quarta-feira, janeiro 10, 2007

O que seria um "candidato perigoso" para Tarso Genro?

Percebendo que será difícil unir a base governista em torno de apenas um candidato à presidência da Câmara dos Deputados, o Governo já admite a possibilidade de disputa entre Aldo Rebelo (PC do B-AL) e Arlindo Chinaglia (PT-SP), principalmente, depois do apoio formal do PMDB a Chinaglia. Mesmo não sendo de forma oficial, até o momento o candidato preferido do presidente Lula era o atual presidente Aldo Rebelo.
Mas, o que me chamou a atenção sobre a eleição na Câmara foi a entrevista do ministro "tapa buraco" de Lula, Tarso Genro (Relações Institucionais), que alertou sobre a possiblidade de a terceira via - um grupo suprapartidário de parlamentares - apresentar um "candidato perigoso". "Temos que esperar o lançamento desse nome e, se for possível, evitar o episódio Severino", disse Genro, referindo-se à eleição passada, quando também a base se dividiu e propiciou a eleição do deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), que foi um desastre.
Porém, ao criticar Severino Cavalcanti, Tarso Genro está indo de encontro aos interesses de Lula, uma vez que o próprio presidente, logo após a eleição de Severino, disse "que era amigo do deputado pernambucano e que até daria a ele um cheque em branco e assinado".
E o que seria também para Tarso Genro um "candidato perigoso"?. Seria "perigoso" para o Governo Lula, ou "perigoso" para o povo brasileiro?
Porque o que o grupo suprapartidário está tentando fazer é lançar o nome de um deputado que não teve envolvimento com as falcatruas desta legislatura que está no fim. Estão à frente desse grupo, dentre outros, deputados como Fernando Gabeira (PV-RJ), Luiza Erundina (PSB-SP), Raul Julgman (PPS-PE), Gustavo Fruet (PSDB-PR), Chico Alencar (PSOL-RJ) e Paulo Renado (PSDB-SP). Como disse o deputado Fernando Gabeira, o candidato poderia ser de qualquer um desses partidos, ou até mesmo de partidos da base governista, como o PSB e o PMDB.
Ora, será que o ministro Tarso Genso considera qualquer um desses nomes "perigoso", ou que a eleição de um deles poderia repetir o fiasco de Severino? O que a oposição diz é justamente o contrário. Para eles, a eleição de Arlindo Chinaglia, que já demonstra grande interesse em reajustar o salário dos deputados, mesma plataforma de Severino, significaria também o retorno de José Dirceu, deputado cassado, que luta para reaver seus direitos políticos.
Portanto, a preocupação de Genro com o "perigo" de um terceiro candidato parece ser muito mais em relação ao que esse candidato pode representar de perigo para o Governo Lula do que para o povo brasileiro.

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