvimento no "valerioduto", apenas três foram cassados e oito foram absolvidos. Outros quatro renunciaram ao mandato e estão habilitados a concorrer nas próximas eleições. Estão tramitando no Conselho de Ética mais quatros processos.
Veja o placar do mensalão:
Cassados:
Roberto Jefferson (PTB-RJ), José Dirceu (PT-SP) e Pedro Corrêa (PP-PE).
Absolvidos:
João Paulo Cunha (PT-SP), Wanderval Santos (PL-SP), João Magno (PT-MG), Romeu Queiroz (PTB-MG), Professor Luizinho (PT-SP), Roberto Brant (PFL-MG), Sandro Mabel (PL-GO) e Pedro Henry (PP-MT).
Fujões:
Valdemar Costa Neto (PL-SP), José Borba (PMDB-PR), Carlos Rodrigues (PL-RJ) e Paulo Rocha (PT-PA).
Na fila:
José Mentor (PT-SP), Josias Gomes (PT-BA), José Janene (PP-PR) e Vadão Gomes (PP-SP). O Conselho de Ética já recomendou a cassação de José Mentor e Josias Gomes. Alguém acredita que eles serão cassados?
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4 Comentários:
Sobre essa matéria gostaria de registrar o que disse no day after deste episódio o âncora do Bom Dia Brasil Alexandre Garcia: "existir mensalão sem mesaleiro é o mesmo que existir amizade e não existir ética no plenário, como se viu na absolvição de parlamentares envolvidos em atos corruptos e criminosos, alguns em flagrante confissão...O deputado João Paulo Cunha, MENSALEIRO CONFESSO, se livrou da cassação no plenário graças ao voto secreto dos seus pares...O povo foi traído duas vezes: com o seu dinheiro pagou o mensalão e o salário dos parlamentares corruptos". Bom Dia Brasil-TVG-6/4/06
João Paulo será absolvido?
"O país vive a maior crise moral da sua história desde a Independência. A FROUXIDÃO MORAL é flagrante em todos os níveis. Estamos envergonhados por viver num país de escândalos, corrupção e imoralidade que comprometem o futuro da Nação". Deputado Cezar Shirmer
Renato
A absolvição do deputado João Paulo Cunha é mais um dos fatos que considero lamentáveis no cenário da política atual. È mais um dos beneficiários de recursos do valerioduto que escapa ileso. Ainda bem que para nós isso não passa batido! Parabéns pelo Post!
Um abraço
Marco Aurélio
COLEGA RENATO FERREIRA:
ESCREVO-LHE NESTE ESPAÇO PARA CUMPRIMENTÁ-LO PELO DIA DO JORNALISTA E PARA LEMBRAR O ANIVERSÁRIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA, COMEMORADOS NESTE HISTÓRICO 7 DE ABRIL.
NESTE PÓS "DAY AFTER", COMO REFERIU O LEITOR AO LADO, A FRASE ATRIBUÍDA AO GRANDE JORNALISTA ALBERTO DINES NÃO PODERIA SER MAIS OPORTUNA:
"A IMPRENSA É CRUCIAL PARA DESMASCARAR GOVERNANTES OU PARA SERVIR AOS SEUS IGNÓBEIS PROPÓSITOS".
OSASCO, SP, BRASIL, 7 de ABRIL DE 2006
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