sexta-feira, dezembro 22, 2006

Mercadante:culpado sozinho ou bode expiatório?

Nesta sexta-feira, a Polícia Federal de Mato Grosso indiciou cinco acusados de participar da tentativa de compra do dossiê criado para comprometer as campanhas eleitorais de José Serra (governador eleito de São Paulo) e Geraldo Alckmin (ex-candidato à Presidência). Dentre os indiciados, estão o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), ex-candidato ao governo de de São Paulo e o seu tesoureiro de campanha, José Giácomo Baccarin, que foram indiciados por crime eleitoral. Já os petistas "aloprados" Gedimar Passos (advogado), Valdebran Padilha (empreiteiro) e Hamilton Lacerda (ex-assessor de Mercadante) foram indiciados por lavagem de dinheiro.
A PF não conseguiu enquadrar os outros três "aloprados", em nenhum crime, apesar da apuração de elementos que evidenciaram a participação de Jorge Lorenzetti (ex-coordenador da equipe de inteligência da campanha presidencial petista), Oswaldo Bargas (integrante da campanha de Lula) e Expedito Veloso (ex-diretor do Banco do Brasil) no episódio. O delegado responsável pelo inquérito, Diógenes Curado Filho, descartou também o crime de formação de quadrilha, pois não ficou comprovada a “associação estável e permanente de pessoas para a realização de mais de um delito”.
Após quase 100 dias de investigação, Curado concluiu que Lacerda, ex-coordenador de comunicação da campanha de Mercadante, é o responsável pela entrega de R$ 1,75 milhão (R$ 1,168 milhão e US$ 248 mil) aos emissários petistas Valdebran Padilha e Gedimar Passos, presos com o dinheiro em 15 de setembro em um hotel de São Paulo. Lacerda foi flagrado por câmeras de circuito interno do hotel carregando malas.
Mesmo com mais de mil quebras de sigilo telefônico, um milhão de movimentações bancárias analisadas e a tomada de 29 depoimentos no inquérito, a polícia não conseguiu apurar a origem do dinheiro utilizado na negociação do dossiê contra os tucanos, fornecido pelos empresários Luiz Antonio Vedoin e Darci Vedoin, chefes da máfia dos sanguessugas. A hipótese de que parte do dinheiro teve origem nas bancas de jogo do bicho não ficou plenamente comprovada.
Diante da constatação de que o montante em reais não passou pelo sistema bancário, e avaliando que Mercadante poderia ser beneficiado eleitoralmente pela divulgação de informações contra políticos do PSDB, a PF crê que parte do dinheiro utilizado na negociação é oriundo de caixa dois do diretório paulista do PT. Mas, será que somente o senador Mercadante é que tem culpa nesse cartório, ou ele está sendo usado como um tipo de "Delúbio" para pagar sozinho pelo erro de outros peixes maiores?
Indgnado, Aloísio Mercadante diz que não há provas para ligá-lo ao dinheiro usado na compra do dossiê. Ele criticou duramente a decisão da Polícia Federal e, sob o argumento de que, em três meses de investigações, seu nome jamais foi citado como parte do esquema, o senador disse esperar que a Justiça rejeite as acusações.
"É inaceitável. Tenho certeza de que a Justiça não vai permitir essa atitude". Mercadante afirmou que a notícia de seu indiciamento demonstra que as investigações tomaram um caminho "inquisicional" e "sem nenhum amparo legal", que teria relação com o fato de a PF não ter conseguido comprovar a origem do dinheiro que seria usado na compra do dossiê.

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